Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 51
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1 E então
aconteceu, no começo do vigésimo quinto ano em que os juízes governaram o
povo de Néfi, tendo eles estabelecido paz entre o povo de Leí e o povo de
Moriânton a respeito de suas terras e tendo iniciado em paz o vigésimo quinto
ano;
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2 Embora a paz
total não tenha sido mantida por muito tempo na terra, porque surgiu uma
discórdia entre o povo concernente a Paorã, o juiz supremo, pois eis que uma
parte do povo desejava que alguns pontos específicos da lei fossem alterados.
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3 Mas eis que
Paorã não desejava nem consentiu que se alterasse a lei; de modo que não deu
ouvidos aos que lhe enviaram a sua voz com suas petições referentes à
alteração da lei.
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4 Por isso,
aqueles que desejavam a modificação da lei ficaram irados contra ele e não
quiseram que continuasse como juiz supremo da terra. Originou-se então acalorada
disputa sobre o assunto, mas não chegou a haver derramamento de sangue.
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5 E aconteceu
que aqueles que desejavam ver Paorã destituído do cargo de juiz supremo foram
chamados realistas, porque desejavam que a lei fosse modificada de uma forma
que derrubasse o governo livre e instituísse um rei na terra.
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6 E os que
desejavam que Paorã continuasse sendo o juiz supremo da terra tomaram o nome
de homens livres; e assim, dividiram-se, porque os homens livres haviam feito
o juramento, ou seja, o convênio de manter seus direitos e os privilégios de
sua religião por meio de um governo livre.
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7 E aconteceu
que essa questão foi decidida pela voz do povo. E aconteceu que a voz do povo
foi favorável aos homens livres; e Paorã manteve-se na cadeira de juiz, o que
causou muita satisfação aos irmãos de Paorã e também a muitos do povo da
liberdade, que também reduziram os realistas ao silêncio, de maneira que não
se atreveram a fazer oposição, mas viram-se obrigados a apoiar a causa da
liberdade.
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8 Ora, os que estavam
a favor de reis eram pessoas de alta linhagem e procuravam
tornar-se reis; e eram apoiados por aqueles que ambicionavam poder e
autoridade sobre o povo.
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9 Mas eis que
essa foi uma época crítica para tais discórdias entre o povo de Néfi; porque
eis que Amaliquias tornara a incitar o coração dos lamanitas contra os
nefitas e estava reunindo soldados de todas as partes de sua terra e
armando-os e preparando-os com todo o cuidado para a guerra; pois ele
havia jurado que beberia o sangue de Morôni.
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10 Veremos,
porém, que a promessa que ele fizera fora precipitada. Não obstante, ele
preparou-se e preparou seus exércitos para guerrear os nefitas.
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11 Ora, seus
exércitos não eram tão grandes como antes haviam sido, por causa dos muitos
milhares que haviam sido mortos pelas mãos dos nefitas; mas apesar de suas
grandes perdas, Amaliquias reunira um formidável exército, a ponto de não
recear descer à terra de Zaraenla.
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12 Sim, o
próprio Amaliquias desceu à frente dos lamanitas. E isto aconteceu no
vigésimo quinto ano do governo dos juízes; e foi ao mesmo tempo em que eles
começaram a resolver suas contendas relativas ao juiz supremo, Paorã.
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13 E aconteceu
que quando tiveram conhecimento de que os lamanitas vinham descendo para
batalhar contra eles, os homens que eram chamados realistas ficaram muito
contentes e recusaram-se a pegar em armas, porque estavam tão irados com
o juiz supremo e também com o povo da liberdade que não quiseram
pegar em armas para defender seu país.
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14 E aconteceu
que Morôni, quando viu isso e viu também que os lamanitas estavam
atravessando as fronteiras da terra, ficou sumamente irado com a obstinação
daquele povo por cuja preservação ele trabalhara com tanto empenho; sim,
ficou muito contrariado, enchendo-se-lhe a alma de ira contra eles.
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15 E aconteceu
que enviou uma petição com a voz do povo ao governador da terra,
solicitando-lhe que a lesse e desse a ele (Morôni) poder para obrigar aqueles
dissidentes a defenderem seu país ou para condená-los à morte.
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16 Porque sua
primeira preocupação era pôr termo àquelas contendas e dissensões entre o
povo; porque eis que, até então, isso havia sido a causa de toda a sua
destruição. E aconteceu que foi feito de acordo com a voz do povo.
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17 E aconteceu
que Morôni ordenou a seu exército que se lançasse contra os realistas para
abater-lhes o orgulho e a altivez e derrubá-los por terra; ou deveriam pegar
em armas e ajudar a apoiar a causa da liberdade.
