Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 62
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1 E então
aconteceu que quando Morôni recebeu esta epístola, seu coração encheu-se de
coragem e de imensa alegria, devido à fidelidade de Paorã e por não ser ele
um traidor da liberdade e da causa de sua pátria;
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2 Mas também se
lamentou muito por causa da iniquidade daqueles que afastaram Paorã da
cadeira de juiz, sim, em suma, por causa daqueles que se rebelaram contra seu
país e seu Deus.
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3 E aconteceu
que Morôni tomou um pequeno número de homens, segundo o desejo de Paorã, e
entregou a Leí e a Teâncum o comando do restante de seu exército e marchou
para a terra de Gideão.
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4 E hasteou
o estandarte da liberdade em todos os lugares em que
entrou e incorporou todas as forças que pôde em sua marcha para a terra de Gideão.
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5 E aconteceu
que milhares se reuniram sob seu estandarte e empunharam as espadas em
defesa de sua liberdade, a fim de não caírem em cativeiro.
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A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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6 E assim,
quando Morôni reuniu todos os homens que lhe foi possível no transcurso de
sua marcha, dirigiu-se para a terra de Gideão; e unindo suas forças às de
Paorã, tornaram-se muito fortes, até mais fortes que os homens de
Pácus, rei dos dissidentes que haviam expulsado
os homens livres da terra de Zaraenla e ocupado a terra.
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7 E aconteceu
que Morôni e Paorã desceram com seus exércitos à terra de Zaraenla e
marcharam contra a cidade; e enfrentaram os homens de Pácus, batalhando contra
eles.
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8 E eis que
Pácus foi morto, seus homens foram aprisionados e Paorã foi reconduzido à
cadeira de juiz.
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9 E os homens
de Pácus foram julgados de acordo com a lei, o mesmo acontecendo aos
realistas que haviam sido dominados e presos; e foram executados segundo
a lei; sim, os homens de Pácus e os realistas, todos os que não quiseram
pegar em armas na defesa de seu país, mas que lutaram contra ele, foram
executados.
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10 E assim, foi
necessária a observância rigorosa dessa lei para segurança do país. Sim, e
todos os que negavam sua liberdade eram rapidamente executados de acordo
com a lei.
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11 E assim
terminou o trigésimo ano em que os juízes governaram o povo de Néfi, tendo
Morôni e Paorã restaurado a paz na terra de Zaraenla entre seu próprio povo,
tendo infligido a morte a todos os que não eram fiéis à causa da liberdade.
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12 E aconteceu,
no começo do trigésimo primeiro ano em que os juízes governaram o povo de
Néfi, que Morôni providenciou o envio imediato de provisões e também enviou
um exército de seis mil homens a Helamã, a fim de ajudá-lo a defender aquela
parte da terra.
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13 E também
providenciou para que um exército de seis mil homens, com suficiente
quantidade de víveres, fosse enviado aos exércitos de Leí e Teâncum. E
aconteceu que isto foi feito para fortificar a terra contra os lamanitas.
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14 E aconteceu
que Morôni e Paorã, tendo deixado um grande número de homens na terra de
Zaraenla, marcharam com um grande numero de homens em direção à terra de
Nefia, dispostos a derrotar os lamanitas naquela cidade.
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15 E aconteceu
que quando marchavam para aquela terra, capturaram um grande número de
lamanitas e mataram muitos deles; e apoderaram-se de suas provisões e armas
de guerra.
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16 E aconteceu
que depois de havê-los capturado, obrigaram-nos a fazer um convênio de que
não mais pegariam suas armas de guerra contra os nefitas.
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17 E após terem
feito esse convênio, enviaram-nos para habitar com o povo de Amon; e era de
aproximadamente quatro mil o número dos que não haviam sido mortos.
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18 E aconteceu
que após tê-los despedido, continuaram sua marcha em direção à terra de
Nefia. E aconteceu que quando chegaram à cidade de Nefia, armaram suas tendas
nas planícies de Nefia, que ficam próximas à cidade de Nefia.
