Livro de Mórmon Anotado
Avaliado de Acordo Com Meu Conhecimento Atual

Sobre o anotador

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Eu nasci em 1965 e cresci no estado de Illinois nos Estados Unidos. Comecei a estudar o Livro de Mórmon e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Igreja Mórmon) durante meu último ano no colégio. Eu estava namorando uma colega de classe que era Mórmon devota que me convenceu a aprender sobre a Igreja Mórmon. Ela providenciou umas missionárias me ensinassem sobre a Igreja. O costume Mórmon é chamar uma missionária pelo título de “irmã” sequido por seu sobrenome. As missionárias que me ensinaram se chamavam irmã Young (que significa “jovem”) e a irmã Wild (que significa selvagem). Eu não estou brincando. Ao considerar minha personalidade na época, acho que algumas pessoas que me conheciam diriam que era apropriado que missionários com esses nomes me ensinassem.

Depois de estudar com as missionárias por algumas semanas, eu disse a elas que apreciava seu tempo, mas não acreditava em suas afirmações sobre a Igreja, portanto terminei suas visitas. Continuei a frequentar a igreja com minha namorada Mórmon, orar com respeito à Igreja e ler o Livro de Mórmon. No verão, depois que me formei do colegial, li o livro inteiro de capa a capa em cerca de três semanas, mas ainda não acreditava que fosse mais que uma obra de homens. Eu era agnóstico e não acreditava num Deus que responde às orações ou, de outra forma, intercede na vida de qualquer pessoa. Com essa falta de fé, seria um subestimação dizer que foi um desafio cumprir a promessa do Livro de Mórmon (Morôni 10:4) e orar, com fé em Cristo, para saber se as coisas do Livro de Mórmon foram verdadeiras.

Minha namorada estava para começar a estudar na universidade Brigham Young (BYU – uma universidade no estado de Utah que é propriedade da Igreja), e eu queria estudar numa universidade em Illinois. No entanto, eu era um procrastinador. Embora, eu era um aluno com título de distinção e tinha notas excepcionais, adiei a inscrição para a faculdade até que os prazos passassem para as admissões de outono nas escolas nas quais me interessava. Eu acreditei que eu teria que atender a faculdade da comunidade local. Eu não estava entusiasmado para atender a faculdade da comunidade local porque eu queria estudar numa grande universidade que ficava longe de casa dos meus pais. Minha namorada sugeriu que eu me inscrever na universidade Brigham Young (BYU), embora o prazo de admissão no outono também tinha passado, porque o pior que podiam era dizer “não”, e na melhor das hipóteses era que eu iria à escola com ela. Eu me candidatei à BYU e fui aceito (tenho certeza que explicar que eu estava estudando a Igreja tinha muito a ver com isso). Fui para Utah e me apaixonei pelas montanhas, mas planejei transferir-me para uma universidade em Illinois depois de meu primeiro ano de BYU. Mas, durante o meu primeiro semestre em BYU, tive uma experiência esmagadora depois de pedir em oração se deveria me juntar à Igreja SUD. Esta experiência foi eufórico e me deu a sensação de ser um com Deus e ter um propósito maior. Eu nunca tive uma experiência assim antes, e parecia claro para mim que esse era o poder do Espírito Santo mencionado na promessa do Livro de Mórmon. Também me senti calmo e com paz ao ler o Livro de Mórmon e ao considerar outros ensinamentos da Igreja. Eu concluí que a calma e a paz também eram o poder do Espírito Santo me dizendo que todas essas coisas eram verdadeiras, então eu me juntei à Igreja no meu segundo semestre na BYU. Como Mórmon, não queria mais me transferir para uma universidade em Illinois.

Eu lutei um pouco com a minha crença na veracidade da Igreja durante meu primeiro ano como um Mórmon. Mas depois de ponderar e orar muito durante meu segundo ano em BYU, minha crença na Igreja cresceu e decidi fazer uma missão SUD. Voltei a casa dos meus pais, e em maio daquele ano, contei aos meus pais meus planos de fazer a missão e pedi se eles me ajudariam financeiramente se eu não conseguisse ganhar dinheiro suficiente para pagar toda a missão. Eles ficaram meio surpresos. Eles não tinham percebido o quão sério eu era sobre ser Mórmon. Mas eles concordaram em me ajudar quando necessário. Eu fui chamado para fazer uma missão no Brasil. Meus pais provavelmente pagaram cerca de metade das despesas da missão. Eu fiz uma missão honrosa, amei as pessoas, aprendi e amei a língua portuguesa, e voltei para casa depois de dois anos. A namorada Mórmon ainda era solteira quando voltei, mas acabara de ficar noiva, então se casou com outro pouco depois de eu voltar para os Estados Unidos.

