Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 1
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1 Eis que
aconteceu que eu, Ômni, sendo ordenado por meu pai, Jarom, a escrever algo
nestas placas, a fim de conservar a nossa genealogia —
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2 Desejei,
portanto, que soubésseis que durante o curso de minha vida lutei muito com a
espada para impedir que meu povo, o povo nefita, caísse nas mãos de seus
inimigos, os lamanitas. Mas eis que eu próprio sou um homem iníquo e não
guardei os estatutos e os mandamentos do Senhor, como deveria ter feito.
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3 E aconteceu
que se haviam passado duzentos e setenta e seis anos e tivemos muitas épocas
de paz; e tivemos muitas épocas de guerras sérias e derramamento de sangue.
Sim, em resumo, haviam-se passado duzentos e oitenta e dois anos; e eu havia
guardado estas placas segundo os mandamentos de meus pais; e
confiei-as a meu filho Amaron. E
aqui termino.
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4 E agora eu,
Amaron, as poucas coisas que escrevo, faço-o no livro de meu pai.
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5 E aconteceu
que trezentos e vinte anos se haviam passado e a parte mais iníqua dos
nefitas havia sido destruída.
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6 Porque o
Senhor não permitiria, depois de havê-los tirado da terra de Jerusalém e de
havê-los guardado e impedido que caíssem nas mãos de seus inimigos, sim, não
permitiria que deixassem de ser confirmadas as palavras que falara a nossos
pais, quando disse: Se não guardardes os meus mandamentos, não prosperareis
na terra.
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7 Portanto, o
Senhor visitou-os com grande julgamento; não obstante, preservou os justos e
livrou-os das mãos de seus inimigos, para que não perecessem.
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8 E aconteceu
que entreguei as placas a meu irmão Quêmis.
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9 Agora eu,
Quêmis, o pouco que escrevo faço-o no mesmo livro que meu irmão; pois eis que
vi as últimas coisas que ele escreveu, o que fez de seu próprio punho; e ele
escreveu-as no dia em que me entregou as placas. E desta maneira escrevemos
os registros, conforme nos foi ordenado por nossos pais. E assim termino.
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10 Eis que eu,
Abinadom, sou filho de Quêmis. E aconteceu que eu presenciei muitas guerras e
contendas entre meu povo, os nefitas, e os lamanitas; e eu, com minha própria
espada, tirei a vida de muitos dos lamanitas, em defesa de meus irmãos.
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11 E eis que o
registro deste povo está gravado em placas, guardadas pelos reis de geração
em geração; e não conheço revelação alguma ou profecia que não tenha sido
escrita; portanto, aquilo que é requerido está escrito. E com isto, concluo.
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12 Eis que eu
sou Amaléqui, filho de Abinadom. Eis que vos direi algo sobre Mosias, que foi
proclamado rei da terra de Zaraenla; pois eis que, tendo ele sido avisado
pelo Senhor de que deveria fugir da terra de Néfi para o deserto, levando
consigo todos os que quisessem ouvir a voz do Senhor —
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13 Aconteceu
que ele fez como o Senhor lhe havia ordenado. E todos os que deram ouvidos à
voz do Senhor partiram da terra para o deserto; e foram guiados por muitas
prédicas e profecias. E foram continuamente admoestados pela palavra de Deus;
e foram conduzidos pelo poder de seu braço através do deserto, até descerem à
terra que é chamada terra de Zaraenla.
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14 E eles
descobriram um povo que era chamado povo de Zaraenla. E o povo
de Zaraenla regozijou-se grandemente; e também Zaraenla se
regozijou grandemente, porque o Senhor enviara o povo de Mosias com
as placas de latão que continham os registros dos judeus.
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15 E aconteceu
que Mosias descobriu que o povo de Zaraenla saíra de Jerusalém na época
em que Zedequias, rei de Judá, fora levado cativo para a Babilônia.
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16 E eles
viajaram pelo deserto e foram guiados pela mão do Senhor, através das grandes
águas, à terra onde Mosias os encontrou; e ali viveram desde aquele tempo.
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17 E na ocasião
em que Mosias os encontrou, haviam-se tornado numerosos em extremo. Não
obstante, haviam tido muitas guerras e sérias contendas e, de tempos em
tempos, haviam caído pela espada. E seu idioma corrompera-se; e
nenhum registro tinham trazido consigo; e negavam a existência de
seu Criador; e nem Mosias nem seu povo podiam entendê-los.
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O povo de Zaraenla é
outro grupo que saiu o Velho Mundo por volta de 600 aC. Suponhamos
generosamente que eles vieram para o Novo Mundo como um grupo de 100 (talvez
três ou mais vezes o tamanho do grupo de Leí). O resumo do capítulo indica
que, a esse ponto, poderia ser até 133 aC, de modo que quase 500 anos depois
da chegada do povo de Zaraenla às Américas. Supondo que sua população
dobrasse a cada cem anos (uma suposição muito generosa, considerando que eles
haviam deixado a civilização para estabelecer uma nova terra e “de tempos em
tempos, haviam caído pela espada”). Com essas suposições, eles teriam uma
população de 3.000 pessoas.