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18 E aconteceu
que os exércitos marcharam contra eles; e abateram-lhes o orgulho e a altivez
de tal modo que, ao pegarem em armas para lutar contra os homens de Morôni,
foram logo mortos e derrubados por terra.
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19 E aconteceu
que era quatro mil o número dos dissidentes derrubados pela espada; e
os seus chefes que não morreram na luta foram levados para a prisão, porque
naquele momento não havia tempo para julgá-los.
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Alma 51:19-20
A única arma pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada
era a macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante
a um bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É
semelhante o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a
espada asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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20 E os
restantes daqueles dissidentes, em vez de se deixarem matar pela espada,
renderam-se ao estandarte da liberdade e foram compelidos a hastear
o estandarte da liberdade em suas torres e em suas cidades e a
pegar em armas para a defesa de seu país.
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Anotação para Alma 51:19-20 acima
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21 E assim
Morôni pôs fim àqueles realistas, de modo que não restou homem algum que
fosse conhecido pela denominação de realista; e, desta maneira, pôs fim à
obstinação e ao orgulho daqueles que diziam ter sangue nobre; e foram
obrigados a ser humildes como seus irmãos e a lutar valentemente em defesa de
sua liberdade.
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22 Então
aconteceu que, enquanto Morôni estava assim acabando com as guerras
e contendas entre seu próprio povo, sujeitando-o à paz e à civilização e
fazendo regulamentos a fim de preparar-se para a guerra contra os lamanitas,
eis que os lamanitas penetraram na terra de Morôni, situada nas fronteiras
perto do mar.
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23 E aconteceu
que os nefitas não estavam suficientemente fortes na cidade de Morôni e, por
isso, foram expulsos por Amaliquias, que matou muitos deles. E aconteceu que
Amaliquias tomou posse da cidade, sim, apoderou-se de todas as suas
fortificações.
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24 E os que
fugiram da cidade de Morôni foram para a cidade de Nefia; e também os
habitantes da cidade de Leí reuniram-se e prepararam-se, ficando prontos para
enfrentar os lamanitas.
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25 Mas
aconteceu que Amaliquias não permitiu que os lamanitas atacassem a cidade de
Nefia, mas conservou-os perto do mar, deixando homens em todas as cidades
para mantê-las e defendê-las.
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26 E assim
seguiu ele ocupando muitas cidades, a cidade de Nefia e a cidade de Leí e a
cidade de Moriânton e a cidade de Ômner e a cidade de Gide e a cidade de
Muleque, as quais ficavam todas situadas nas fronteiras do leste, perto do
mar.
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27 E assim,
pela astúcia de Amaliquias, com suas inúmeras hostes os lamanitas se haviam
apoderado de muitas cidades, as quais estavam
todas fortificadas solidamente segundo o tipo das fortificações de
Morôni; e todas elas serviram de fortaleza para os lamanitas.
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28 E aconteceu
que marcharam para as fronteiras da terra de Abundância, fazendo os nefitas
retrocederem e matando muitos deles.
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29 Mas
aconteceu que foram enfrentados por Teâncum, que
havia matado Moriânton e detido a fuga de seu povo.
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30 E aconteceu
que ele também deteve Amaliquias, que marchava com seu numeroso exército para
apoderar-se da terra de Abundância e também da terra do norte.
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31 Mas eis que
Amaliquias ficou grandemente desapontado ao ser repelido por Teâncum e seus
homens, que eram grandes guerreiros; pois cada um dos homens de Teâncum
sobrepujava os lamanitas em força e destreza de guerra, de modo que obtiveram
vantagem sobre os lamanitas.
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32 E aconteceu
que eles os atacaram e mataram até o escurecer. E aconteceu que Teâncum e
seus homens armaram suas tendas nas fronteiras da terra de Abundância; e
Amaliquias armou suas tendas na praia, nas fronteiras junto à costa; e deste
modo foram eles rechaçados.
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33 E aconteceu
que, depois de anoitecer, Teâncum e seu servo saíram furtivamente e
dirigiram-se ao acampamento de Amaliquias; e eis que o sono os havia dominado
em virtude de sua grande fadiga, causada pelos labores e pelo calor do dia.
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34 E aconteceu
que Teâncum penetrou secretamente na tenda do rei e atravessou-lhe o coração
com uma lança; e causou a morte imediata do rei, de modo que não chegou
a despertar seus servos.
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35 E regressou
secretamente ao seu acampamento e eis que seus homens dormiam; e despertou-os
e relatou-lhes tudo o que havia feito.
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36 E fez com
que seus exércitos ficassem de prontidão, por medo de que os lamanitas
tivessem despertado e fossem atacá-los.
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37 E assim terminou
o vigésimo quinto ano em que os juízes governaram o povo de Néfi; e assim
terminaram os dias de Amaliquias.
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