Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 58
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1 E eis que então
aconteceu que nosso objetivo seguinte era conquistar a cidade de Mânti; mas
eis que não houve meio de fazê-los sair da cidade com nossas pequenas tropas.
Pois eis que se lembravam do que nós havíamos feito antes; portanto, não
conseguimos atraí-los para fora de suas fortalezas.
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2 E eles eram
tão mais numerosos do que nosso exército, que não nos atrevemos a atacá-los
em suas fortalezas.
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3 Sim, e
tornou-se necessário empregarmos nossos homens na defesa daquelas partes de
nossas terras que havíamos reconquistado; portanto, tornou-se necessário que
esperássemos, a fim de recebermos mais reforços da terra de Zaraenla e também
uma nova remessa de provisões.
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4 E aconteceu
que, assim, mandei uma embaixada ao governador de nossa terra, para colocá-lo
a par do que se passava com nosso povo. E aconteceu que ficamos esperando
receber provisões e reforços da terra de Zaraenla.
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5 Mas eis que
isso não nos ajudou muito; porque os lamanitas estavam também recebendo
grandes reforços diariamente e também muitas provisões; e essa era a nossa
situação naquela época.
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6 E os
lamanitas saíam contra nós de quando em quando, procurando destruir-nos por
meio de estratagemas; apesar disso não podíamos batalhar contra eles, por
causa de seus refúgios e fortificações.
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7 E aconteceu
que esperamos nessas difíceis circunstâncias pelo espaço de muitos meses, até
estarmos a ponto de perecer por falta de alimento.
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8 Mas aconteceu
que recebemos alimentos, os quais foram escoltados por um exército de dois
mil homens destinados a ajudar-nos; e esta foi toda a ajuda que recebemos
para defender-nos e evitar que nosso país caísse nas mãos de nossos inimigos;
sim, para combater um inimigo que era inumerável.
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9 Ora, não
sabíamos a razão dessas nossas complicações, ou seja, a causa pela qual não
nos enviavam mais reforços. Portanto, ficamos aflitos e também cheios de
temor de que, de alguma forma, os julgamentos de Deus caíssem sobre nossa
terra, provocando nossa queda e total destruição.
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10 Portanto,
elevamos a alma a Deus em oração, para que ele nos fortalecesse e livrasse
das mãos de nossos inimigos; sim, e que também nos desse força para conservar
nossas cidades e nossas terras e nossos bens, para sustento de nosso povo.
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11 Sim, e
aconteceu que o Senhor nosso Deus nos deu a certeza de que nos livraria; sim,
de tal modo que nos encheu a alma de paz e concedeu-nos grande fé e fez com
que tivéssemos esperança nele para nossa libertação.
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12 E criamos
coragem com o pequeno reforço recebido e dispusemo-nos, com determinação, a dominar
nossos inimigos e a manter nossas terras e nossos bens e nossas
esposas e nossos filhos e a causa de nossa liberdade.
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13 E assim
avançamos com toda a nossa força contra os lamanitas que se achavam na cidade
de Mânti; e armamos nossas tendas ao lado do deserto que ficava perto da
cidade.
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14 E aconteceu
que, na manhã seguinte, quando os lamanitas viram que nos achávamos nos
limites do deserto que ficava perto da cidade, enviaram espias para descobrir
o número e a força de nosso exército.
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15 E aconteceu
que quando viram que não éramos fortes, de acordo com nosso número, e temendo
que lhes cortássemos o sustento, a não ser que saíssem a batalhar contra nós
e matassem-nos; e também supondo que facilmente poderiam destruir-nos com
suas numerosas hostes, começaram a fazer preparativos para sair em combate
contra nós.
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16 E quando
vimos que estavam fazendo preparativos para vir contra nós, eis que fiz com
que Gide se escondesse no deserto com um pequeno número de homens e também
que Teômner, com um pequeno número de homens, se escondesse no deserto.
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17 Ora, Gide e
seus homens estavam à direita e os outros, à esquerda; e quando se esconderam
dessa maneira, eis que eu permaneci com o restante do meu exército naquele
mesmo local onde antes havíamos armado nossas tendas, para quando os
lamanitas saíssem a fim de lutar.
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18 E aconteceu
que os lamanitas saíram com seu numeroso exército contra nós. E quando
estavam a ponto de cair-nos em cima com suas espadas, fiz com que meus
homens, aqueles que estavam comigo, se retirassem para o deserto.
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A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o começo
e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa arma”
(ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl: an
innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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19 E aconteceu
que os lamanitas nos perseguiram com grande rapidez, porque estavam
imensamente desejosos de nos alcançar, para matar-nos; por isso
perseguiram-nos deserto adentro; e passamos por entre Gide e Teômner de tal
maneira que os lamanitas não os descobriram.
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20 E aconteceu
que depois de os lamanitas haverem passado, ou seja, depois de o exército
haver passado, Gide e Teômner saíram de seus esconderijos e interceptaram os
espias lamanitas, a fim de que não voltassem à cidade.
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21 E aconteceu
que após os haverem interceptado, correram para a cidade e caíram sobre as
sentinelas que haviam ficado para guardar a cidade; e destruíram-nas e
ocuparam a cidade.
