Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 7
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1 E então
aconteceu que, passados alguns anos, apareceu entre o povo de Néfi um homem
cujo nome era Serém.
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2 E aconteceu
que ele começou a pregar ao povo e a declarar-lhes que não haveria Cristo
algum. E pregou muitas coisas que eram lisonjeiras para o povo; e isto fez a
fim de destruir a doutrina de Cristo.
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3 E trabalhou diligentemente
para desviar o coração do povo, tanto que conseguiu desviar muitos corações;
e sabendo que eu, Jacó, tinha fé no Cristo que haveria de vir, procurou
muito uma oportunidade para encontrar-se comigo.
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4 E ele era
instruído, de modo que tinha perfeito conhecimento da língua do povo; podia,
portanto, usar de muita lisonja e muita eloquência, de acordo com o poder do
diabo.
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5 E tinha
esperança de afastar-me da fé, não obstante as muitas revelações e
o muito que eu vira com referência a estas coisas; porque eu
verdadeiramente vira anjos e recebera o seu ministério. E também ouvira a voz
do Senhor, verdadeiramente me falando de tempos em tempos; portanto, eu
não podia ser abalado.
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Note como Jacó fala
de suas muitas revelações, vendo anjos, sendo ministrado por anjos e ouvindo
a voz do Senhor verdadeiramente falar com ele.
Com escrituras como
esta, é razoável defender os apóstolos e profetas de hoje quando estão
ambíguos sobre se eles veem Jesus e falam com Jesus explicando que as
experiências são sagradas demais para serem compartilhadas?
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6 E aconteceu
que ele veio a mim e desta maneira falou-me, dizendo: Irmão Jacó, procurei
muito esta oportunidade de falar-te, porque ouvi e também sei que tens andado
muito, pregando o que chamas de evangelho, ou seja, a doutrina de Cristo.
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7 E tu tens
desviado muitos deste povo, de maneira que pervertem o caminho correto de
Deus e não guardam a lei de Moisés, que é o caminho correto; e
convertes a lei de Moisés na adoração de um ser que dizes que virá daqui a muitos
séculos. E agora eis que eu, Serém, declaro-te que isso é blasfêmia; pois
nenhum homem sabe de tais coisas, porque não pode falar de coisas
futuras. E desta
maneira Serém contendia comigo.
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8 Mas eis que o
Senhor Deus me derramou na alma o seu Espírito, de maneira que eu o
confundi em todas as suas palavras.
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9 E disse-lhe:
Negas o Cristo que virá? E ele disse: Se houvesse um Cristo, eu não o
negaria; sei, porém, que não existe Cristo algum, nem existiu, nem existirá.
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10 E disse-lhe
eu: Crês nas escrituras? E
ele disse: Sim.
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Jacó 7:10-11
É a verdade que
muitos dos profetas escreveram sobre o ungido. Mas eles usavam a palavra
hebraica para falar sobre o ungido. Essa palavra é “Messias,” e esta é a
palavra que seria nos registros judaicos naquele épico. Mas, se devemos
entender o Livro de Mórmon literalmente, 2 Né 10:3
nos diz que Cristo era o
nome de Jesus. No entanto, Cristo é do grego “Christos,” que é um título que
significa “ungido.” Mas, para fins de discussão, vamos supor que esses
antigos hebreus, centenas de anos antes do nascimento do Salvador, estão
usando o grego “Christos” como um nome para Jesus que é o ungido que ainda
estava por vir. Este versículo nos diz que os profetas antes disto tudo
falaram sobre Christos. No entanto, não há uma menção de Christos (por este
nome alegado) em qualquer texto descoberto que antecede a Jesus.
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11 E eu disse: Então
não as entendes, porque elas verdadeiramente testificam de Cristo. Eis que
te digo que nenhum dos profetas escreveu nem profetizou sem ter
falado sobre esse Cristo.
