Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 21
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1 E aconteceu
que Lími e seu povo voltaram para a cidade de Néfi e começaram a viver
novamente em paz na terra.
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2 E aconteceu
que, passados muitos dias, os lamanitas começaram a irar-se novamente contra
os nefitas e a atravessar as fronteiras da terra circunvizinha.
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3 Ora, não se
atreviam a matá-los por causa do juramento que seu rei havia feito a Lími; no
entanto, batiam-lhes nas faces e exerciam autoridade sobre eles;
e começaram a pôr pesados fardos sobre seus lombos e a
conduzi-los como a um jumento mudo.
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4 Sim, tudo
isso aconteceu para que se cumprisse a palavra do Senhor.
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5 Ora, as
aflições dos nefitas eram grandes e não havia meio de se livrarem das mãos
dos lamanitas, pois haviam sido cercados por eles de todos os lados.
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6 E aconteceu
que os do povo começaram a queixar-se ao rei por causa de suas aflições e
principiaram a ter desejo de fazer guerra aos lamanitas. E muito aborreceram
o rei com suas queixas; portanto, ele permitiu que procedessem de acordo com
seus desejos.
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7 E reuniram-se
novamente e vestiram suas armaduras e saíram contra os lamanitas para
expulsá-los de sua terra.
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8 E aconteceu
que os lamanitas os venceram e rechaçaram e mataram muitos deles.
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9 E houve
muito pranto e lamentações entre o povo de Lími, chorando a viúva
por seu marido, o filho e a filha por seu pai e os irmãos por seus irmãos.
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10 Ora, havia
muitas viúvas na terra e elas choravam muito, dia após dia, porque se havia
apoderado delas um grande temor dos lamanitas.
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11 E aconteceu
que seus contínuos lamentos incitaram o restante dos súditos de Lími contra
os lamanitas; e voltaram a guerrear, mas foram rechaçados novamente, sofrendo
grandes perdas.
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12 Sim, e ainda
voltaram a guerrear uma terceira vez, sofrendo da mesma forma; e os que não
pereceram voltaram para a cidade de Néfi.
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13 E
humilharam-se até o pó, sujeitando-se ao jugo do cativeiro, sendo espancados
e levados de um lado para outro e sobrecarregados, de acordo com os desejos
de seus inimigos.
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14 E humilharam-se com
a mais profunda humildade e clamaram fervorosamente a Deus; sim, clamavam
todo o dia a seu Deus, para que os livrasse de suas aflições.
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15 E o Senhor
mostrava-se vagaroso em ouvir-lhes as lamentações, por causa de
suas iniquidades; não obstante, o Senhor ouviu-lhes os lamentos e começou a
abrandar o coração dos lamanitas, de modo que principiaram a aliviar-lhes a
carga; contudo, o Senhor não julgou oportuno livrá-los do cativeiro.
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16 E aconteceu
que começaram, aos poucos, a prosperar na terra; e começaram a cultivar grãos
em maior abundância e a criar rebanhos e manadas para não sofrerem fome.
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17 Ora, havia
um número muito maior de mulheres que de homens; portanto, o rei
Lími ordenou a cada homem que dividisse o seu sustento com
as viúvas e seus filhos, para que não perecessem de fome; e isto
fizeram por causa do grande número de homens que haviam sido mortos.
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18 Ora, o povo
de Lími conservou-se o mais unido possível, num só grupo, e protegeu seus
grãos e seus rebanhos.
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19 E o próprio
rei não ousava sair das muralhas da cidade, a não ser acompanhado de seus
guardas, temendo cair, de alguma forma, nas mãos dos lamanitas.
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20 E fez com
que vigiassem a terra ao redor para ver se, de algum modo, conseguiriam
prender aqueles sacerdotes que haviam fugido para o deserto, que haviam
raptado as filhas dos lamanitas e feito cair sobre eles tão grande
destruição.
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21 Pois
desejavam prendê-los para castigá-los; porque haviam penetrado na terra de
Néfi durante a noite e carregado seus grãos e muitos de seus pertences preciosos;
ficaram, portanto, à espreita.
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22 E aconteceu
que não houve mais distúrbios entre os lamanitas e o povo de Lími, até a
época em que Amon e seus irmãos chegaram à terra.