Mas, voltei para BYU, namorei uma mulher incrível com quem me casei e comecei o caminho Mórmon prescrito de vida adulta. Nós tivemos cinco filhos; Eu tenho dois graus académicos através de BYU; Aceitei e me esforcei para cumprir vários chamados para ensinar e liderar na Igreja; nós sempre pagamos um dízimo integral de bom grado sobre a renda bruta; Eu orava diariamente pessoalmente, com minha esposa e em família; regularmente fazíamos a noite familiar semanalmente; e leio as escrituras diariamente. Embora parte do meu estudo das escrituras seja da Bíblia e de outras escrituras Mórmons, a maior parte do meu estudo das escrituras era de ler o Livro de Mórmon. Acredito que leu o livro pelo menos uma vez por ano, em média, durante meus anos como Mórmon devoto. Eu não estou relatando tudo isso para me gabar de que eu era um bom Mórmon. Como todo mundo, eu tinha e tenho meus defeitos e fraquezas. Listo esses marcos mórmons porque eles podem dar uma idéia da minha crença e devoção à Igreja e seus ensinamentos. Esta devoção era muito muito importante para mim. Para mim, era vida eterna ou morte real. Eu acho que não fiquei ansioso por não ser perfeito porque eu tinha um forte entendimento de que Deus não tinha expectativa que eu ficaria perfeito na mortalidade. Mas eu também aceitei a admoestação para se esforçar honestamente para fazer a vontade de Deus (Mateus 7:21) como um resultado natural da minha fé e caridade, com o entendimento de que a expiação era a única maneira de superar minhas fraquezas, falhas e pecados.

Então, um dia, mais que 24 anos depois de me converter a ser Mórmon, descobri informações históricas que contradiziam o que eu havia aprendido e compreendido sobre a Igreja. Os detalhes do que aprendi não são importantes. O mais relevante é que descobri que não recebi a divulgação completa sobre a Igreja a qual eu havia dedicado o resto da minha vida. Foi tão chocante que parecia dominar todo os meus pensamentos. Eu não conseguia parar de ler e tentar refutar as coisas problemáticas que eu estava descobrindo, mas quanto mais eu pesquisava, mais evidências se acumulavam contra as afirmações da veracidade da Igreja. Em cerca de três dias, percebi e admiti para mim mesma que não mais acreditava que a Igreja fosse o que afirmava ser. Fiquei estupefato com essa conclusão. Eu amava a Igreja. A Igreja tinha sido boa para mim. Eu admirava os líderes locais e os líderes gerais da Igreja. Eu aprendi muitas lições valiosas da Igreja. A Igreja levou me a minha esposa. MINHA ESPOSA!

Não me atingiu em nenhum momento específico, mas quanto mais difícil se tornava acreditar na Igreja, mais aterrorizado eu ficava com os danos que minha descrença poderia causar ao meu casamento e ao meu relacionamento com meus filhos. Minha esposa e meus filhos são tudo para mim. Não há nada neste mundo que se compare à importância da minha família para mim, e eu acreditava que era muito provável que minha esposa levasse as crianças e me deixasse se ela descobrisse que eu não acreditava na Igreja. Eu me convenci de que o melhor caminho seria tentar estudar, orar, jejuar, frequentar o templo e tentar reconstruir minha crença na Igreja. As evidências continuaram a se acumular contra as posições da Igreja. Depois de orar um dia, finalmente senti aquela sensação familiar de calma e paz. Foi a mesma percepção que tive centenas de vezes antes, da voz mansa e delicada do Espírito Santo, mas desta vez foi associada ao meu desejo de me afastar do mormonismo. (Foi só mais tarde que descobri que as pessoas têm esse tipo de percepção com frequência e que atribuem ao Espírito de Deus dizendo-lhes que todos os tipos de idéias contraditórias e mutuamente exclusivas são verdadeiras.) Eu terminei minha busca para provar a veracidade de Igreja. A partir desse ponto, minha pesquisa sobre a Igreja foi para entender a verdade, apesar do que eu queria que fosse verdadeiro.