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19 Ora, Morôni
desejava que os lamanitas saíssem para batalhar contra eles nas planícies;
mas os lamanitas, sabendo de sua grande coragem e vendo como eram numerosos,
não ousaram sair contra eles; portanto, não saíram para combatê-los naquele
dia.
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20 E quando
anoiteceu, Morôni saiu na escuridão da noite e subiu ao alto da muralha para
descobrir em que parte da cidade os lamanitas se achavam acampados com seu
exército.
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21 E aconteceu
que eles se encontravam no leste, perto da entrada; e estavam todos dormindo.
E então Morôni voltou para seu exército e fez com que preparassem rapidamente
fortes cordas e escadas, a fim de serem descidas, do alto da muralha, para o
seu interior.
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22 E aconteceu
que Morôni fez com que seus homens avançassem e galgassem o alto da muralha e
descessem naquela parte da cidade, sim, na parte ocidental, onde os
lamanitas não se achavam acampados com seus exércitos.
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23 E aconteceu
que todos desceram à cidade durante a noite, pelas suas fortes cordas e
escadas; assim, quando amanheceu, estavam todos dentro das muralhas da
cidade.
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Qual a probabilidade
de que não houvesse um único guarda que notasse, até a manhã chegar, os
exércitos esgueirando-se à cidade por cima dos muros?
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24 E então,
quando acordaram e viram que os exércitos de Morôni se achavam dentro das
muralhas, os lamanitas ficaram tão amedrontados que fugiram pela passagem.
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25 E então,
quando viu que estavam fugindo dele, Morôni fez com que seus homens
marchassem contra eles; e mataram muitos e cercaram muitos outros e
aprisionaram-nos; e os restantes fugiram para a terra de Morôni, que ficava
nas fronteiras junto à costa.
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26 Assim,
Morôni e Paorã ocuparam a cidade de Nefia sem perder um só homem; e muitos
dos lamanitas foram mortos.
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27 Ora,
aconteceu que muitos dos lamanitas que foram aprisionados desejavam juntar-se
ao povo de Amon e tornar-se um povo livre.
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28 E aconteceu
que a todos os que manifestaram esse desejo, foi concedido segundo seus
desejos.
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29 De modo que
todos os prisioneiros lamanitas se uniram ao povo de Amon e começaram a
trabalhar com afã, lavrando a terra, semeando toda espécie de grãos e criando
rebanhos e manadas de toda espécie; e assim os nefitas foram aliviados de uma
grande carga; sim, pois viram-se livres de todos os prisioneiros lamanitas.
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30 Ora,
aconteceu que Morôni, depois de haver ocupado a cidade de Nefia — tendo
feito muitos prisioneiros, o que reduziu consideravelmente os exércitos dos
lamanitas; e tendo recuperado muitos nefitas que haviam sido presos, o que
reforçou consideravelmente o exército de Morôni — saiu Morôni por essa
razão da terra de Nefia para a terra de Leí.
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31 E aconteceu
que quando viram que Morôni marchava contra eles, os lamanitas novamente
ficaram amedrontados e fugiram do exército de Morôni.
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32 E aconteceu
que Morôni e seu exército os perseguiram de cidade em cidade até que
encontraram Leí e Teâncum. E os lamanitas fugiram de Leí e Teâncum e desceram
pelas fronteiras perto da costa, até chegarem à terra de Morôni.
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33 E todos os
exércitos dos lamanitas reuniram-se formando um só corpo, na terra de Morôni.
Ora, Amoron, rei
dos lamanitas, estava também com eles.
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34 E aconteceu
que Morôni e Leí e Teâncum acamparam com seus exércitos nas fronteiras da
terra de Morôni, de modo que os lamanitas ficaram cercados, nas fronteiras,
pelo deserto ao sul; e, nas fronteiras, pelo deserto a leste.
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35 E assim
acamparam para passar a noite. Porque eis que tanto os nefitas como os
lamanitas estavam cansados, em virtude da extensa marcha; portanto, não
formularam estratagema algum durante a noite, com exceção de Teâncum; pois
ele estava extremamente irado contra Amoron, visto que considerava Amoron e
Amaliquias, seu irmão, a causa dessa grande e duradoura guerra
entre eles e os lamanitas, a qual resultara em tanta luta e derramamento de
sangue, sim, e em tanta fome.
