Do Livro de Mórmon |
Anotações |
A segunda epístola
de Mórmon a seu filho Morôni.
Abrange o capítulo 9.
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Capítulo 9
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1 Meu amado
filho, torno a escrever-te a fim de que saibas que ainda estou vivo; mas
escrevo algumas coisas que são penosas.
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2 Porque eis
que tive uma violenta batalha com os lamanitas, na qual não saímos
vencedores; e Arqueantus caiu pela espada, assim como Lurã e Enron;
sim, e perdemos grande número de nossos melhores homens.
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A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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3 E agora eis
que temo, meu filho, que os lamanitas destruam este povo; porque não se
arrependem e Satanás instiga-os constantemente à ira, uns contra os
outros.
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4 Eis que estou
labutando com eles continuamente; e quando lhes transmito a palavra de Deus
com rigor, eles tremem e enraivecem-se contra mim; e quando não uso de
rigor, endurecem o coração contra a palavra de Deus; portanto, temo que o
Espírito do Senhor tenha deixado de lutar com eles.
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5 Porque se
encolerizam tanto, que me parece não terem medo da morte; e perderam o amor
uns pelos outros e têm sede de sangue e vingança continuamente.
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6 E agora, meu
amado filho, apesar da dureza deles, trabalhemos diligentemente; porque,
se deixarmos de trabalhar, estaremos sob condenação; porque enquanto
habitarmos este tabernáculo de barro, temos uma obra a executar, para
vencermos o inimigo de toda a retidão e para que nossa alma descanse no reino
de Deus.
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7 E agora
escrevo algo relativo ao sofrimento deste povo. Porque, segundo as notícias
que recebi de Amoron, eis que os lamanitas têm muitos prisioneiros, que eles
tiraram da torre de Serriza; e havia homens, mulheres e crianças.
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8 E eles
mataram os maridos e os pais dessas mulheres e crianças; e alimentam as
mulheres com a carne de seus maridos e as crianças com a carne de seus pais;
e não lhes dão mais que um pouco de água.
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9 E apesar
desta monstruosa abominação dos lamanitas, ela não excede a de nosso povo em
Moriântum. Pois eis que muitas das filhas dos lamanitas foram aprisionadas; e
depois de tê-las despojado daquilo que é mais caro e precioso do que
tudo, que é a castidade e a virtude —
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Mesmo que você
assuma o melhor e dê ao autor o benefício da dúvida de que ele não quis dizer
o que escreveu, o idioma é problemático aqui. O modo como está escrito indica
que uma pessoa não é casta e tem menos virtude por ter sido estuprada. A
agressão sexual geralmente deixa o sobrevivente se sentindo “sujo” ou “ruim,”
e esse tipo de linguagem reforça esses pensamentos e sentimentos imprecisos e
prejudiciais.
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10 E depois de
haverem feito isso, mataram-nas da mais cruel maneira, torturando-lhes o
corpo até a morte; e depois de fazerem isso, devoram-lhes a carne como feras
selvagens, por causa da dureza de seu coração; e fazem-no como prova de
bravura.
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11 Ó, meu amado
filho, como pode um povo como este, que está sem civilização —
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12 (E não faz
muitos anos, era um povo civilizado e agradável)
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13 Mas, ó meu
filho, como pode um povo como este, que se deleita com tanta
abominação —
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14 Como podemos
nós esperar que Deus detenha sua mão em juízo contra nós?
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15 Eis que meu
coração clama: Ai deste povo! Vem julgá-lo, ó Deus; e oculta seus pecados e
iniquidades e abominações de tua face!
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16 E, meu
filho, há muitas viúvas que permanecem em Serriza com as filhas; e
a parte das provisões que os lamanitas não levaram, eis que a levou o
exército de Zênefi, deixando que elas andem errantes em busca de
alimentos; e muitas mulheres idosas desfalecem pelo caminho e morrem.
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17 E o exército
que está comigo é fraco; e os exércitos dos lamanitas separam-me de Serriza e
todos os que fugiram para o exército de Aarão caíram, vítimas de
sua espantosa brutalidade.
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18 Oh! A
depravação de meu povo! Eles não têm ordem nem misericórdia. Eis que não sou
mais que um homem e não tenho mais que a força de um homem; e já não posso
fazer com que executem minhas ordens.
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19 E
tornaram-se fortes em sua perversão; e são igualmente brutais, a ninguém
poupando, nem velhos nem jovens; e deleitam-se em tudo que não é bom; e o
sofrimento de nossas mulheres e crianças sobre toda a face desta terra excede
a tudo; sim, a língua não o pode narrar nem pode ser escrito.
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20 E agora, meu
filho, já não quero falar sobre esta horrível cena. Eis que conheces a
iniquidade deste povo; tu sabes que não têm princípios nem sentimentos; e sua
iniquidade excede à dos lamanitas.
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21 Eis que, meu
filho, não posso recomendá-los a Deus, para que ele não me castigue.
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22 Mas eis, meu
filho, que te recomendo a Deus e confio em Cristo que tu serás salvo; e rogo
a Deus que te poupe a vida para testemunhares a volta de seu povo a
ele ou sua completa destruição; porque sei que todos devem perecer, a menos
que se arrependam e voltem para ele.
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23 E se
perecerem, será como com os jareditas, devido à obstinação de seus
corações, buscando sangue e vingança.
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24 E se eles
perecerem, sabemos que muitos de nossos irmãos se passaram para os
lamanitas e muitos mais ainda se passarão; por isso escreve mais algumas
coisas, se fores poupado e se eu perecer sem que te veja; tenho fé, porém, de
que logo te verei, porque tenho registros sagrados que te
desejaria confiar.
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25 Sê fiel em
Cristo, meu filho; e oxalá não te aflijam as coisas que te escrevi, a ponto
de causar-te a morte, mas possa Cristo animar-te; e os
seus sofrimentos e a sua morte e a manifestação do seu corpo a
nossos pais e sua misericórdia e longanimidade e a esperança de sua glória e
da vida eterna permaneçam em tua mente para sempre.
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26 E que a
graça de Deus, o Pai, cujo trono se acha nas alturas dos céus, e de nosso
Senhor Jesus Cristo, que se assenta à mão direita de seu poder até
que todas as coisas se sujeitem a ele, te acompanhe e permaneça contigo para
sempre. Amém.
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