Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 47
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1 Voltaremos
agora, em nossos registros, a Amaliquias e aos que com
ele fugiram para o deserto; porque eis que ele, com aqueles que o
seguiram, subiu à terra de Néfi, entre os lamanitas, e instigou-os
contra o povo de Néfi a tal ponto que o rei dos lamanitas enviou uma
proclamação por toda a sua terra, a todo o seu povo, para que voltassem a
reunir-se, a fim de batalhar contra os nefitas.
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2 E aconteceu
que quando a proclamação se tornou conhecida, eles ficaram amedrontadíssimos;
sim, temiam desgostar o rei, como temiam também batalhar contra os nefitas,
receosos de perder a vida. E aconteceu que eles não queriam, ou seja, a
maioria deles não quis obedecer às ordens do rei.
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3 E aconteceu
que o rei ficou furioso em virtude dessa desobediência; portanto, ele deu a
Amaliquias o comando da parte de seu exército que obedecia às suas ordens, e
ordenou-lhe que os obrigasse a pegar em armas.
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4 Ora, eis que
esse era o desejo de Amaliquias; porque, sendo um homem muito sutil na
prática do mal, planejou em seu coração destronar o rei dos lamanitas.
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5 E ele tinha
então o comando dos lamanitas que estavam a favor do rei; e procurou
conquistar as boas graças dos que não eram obedientes; portanto, dirigiu-se
ao lugar chamado Onida, porque para lá tinham fugido todos os lamanitas;
porque eles descobriram que o exército se aproximava e, supondo que viesse
para destruí-los, fugiram para Onida, para o lugar de armas.
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6 E haviam
nomeado um homem para ser seu rei e comandante, tendo tomado a firme
resolução de que ninguém os obrigaria a ir contra os nefitas.
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7 E aconteceu
que se reuniram no alto de um monte chamado Antipas, a fim de prepararem-se
para combater.
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8 Ora, não era
intenção de Amaliquias combatê-los segundo as ordens do rei; eis, porém,
que sua intenção era conquistar as boas graças dos exércitos dos lamanitas,
para colocar-se como seu comandante e destronar o rei e tomar posse do reino.
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9 E eis que
aconteceu que ele fez o exército armar suas tendas no vale próximo ao monte
Antipas.
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10 E aconteceu
que quando anoiteceu, ele enviou uma embaixada secreta ao monte Antipas,
encarregada de fazer com que o comandante daqueles que se achavam no alto do
monte e cujo nome era Leônti, descesse ao pé do monte, porque desejava
falar-lhe.
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11 E aconteceu
que quando recebeu a mensagem, Leônti não ousou descer ao pé do monte. E
aconteceu que Amaliquias enviou mensageiros pela segunda vez, solicitando que
ele descesse. E aconteceu que Leônti não quis descer; e ele enviou
mensageiros pela terceira vez.
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12 E aconteceu
que quando viu que não conseguia fazer com que Leônti descesse do monte,
Amaliquias subiu ao monte até um ponto próximo do acampamento de Leônti; e
pela quarta vez mandou sua mensagem a Leônti, pedindo-lhe que descesse e
trouxesse seus guardas consigo.
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13 E aconteceu
que quando Leônti desceu com seus guardas até o lugar em que Amaliquias se
achava, Amaliquias propôs-lhe que descesse com seu exército durante a noite e
cercasse o acampamento dos homens que o rei o encarregara de comandar; e que
ele, Amaliquias, os entregaria nas mãos de Leônti, se ele o nomeasse
comandante imediato de todo o exército.
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14 E aconteceu
que Leônti desceu com seus homens e cercou os homens de Amaliquias, de modo
que antes de acordarem, ao raiar do dia, foram cercados pelos exércitos de
Leônti.
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15 E aconteceu
que quando se viram cercados, suplicaram a Amaliquias que lhes permitisse
juntar-se a seus irmãos, a fim de não serem destruídos. Ora, era justamente isso que
Amaliquias desejava.
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16 E aconteceu
que ele entregou seus homens, contrariando as ordens do rei. Ora,
era isto que Amaliquias desejava, a fim de realizar seus planos de destronar
o rei.
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17 Ora, era
costume dos lamanitas nomear o comandante imediato para ser o comandante,
caso seu primeiro comandante fosse morto.