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36 E aconteceu
que Teâncum, em sua ira, penetrou no acampamento dos lamanitas, descendo
pelas muralhas da cidade. E foi de lugar em lugar, com uma corda, até que
encontrou o rei; e arremessou-lhe uma lança que penetrou junto ao
coração. Mas eis que o rei, antes de morrer, despertou seus servos, de modo
que eles perseguiram Teâncum e mataram-no.
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37 Ora,
aconteceu que quando souberam que Teâncum estava morto, Leí e Morôni ficaram
muito tristes; porque eis que ele havia sido um homem que lutara valentemente
por seu país, sim, um verdadeiro amigo da liberdade; e havia passado por
muitas e grandes aflições. Eis, porém, que estava morto e seguira o caminho
de toda a Terra.
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38 Ora,
aconteceu que na manhã seguinte Morôni avançou contra os lamanitas,
matando-os em uma grande carnificina; e expulsaram-nos da terra; e eles
fugiram, não voltando mais, naquela ocasião, a atacar os nefitas.
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39 E assim
terminou o trigésimo primeiro ano em que os juízes governaram o povo de Néfi;
e eles haviam tido guerras e derramamento de sangue e fome e aflições pelo
espaço de muitos anos.
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40 E houvera
muitos crimes e contendas e dissensões e toda sorte de iniquidades entre o
povo de Néfi; no entanto, por amor aos justos, sim, por causa das orações dos
justos, eles foram poupados.
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41 Mas eis que,
por causa da longa duração da guerra entre nefitas e lamanitas, muitos se
tornaram insensíveis devido à longa duração da guerra; e muitos foram
abrandados em virtude de suas aflições, de modo que se humilharam
perante Deus com a mais profunda humildade.
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42 E aconteceu
que depois de haver fortificado as partes da terra que estavam mais expostas
aos lamanitas, até se tornarem suficientemente fortes, Morôni voltou para a
cidade de Zaraenla; e também Helamã regressou ao local de sua herança; e uma
vez mais houve paz entre o povo de Néfi.
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43 E Morôni
entregou o comando de seus exércitos às mãos de seu filho, cujo nome era
Moronia; e retirou-se para sua própria casa, a fim de passar o resto de seus
dias em paz.
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44 E Paorã
voltou para a cadeira de juiz; e Helamã voltou a pregar ao povo a
palavra de Deus; pois em vista de tantas guerras e contendas, tornara-se
necessário que novamente se procedesse a uma regulamentação na igreja.
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45 Portanto,
Helamã e seus irmãos saíram declarando a palavra de Deus com grande
poder, convencendo a muitos de suas iniquidades, o que fez com que
se arrependessem de seus pecados e fossem batizados para o Senhor seu Deus.
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46 E aconteceu
que organizaram novamente a igreja de Deus por toda a terra.
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47 Sim, e foram
feitos regulamentos relativos à lei. E foram escolhidos os
seus juízes e os seus juízes superiores.
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48 E o povo de
Néfi começou outra vez a prosperar na terra e a multiplicar-se e a
tornar-se novamente muito poderoso. E
principiaram a ficar excessivamente ricos.
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49 Entretanto,
apesar de suas riquezas, de seu poder e de sua prosperidade, não se encheram
de orgulho nem eram vagarosos em lembrar-se do Senhor seu Deus; mas
humilhavam-se profundamente perante ele.
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50 Sim,
lembravam-se das grandes coisas que o Senhor havia feito por eles, de que os
havia livrado da morte e do cativeiro e de prisões e de toda sorte de
sofrimentos; e de que ele os havia libertado das mãos de seus inimigos.
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51 E oravam
constantemente ao Senhor seu Deus, tanto que o Senhor os abençoou segundo sua
palavra, de modo que se tornaram fortes e prosperaram na terra.
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52 E aconteceu que
todas essas coisas foram feitas. E Helamã morreu no trigésimo quinto ano em
que os juízes governaram o povo de Néfi.
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