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23 E o rei,
achando-se fora das portas da cidade com sua guarda, descobriu Amon e seus
irmãos. E supondo que fossem os sacerdotes de Noé, mandou prendê-los e
amarrá-los e jogá-los na prisão. E houvessem eles sido os sacerdotes de
Noé, ele teria mandado matá-los.
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24 Contudo,
quando descobriu que não eram, mas que eram seus irmãos e tinham vindo da
terra de Zaraenla, encheu-se de grande alegria.
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25 Ora, antes
da chegada de Amon o rei Lími enviara um pequeno número de homens
à procura da terra de Zaraenla; mas não a puderam encontrar e
perderam-se no deserto.
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26 Não
obstante, encontraram uma terra que havia sido habitada; sim, uma terra que
estava coberta de ossos secos; sim, uma terra que havia sido
habitada e destruída; e tendo suposto que fosse a terra de Zaraenla, voltaram
para a terra de Néfi, havendo chegado às suas fronteiras alguns dias antes da
chegada de Amon;
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27 E levaram
consigo um registro, o registro do povo cujos ossos haviam encontrado; e
estava gravado em placas de metal.
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28 E então Lími
novamente se encheu de alegria ao saber, pela boca de Amon, que o rei Mosias
tinha um dom de Deus, mediante o qual podia interpretar tais
gravações; sim, e Amon também se regozijou.
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A edição original do
Livro de Mórmon dizia “o rei Benjamim” aqui, não “o rei Mosias.” Na edição
original também Éter 4:1 refere-se ao rei Benjamim mantendo os registros
jareditas. O problema é que o rei Benjamim morreu muito antes deste ponto nesta
história.
Os apologistas
explicam que é bem plausível que um dos personagens do Livro de Mórmon
(talvez Amon ou uma escriba zenifita na passagem de Mosias ou talvez Morôni
em Éter) cometeu tal erro e que o erro tenha sido traduzido corretamente por
Joseph Smith.
Essa resposta
apologética faria sentido se o Livro de Mórmon fosse traduzido (no sentido
normal da palavra), por interpretar os caracteres egípcios reformados e
escrever a interpretação para o inglês. Em tal cenário, o tradutor quase
certamente passaria tal erro.
Mas as placas de
ouro não foram usadas na “tradução” do Livro de Mórmon (A Tradução do Livro de Mórmon). Desde que Joseph
utilizou uma rocha num chapéu para fazer a “tradução” pelo “dom e poder de
Deus,” então teria sido Deus que transmitiu o erro a Joseph.
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29 Não
obstante, Amon e os irmãos encheram-se de tristeza por haverem sido
mortos tantos de seus irmãos.
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30 E também por
terem, o rei Noé e seus sacerdotes, feito com que o povo cometesse tantos
pecados e iniquidades contra Deus; e também lamentaram a morte de
Abinádi, assim como a partida de Alma e dos que o haviam
acompanhado, os quais haviam formado uma igreja de Deus pela força e poder de
Deus e fé nas palavras que haviam sido proferidas por Abinádi.
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31 Sim,
lamentaram sua partida, porque não sabiam para onde haviam fugido; e de bom
grado se teriam unido a eles, pois também haviam feito um convênio com Deus
de servi-lo e guardar seus mandamentos.
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32 Ora, desde a
chegada de Amon o rei Lími e muitos de seu povo também haviam feito convênio
com Deus de servi-lo e guardar seus mandamentos.
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33 E aconteceu
que o rei Lími e muitos de seu povo desejavam ser batizados; mas ninguém
havia na terra que tivesse autoridade de Deus. E Amon recusou-se a
batizá-los, por considerar-se um servo indigno.
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34 Portanto,
naquela época eles não formaram uma igreja, esperando pelo Espírito do
Senhor. E desejavam tornar-se como Alma e seus irmãos, que haviam fugido para
o deserto.
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35 Desejavam
ser batizados, como prova e testemunho de que estavam dispostos a servir a
Deus de todo o coração; não obstante, adiaram o momento; e um relato de seu
batismo será feito mais adiante.
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36 Ora, toda a
preocupação de Amon e de seu povo e do rei Lími e de seu povo era livrarem-se
das mãos dos lamanitas e do cativeiro.
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