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22 Ora, isso
aconteceu porque os lamanitas permitiram que todo o seu exército, com exceção
de apenas algumas sentinelas, fosse levado para o deserto.
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23 E aconteceu
que Gide e Teômner, por esse meio, haviam conseguido apoderar-se de suas
fortalezas. E aconteceu que tomamos nosso rumo, depois de muito andar pelo
deserto em direção à terra de Zaraenla.
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24 E quando os
lamanitas viram que estavam marchando em direção à terra de Zaraenla, ficaram
muito receosos, temendo que houvesse um plano para levá-los à destruição;
portanto, começaram a retirar-se novamente para o deserto, sim, pelo mesmo
caminho que haviam trilhado.
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25 E eis que
anoiteceu; e eles armaram suas tendas, porque os capitães-chefes dos
lamanitas supunham que os nefitas estavam cansados em virtude de sua marcha;
e pensando haver feito todo o exército retroceder, não se preocuparam com a
cidade de Mânti.
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26 Ora,
aconteceu que ao cair da noite fiz com que meus homens não dormissem, mas que
rumassem por outro caminho para a terra de Mânti.
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27 E em virtude
dessa nossa marcha noturna, eis que, quando amanheceu, estávamos à frente dos
lamanitas, de modo que chegamos antes deles à cidade de Mânti.
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28 E assim
aconteceu que, por meio deste estratagema, ocupamos a cidade de Mânti
sem derramamento de sangue.
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29 E aconteceu
que quando os exércitos dos lamanitas se aproximaram da cidade e viram que
estávamos preparados para enfrentá-los, ficaram muito espantados e foram tomados
de grande temor, de modo que fugiram para o deserto.
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30 Sim, e
aconteceu que os exércitos dos lamanitas fugiram de toda esta parte da terra.
Eis, porém, que levaram consigo muitas mulheres e crianças da terra.
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31 E todas as
cidades que haviam sido tomadas pelos lamanitas acham-se presentemente em
nosso poder; e nossos pais e nossas mulheres e nossos filhos estão voltando
para suas casas, com exceção somente dos que foram feitos prisioneiros e
levados pelos lamanitas.
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32 Mas eis que
nossos exércitos são pequenos para controlar um número tão grande de cidades
e territórios tão extensos.
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33 Eis, porém,
que confiamos em nosso Deus, que nos deu vitória sobre essas terras, de modo
que retomamos as cidades e terras que nos pertenciam.
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34 Ora, não sabemos
a razão por que o governo não nos manda mais reforços; nem os homens que nos
foram mandados sabem por que é que não recebemos maiores reforços.
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35 Eis que não
sabemos se haveis fracassado e haveis levado as tropas para essa parte da
terra; se for esse o caso, não desejamos reclamar.
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36 E se não for
esse o caso, eis que tememos que haja alguma dissensão no governo,
de modo que não nos enviam mais homens para auxiliarem-nos; porque sabemos
que há um número maior de homens do que aquele que nos enviaram.
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37 Mas eis que
não importa — confiamos em que Deus nos livrará, apesar da fraqueza
de nossos exércitos, sim, e livrar-nos-á das mãos de nossos inimigos.
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38 Eis que
estamos no fim do vigésimo nono ano e de posse de nossas terras; e os
lamanitas fugiram para a terra de Néfi.
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39 E os
filhos do povo de Amon, sobre quem tenho falado tão favoravelmente, estão
comigo na cidade de Mânti; e o Senhor fortaleceu-os, sim, e evitou que
caíssem pela espada, de modo que nenhum deles foi morto.
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A única arma pré-colombiana
que eu descobri que era semelhante a uma espada era a macuahuitl, que era
feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um bastão de críquete
com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante o suficiente para
uma espada que é muitas vezes referida como a espada asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
Além disso, observe que o autor indica a intervenção de Deus para os jovens
guerreiros.
Às vezes, quando o problema do mal é expresso, os apologistas argumentam que
Deus permite que o mal seja perpetrado, porque ele valoriza tanto o arbítrio
moral que ele não intercede pela vítima por respeito ao arbítrio do
perpetrador.
Espero que a maioria
ache repugnante essa ideia de Deus não estaria disposto a interceder sem mais
explicações. No entanto, para aqueles que precisam de mais explicações,
observe que este versículo explica que Deus está disposto a interceder por
uma vítima em potencial, independentemente do arbítrio moral de um pretenso perpetrador.
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40 Mas eis que
receberam muitos ferimentos; não obstante, permanecem firmes
na liberdade com que Deus os fez livres; e são diligentes em
lembrarem-se do Senhor seu Deus diariamente; sim, esforçam-se para obedecer
continuamente aos seus estatutos, e aos seus julgamentos, e aos seus
mandamentos; e é forte a sua fé nas profecias relativas ao que está para vir.
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41 E agora, meu
amado irmão Morôni, que o Senhor nosso Deus, que nos remiu e tornou livres,
te conserve continuamente em sua presença; sim, e favoreça este povo, para
que tenhais sucesso em obter a posse de tudo o que os lamanitas nos tomaram e
que se destinava a nossa subsistência. E agora, eis que concluo minha
epístola. Eu sou Helamã, filho de Alma.
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