Se eu não pudesse crer na Igreja, eu pensava que talvez pudesse fingir que acreditava e simplesmente ser um Mórmon ativo para o resto da minha vida. No entanto, desde que que me permiti questionar as ações e afirmações da Igreja, isso se tornou problemático para mim. Alguns se perguntam por que uma pessoa pode apoiar uma organização imperfeita como um governo ou empregador mas não quer apoiar uma igreja imperfeita. A diferença para mim é que a Igreja SUD alega que está acima de questionamento, que ela exige tudo de seus adeptos (e isso não é um exagero para aqueles que completaram a cerimônia de investidura do templo) e que ela se recusa a pedir desculpas por qualquer coisa (Veja a citação do Élder Oaks, apenas em inglês). Quando percebi estas coisas, percebi que nunca poderia apoiar uma organização como essa, seja um governo, um empregador ou uma igreja.

Então eu sabia que precisava contar à minha esposa sobre minha descrença na Igreja, mas eu estava evitando a verdade com a minha esposa há tanto tempo, que não sabia como contar a ela. Meu medo sobre o que esta divulgação poderia fazer para nossa família me deixou emocionalmente paralisado. Eu adiei falar com minha esposa sobre minha descrença por um longo tempo (o que só serviu para piorar as coisas quando finalmente divulguei minha descrença). Depois de contar a ela, a vida foi horrível por seis meses, e foi apenas um pouco menos horrível durante o resto daquele ano. As coisas melhoraram muito durante os anos seguintes, mas ainda é uma área de desconforto e dor para minha esposa e eu.

Considerando a luta que minha transição de fé causou a mim e à minha família, pode parecer estranho que eu queira divulgar informações sobre o Livro de Mórmon que possam contribuir para que outra pessoa passe por algo semelhante, mas estou convencido de que é a coisa certa a fazer. Primeiro de tudo, eu acho que bem poucos Mórmons devotos e crentes olharão para o que eu tenho a dizer sobre a religião deles. Eu não teria feito isso durante cerca de 24 anos quando era Mórmon devoto. Mas, mesmo que um crente devoto encontre meus escritos e isso os leve ao seu descontentamento da Igreja SUD, estou confortável com isso. Eu acho que quanto mais cedo um crente receber divulgação completa sobre as afirmações da Igreja, o melhor. É a verdade que eles provavelmente sofrerão como resultado, mas se eles não chegarem a descrença por causa de minhas divulgações, seus filhos provavelmente terão tal desafeto por causa de outras informações já existentes. Qual seria pior, o sofrimento da transição da fé agora, ou o sofrimento da transição da fé de várias pessoas depois? Além disso, se a Igreja SUD não fornecer uma divulgação completa, é a luta associada à descoberta da verdade sobre o Livro de Mórmon não a responsabilidade direta da Igreja SUD?

Eu acredito que a verdade deve ser publicada porque acho que a verdade é valiosa. Aqueles que já estão desmontando sua fé Mórmon podem se sentir justificados por minhas observações. Eu acho que aqueles que estão considerando a se unir à Igreja devem ter acesso fácil à informação que eu compilou para que eles não se unam, invistam milhares de dólares e horas e quantias imensuráveis de esforço emocional e comprometimento, apenas para descobrirem depois que eles não receberam a divulgação completa sobre o Livro de Mórmon. Em outras palavras, é possível que minhas observações sobre o Livro de Mórmon possam prevenir que algumas pessoas sofrer como eu sufri. Eu acho que tenho uma obrigação moral de revelar o que sei sobre o Livro de Mórmon.

A verdade é importante para mim, portanto, se eu tiver escrito algo que seja impreciso, por favor, corrija-me para que eu possa compartilhar a verdade.

Citação de Thomas Hardy sobre a verdade

O que diz sobre uma pessoa se ela é ofendida pela verdade? Afinal, “Os culpados consideram, portanto, a verdade dura, porque penetra-lhes até o âmago” (1 Né 16:2), e “as palavras da verdade são duras contra toda impureza” (2 Né 9:40).

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