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Anotação para Jacó 7:10-11 acima
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12 E isto não é
tudo — foi-me manifestado, porque eu vi e ouvi; e foi-me também
manifestado pelo poder do Espírito Santo; sei, portanto, que, se
não houver expiação, toda a humanidade certamente se perderá.
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13 E aconteceu
que ele me disse: Mostra-me um sinal, por esse poder do Espírito Santo
mediante o qual sabes tanto.
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Os profetas do Livro
de Mórmon e os profetas modernos da Igreja ensinam que o Livro de Mórmon foi
escrito para os nossos dias e que os crentes devem comparar as palavras do
livro a suas próprias vidas. Este é um caso em que isso não funciona tão bem.
Talvez alguns gostariam buscar sinais miraculosos como Serém, mas a maioria
das pessoas gostaria apenas de evidências razoáveis para as alegações
extraordinárias do Livro de Mórmon, incluindo a divindade de Cristo. Eu acho
que o próprio Livro de Mórmon ensina que a busca por evidências é válida e
boa.
2 Né 11:4, 6-7 - A
alma de Néfi “se regozija em provar ao [seu] povo a veracidade da vinda de
Cristo.”
Helamã 5:50 - Os
presos veem os filhos de Helamã, Néfi e Leí, cercados como que por fogo; veem
anjos; e ouvem vozes. Quando os prisioneiros explicaram estas coisas aos
lamanitas, “a maior parte dos lamanitas se convencesse [destas coisas] em
virtude da grandeza das evidências.”
Não nos dê sinais.
Por favor, nos dê evidências extraordinárias.
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14 E eu
disse-lhe: Quem sou eu para tentar a Deus, a fim de mostrar-te um sinal do
que tu sabes ser verdade? Não obstante, tu negá-lo-ás, porque és
do diabo. Contudo, não seja feita a minha vontade; mas se Deus te
ferir, que seja esse um sinal para ti de que ele tem poder tanto nos céus
como na Terra; e também de que Cristo virá. E seja feita a tua vontade, ó
Senhor, e não a minha.
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Infelizmente, muitos
crentes devotos comparam este versículo a si mesmos. Alguns acusam os
ex-crentes de saberem que a Igreja SUD é o que ela afirma ser. Outros declaram os ex-crentes
são do diabo.
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15 E aconteceu
que quando eu, Jacó, disse estas palavras, o poder do Senhor desceu sobre
ele, de modo que ele caiu por terra. E aconteceu que foi alimentado pelo
espaço de muitos dias.
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16 E aconteceu
que ele disse ao povo: Reuni-vos amanhã, porque vou morrer; portanto, desejo
falar ao povo antes de morrer.
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17 E aconteceu
que no dia seguinte a multidão se reuniu; e ele falou-lhes claramente, negou
as coisas que havia ensinado e confessou o Cristo e o poder do Espírito Santo
e o ministério de anjos.
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18 E disse-lhes
claramente que havia sido enganado pelo poder do diabo. E
falou do inferno e da eternidade e do castigo eterno.
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De acordo com
D&C 19:6-12, as palavras “infinito” e “eterno” não significam sem fim
quando se trata de “tormento infinito” ou “condenação eterna.” Esses
versículos da D&C explicam que essas palavras são usadas porque, “é mais
expresso do que outras escrituras, que pode funcionar no coração dos filhos
dos homens.” Como é que as pessoas provavelmente entendem essas palavras
quando as lêem? É comunicação honesta para o Livro de Mórmon usar estas
palavras se D&C 19 revela o significado real delas?
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19 E disse:
Temo haver cometido o pecado imperdoável, porque menti a Deus; pois
neguei o Cristo e disse que acreditava nas escrituras; e elas verdadeiramente
testificam dele. E por haver assim mentido a Deus, tenho muito medo de que a
minha situação seja terrível; mas a Deus confesso-me.
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20 E aconteceu
que após ter dito estas palavras, nada mais pôde dizer e entregou o
espírito.