Estes versículos nos
dizem que, assim como os descendentes de Leí, o povo de Zaraenla tinha
espadas. A única arma pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma
espada era a macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma
semelhante a um bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas
bordas. É semelhante o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida
como a espada asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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18 Mas
aconteceu que Mosias fez com que seu idioma lhes fosse ensinado. E aconteceu
que depois de haverem aprendido o idioma de Mosias, Zaraenla apresentou a
genealogia de seus pais segundo sua memória; e ela foi escrita, mas não
nestas placas.
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19 E aconteceu
que o povo de Zaraenla e o de Mosias se unirame Mosias foi
proclamado seu rei.
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20 E aconteceu
que, durante os dias de Mosias, levaram-lhe uma grande pedra com gravações; e
ele interpretou as gravações pelo dom e poder de Deus.
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Observe como as
gravações foram trazidas a Mosias para interpretação. Eles não levaram as
gravações para um estudioso, mas para um vidente. Compare isso com alguns dos
papiros associados ao Livro de Abraão e ao Livro de José. Quando esses
papiros foram redescobertos em 1966 e entregues à Igreja SUD, os profetas,
videntes e reveladores não deram interpretações dos escritos. Em vez disso,
eles deram os a estudiosos como Hugh Nibley para interpretar. Por quê? Por
que temos videntes se eles não estão usando esse dom como é descrito em
Mosias 8:13-17? Por que os videntes não nos disseram se os papiros existentes
contêm o Livro de José?
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21 E relatavam
a história de um certo Coriântumr e a matança de seu povo. E
Coriântumr fora descoberto pelo povo de Zaraenla; e habitara com eles pelo
espaço de nove luas.
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22 Continham
também algumas palavras a respeito de seus pais. E seus primeiros pais tinham
vindo da torre, na ocasião em que o Senhor confundira a
língua do povo; e a severidade do Senhor caíra sobre eles, de acordo com
seus juízos, que são justos; e seus ossos estão espalhados na terra
do norte.
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Este versículo
declara a Torre de Babel é um evento literal e factual. Se isso fosse
verdadeiro, significaria que até cerca de 4.200 anos atrás (de acordo com as
cronologias bíblicas que eu vi incluindo as do churchofjesuschrist.org) havia
apenas uma língua na terra, então no evento do Torre de Babel, todas as
línguas estavam confusas (exceto pelos jareditas). Isso não é compatível com
o que sabemos sobre a evolução da linguagem. (Veja também o segundo parágrafo
da Introdução ao Livro de Mórmon, Mosias 28:17, Helamã 6:28, Éter 1:33)
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23 Eis que eu,
Amaléqui, nasci nos dias de Mosias; e vivi para ver a sua morte;
e Benjamim, seu filho, reina em seu lugar.
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24 E eis que
presenciei, nos dias do rei Benjamim, uma séria guerra e muito derramamento
de sangue entre nefitas e lamanitas. Mas eis que os nefitas obtiveram uma
grande vantagem sobre os lamanitas; sim, de sorte que o rei Benjamim os
expulsou da terra de Zaraenla.
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25 E aconteceu
que comecei a envelhecer; e não tendo descendentes e sabendo ser o
rei Benjamim um homem justo diante do Senhor, entregar-lhe-ei,
portanto, estas placas, exortando todos os homens a virem a Deus, o
Santo de Israel, e a acreditarem em profecias e em revelações e no ministério
de anjos; e no dom de línguas e no dom de interpretação de línguas e em todas
as coisas que são boas; pois nada há, que seja bom, que não venha do
Senhor; e o que é mau vem do diabo.
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26 E agora,
meus queridos irmãos, quisera que viésseis a Cristo, que é o Santo
de Israel, e participásseis de sua salvação e do poder de sua redenção. Sim,
vinde a ele e ofertai-lhe toda a vossa alma, como dádiva; e
continuai em jejum e oração, perseverando até o fim; e assim como
vive o Senhor, sereis salvos.
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27 E agora
quisera dizer algo sobre um certo grupo que subiu ao deserto para voltar à
terra de Néfi; pois muitos havia que desejavam possuir a terra de sua
herança.
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28 Portanto,
subiram para o deserto. E seu chefe, sendo um homem forte e poderoso e
obstinado, provocou uma desavença entre eles; e foram
todos mortos no deserto, exceto cinquenta, que voltaram para a
terra de Zaraenla.
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29 E aconteceu
que eles também levaram outros consigo, em número considerável, e tornaram a
empreender uma viagem pelo deserto.
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30 E eu,
Amaléqui, tinha um irmão que também foi com eles; e deles não mais ouvi
falar. E estou prestes a descer à sepultura e estas placas estão
repletas. E aqui
ponho fim a minha narração.
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