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18 E aconteceu
que Amaliquias fez com que um de seus servos administrasse veneno, aos
poucos, a Leônti, de modo que ele morreu.
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19 Ora, morto
Leônti, os lamanitas nomearam Amaliquias como seu chefe e comandante geral.
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20 E aconteceu
que Amaliquias marchou com seus exércitos (porque havia conseguido
seus intentos) para a terra de Néfi, para a cidade de Néfi, que era a
cidade principal.
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21 E o rei
saiu-lhe ao encontro com seus guardas, supondo que Amaliquias tivesse
executado suas ordens e que houvesse conseguido reunir tamanho exército para
combater os nefitas.
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22 Mas eis que
quando o rei lhe saiu ao encontro, Amaliquias fez com que seus servos se
adiantassem para encontrar o rei. E inclinaram-se perante o rei, como se o
reverenciassem por sua grandeza.
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23 E aconteceu
que o rei estendeu a mão para levantá-los, em sinal de paz, segundo o costume
dos lamanitas, costume esse que haviam aprendido com os nefitas.
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24 E aconteceu
que quando havia levantado o primeiro, eis que ele apunhalou o rei no
coração; e ele caiu por terra.
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25 Ora, os servos
do rei fugiram; e os servos de Amaliquias gritaram, dizendo:
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26 Eis que os
servos do rei o apunhalaram no coração e ele caiu por terra e eles fugiram;
vinde e vede.
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27 E aconteceu
que Amaliquias ordenou a seus exércitos que avançassem para ver o que havia
acontecido ao rei; e quando eles chegaram e acharam o rei estendido por
terra, ensanguentado, Amaliquias fingiu estar irado e disse: Todos os que
amavam o rei devem partir em perseguição de seus servos, para que eles sejam
mortos.
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28 E aconteceu que
todos os que amavam o rei, ao ouvirem estas palavras, saíram em perseguição
aos servos do rei.
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29 Ora, quando
os servos do rei viram um exército perseguindo-os, ficaram novamente
amedrontados e fugiram para o deserto; e alcançaram a terra de Zaraenla,
juntando-se ao povo de Amon.
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30 E o exército
que os perseguia voltou, tendo-os perseguido em vão; e assim Amaliquias, com
sua fraude, conquistou o coração do povo.
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31 E aconteceu
que, ao amanhecer, entrou ele na cidade de Néfi com seus exércitos e tomou
posse da cidade.
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32 E aconteceu
então que a rainha, ao saber que o rei havia sido assassinado — pois
Amaliquias enviara uma embaixada à rainha, informando-a de que o rei havia
sido assassinado por seus servos; que ele os perseguira em vão com seus
exércitos e que haviam conseguido escapar —
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33 Portanto,
quando a rainha recebeu essa mensagem, respondeu a Amaliquias,
solicitando-lhe que poupasse o povo da cidade; e também lhe pediu que
comparecesse a sua presença; e também lhe pediu que fosse acompanhado de
testemunhas que pudessem testificar a respeito da morte do rei.
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34 E aconteceu
que Amaliquias levou o mesmo servo que matara o rei, bem como todos os que
estavam com ele; e apresentaram-se à rainha no lugar em que ela se
sentava; e todos testificaram que o rei fora assassinado por seus próprios
servos; e disseram mais: Eles fugiram; isto não testifica contra eles? E
assim satisfizeram eles a rainha no tocante à morte do rei.
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35 E aconteceu
que Amaliquias procurou obter as boas graças da rainha e tomou-a para esposa;
e assim, por meio de fraude e da ajuda de seus astutos servos, ele conseguiu
o reino; sim, foi reconhecido como rei em toda a terra, por todo o povo
lamanita, que era composto de lamanitas e de lemuelitas e de ismaelitas
e de todos os dissidentes dos nefitas, desde o reinado de Néfi até o tempo
presente.
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36 Ora,
esses dissidentes, tendo os mesmos ensinamentos e informações dos
nefitas, sim, tendo sido instruídos no mesmo conhecimento do
Senhor, não obstante, por estranho que pareça, pouco depois de sua dissensão
se tornaram mais duros e impenitentes e mais selvagens, iníquos e
ferozes que os lamanitas — absorvendo as tradições dos lamanitas,
entregando-se à indolência e a toda sorte de lascívia; sim, esquecendo-se por
completo do Senhor seu Deus.
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