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21 E a
multidão, tendo testemunhado que ele dissera estas coisas quando estava
prestes a entregar o espírito, ficou muito assombrada; tanto que o poder de
Deus desceu sobre eles e foram dominados, de modo que caíram por terra.
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Este é o primeiro
exemplo que notei no Livro de Mórmon de um grupo que está tão surpreso ou
sobrecarregado pelo Espírito que todos caem na terra.
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22 Ora, isso
agradou a mim, Jacó, pois havia-o pedido a meu Pai, que estava no céu; ele
ouvira, pois, o meu clamor e respondera a minha oração.
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23 E aconteceu
que a paz e o amor de Deus foram mais uma vez restaurados entre o povo; e
eles examinaram as escrituras e não mais deram ouvidos às palavras
desse homem iníquo.
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24 E aconteceu
que muitos meios foram imaginados para regenerar os lamanitas e
reconduzi-los ao conhecimento da verdade; mas tudo foi em vão, pois eles
deleitavam-se em guerras e derramamento de sangue e
tinham um ódio eterno contra nós, seus irmãos. E procuravam
continuamente destruir-nos com o poder de suas armas.
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25 Portanto, o
povo de Néfi se fortaleceu contra eles, com suas armas e com todo o seu
poder, confiando no Deus e rocha de sua salvação; portanto, se
tornaram, até aquele momento, vencedores de seus inimigos.
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26 E aconteceu
que eu, Jacó, comecei a envelhecer; e como o registro deste povo está sendo
escrito nas outras placas de Néfi, termino, portanto, este
registro, declarando que escrevi segundo o melhor do meu conhecimento,
dizendo que o tempo passou para nós e nossa vida também passou como
se fosse um sonho, sendo nós um povo solitário e solene, errante,
expulso de Jerusalém, nascido em meio a tribulações num deserto e odiado por
nossos irmãos, o que causou guerras e contendas; assim, lamentamo-nos até o
fim de nossos dias.
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De piotrkaplanstwo em exMormon Reddit (apenas em inglês),
Este é um versículo importante para quebrar uma das linhas apologéticas que ‘Talvez
não tenhamos evidências de DNA porque o povo do Livro de Mórmon não estava
sozinho na terra. Seu DNA está oculto, por ser misturado com uma população
muito maior.’ ‘Sendo nós um povo solitário e solene, errante’ não deixa muita
margem de manobra sobre o assunto.
Esse versículo
também é problemático quando se tenta conciliar o crescimento populacional
mencionado em várias partes do Livro de Mórmon com a realidade de crescimento
populacional. As populações não saltam magicamente de uma dúzia de indivíduos
para milhões em apenas algumas décadas. A resposta apologética a isso é
frequentemente: ‘Eles estavam se misturando e de algum modo assimilando
completamente as culturas das populações existentes.’
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27 E eu, Jacó,
vi que logo deveria baixar à sepultura; portanto, disse ao meu
filho Enos: Toma estas placas. E transmiti-lhe as coisas que meu irmão
Néfi me ordenara; e Enos prometeu obediência às ordens. E termino meu
registro nestas placas, tendo escrito pouco; e despeço-me do leitor,
esperando que muitos de meus irmãos possam ler as minhas palavras. Irmãos, adeus.
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Em inglês, esse
versículo usa a palavra francesa “adieu,” que é traduzida como “adeus” em
português.Muitos críticos do Livro de Mórmon argumentam que uma palavra
francesa não teria sido usada numa tradução do egípcio reformado para o
inglês. Eu não acho essa crítica convincente. Eu gosto deste argumento:
“A palavra adieu é
definida em um dicionário do dia de Joseph Smith como ‘uma despedida; uma
expressão de bondade na despedida de amigos’ [significando que eu te
recomendo a Deus]. (Noah Webster, An American Dictionary of the English
Language, 1828). Embora a palavra seja de origem francesa, havia encontrado
um uso comum no início do século XIX na Nova Inglaterra” (Edward J. Brandt,
“I Have a Question,” Ensign, outubro de 1985, apenas em inglês).
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