Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 3
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1 E aconteceu
que eu, Néfi, depois de haver falado com o Senhor, voltei à tenda de meu pai.
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2 E aconteceu
que ele me falou, dizendo: Eis que sonhei um sonho, no qual o Senhor me
ordenou que tu e teus irmãos voltásseis a Jerusalém.
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3 Pois eis que
Labão possui o registro dos judeus e também uma genealogia de meus
antepassados; e eles estão gravados em placas de latão.
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4 Ordenou-me o
Senhor, portanto, que tu e teus irmãos fôsseis à casa de Labão buscar os
registros e os trouxésseis aqui para o deserto.
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“A distância de Jerusalém ao Mar Vermelho é de aproximadamente 290 quilômetros” (Livro de Mórmon: Manual do Aluno para Religião 121–122 protegido por direitos autorais em 2009, p. 14), mas a viagem de ida e volta é de 360 milhas, mais seis dias (veja 1 Né 2:5-6). Por que um Deus amoroso, onisciente e onipotente faria com que eles fizessem isso, quando ele poderia ter feito com que eles obtivessem os registros antes de deixar Jerusalém?
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5 E agora, eis
que teus irmãos murmuram, dizendo que lhes pedi uma coisa difícil; eis,
porém, que não sou eu quem o pede, mas é uma ordem do Senhor.
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6 Vai,
portanto, meu filho, e serás favorecido pelo Senhor,
porque não murmuraste.
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7 E aconteceu
que eu, Néfi, disse a meu pai: Eu irei e cumprirei as ordens do
Senhor, porque sei que o Senhor nunca dá ordens aos filhos dos homens
sem antes preparar um caminho pelo qual suas ordens possam ser
cumpridas.
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8 E aconteceu
que quando meu pai ouviu estas palavras, rejubilou-se, porque compreendeu que
o Senhor me havia abençoado.
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9 E eu, Néfi, e
meus irmãos empreendemos a viagem pelo deserto com nossas tendas, para
subirmos à terra de Jerusalém.
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10 E aconteceu
que, tendo subido à terra de Jerusalém, eu e meus irmãos pusemo-nos a
deliberar.
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11 E lançamos
sortes, para ver qual de nós iria à casa de Labão. E aconteceu que a sorte
caiu sobre Lamã; e Lamã foi à casa de Labão e falou com ele, enquanto estava
sentado em sua casa.
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12 E pediu a
Labão os registros que estavam gravados nas placas de latão, que continham
a genealogia de meu pai.
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13 E eis que
Labão se irou e expulsou-o de sua presença; e recusou-se a dar-lhe os
registros. Portanto, disse-lhe: Eis que tu és um ladrão e vou matar-te.
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14 Lamã, porém,
fugiu de sua presença e contou-nos o que Labão havia feito. E começamos a
afligir-nos grandemente e meus irmãos estavam prestes a voltar para junto de
meu pai no deserto.
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15 Mas eis que
eu lhes disse: Assim como vive o Senhor e vivemos nós, não desceremos
para o deserto onde está nosso pai até havermos cumprido o que o Senhor nos
ordenou.
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16 Sejamos,
portanto, fiéis aos mandamentos do Senhor; desçamos, pois, à terra
da herança de nosso pai, porque ele deixou ouro e prata e toda
espécie de riquezas. E tudo isso ele fez por causa
dos mandamentos do Senhor.
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17 Porque ele
sabia que Jerusalém deveria ser destruída por causa da iniquidade
do povo.
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18 Pois eis
que rejeitaram as palavras dos profetas. Portanto, se meu pai
permanecesse na terra depois de haver recebido ordem de fugir, eis
que pereceria também. Assim,
foi necessário que fugisse da terra.
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19 E eis que é
sábio para Deus que obtenhamos esses registros, para que preservemos
para nossos filhos o idioma de nossos pais.
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Um dos propósitos de
trazer as placas de latão é preservar a linguagem de seus pais. Isso seria o
egípcio (veja 1 Né 1:2) ou hebraico. Não há absolutamente nenhuma evidência
de tais idiomas ou derivados dessas línguas nas Américas pré-colombianas.
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20 E também
para que lhes preservemos as palavras que foram proferidas pela
boca de todos os santos profetas, as quais lhes foram dadas pelo Espírito e
poder de Deus desde o começo do mundo, até o tempo presente.
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21 E aconteceu
que, com essas palavras, persuadi meus irmãos a permanecerem fiéis aos
mandamentos de Deus.
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22 E aconteceu
que descemos à terra de nossa herança e recolhemos nosso ouro e
nossa prata e nossas coisas preciosas.
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23 E depois de
havermos reunido essas coisas, subimos novamente à casa de Labão.
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24 E aconteceu
que entramos na casa de Labão e pedimos-lhe que nos entregasse os registros
que estavam gravados nas placas de latão, pelos quais lhe daríamos nosso
ouro e nossa prata e todas as nossas coisas preciosas.
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25 E aconteceu
que quando Labão viu que nossos bens eram muitos, cobiçou-os, de modo
que nos pôs para fora e enviou seus servos para nos matarem, a fim de
apoderar-se de nossos bens.
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26 E aconteceu
que fugimos dos servos de Labão e fomos obrigados a abandonar nossos bens; e
eles caíram nas mãos de Labão.
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27 E aconteceu
que fugimos para o deserto e os servos de Labão não nos alcançaram; e escondemo-nos
na cavidade de uma rocha.
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28 E aconteceu
que Lamã se enfureceu comigo e também com meu pai; e também Lemuel, porque
deu ouvidos às palavras de Lamã. Lamã e Lemuel usaram, portanto,
de expressões rudes para conosco, seus irmãos mais jovens; e
açoitaram-nos com uma vara.
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29 E aconteceu
que enquanto nos açoitavam com uma vara, apareceu um anjo do
Senhor que, pondo-se à frente deles, lhes disse: Por que açoitais vosso irmão
mais jovem com uma vara? Não sabeis que o Senhor o escolheu para ser vosso governante,
devido a vossa iniquidade? Eis que tornareis a subir a Jerusalém e o Senhor
entregará Labão em vossas mãos.
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30 E depois de
nos haver falado, o anjo partiu.
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31 E depois que
o anjo partiu, Lamã e Lemuel começaram novamente a murmurar, dizendo:
Como é possível que o Senhor entregue Labão em nossas mãos? Eis que ele é um
homem poderoso e pode comandar cinquenta, sim, ele pode mesmo matar
cinquenta; por que não a nós?
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