Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Relato sobre os
nefitas. Suas guerras, contendas e dissensões. E também as profecias de
muitos santos profetas antes da vinda de Cristo, segundo os registros de
Helamã, que era filho de Helamã, e também segundo os registros de seus filhos
até a vinda de Cristo. Muitos lamanitas são convertidos. Relato de sua
conversão. Relato da retidão dos lamanitas e das iniquidades e abominações
dos nefitas, segundo o registro de Helamã e seus filhos, até a vinda de
Cristo, relato esse chamado Livro de Helamã.
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Capítulo 1
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1 E então, eis
que aconteceu que no começo do quadragésimo ano em que os juízes governaram o
povo de Néfi, surgiu uma séria dificuldade entre o povo nefita.
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2 Pois eis
que Paorã havia morrido, trilhando o caminho de toda a Terra; por
essa razão surgiu uma séria contenda sobre qual dos irmãos, filhos de Paorã,
ocuparia a cadeira de juiz.
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3 Ora, estes
são os nomes dos que disputaram a cadeira de juiz e que também causaram
contendas entre o povo: Paorã, Paânqui e Pacumêni.
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4 Ora, estes
não são todos os filhos de Paorã (porque ele tinha muitos), mas são os que
disputaram a cadeira de juiz; portanto, causaram três divisões entre o povo.
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5 Não obstante,
aconteceu que Paorã foi eleito, pela voz do povo, juiz supremo e
governador do povo de Néfi.
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6 E aconteceu
que Pacumêni, vendo que não podia obter a cadeira de juiz, uniu-se à voz do
povo.
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7 Mas eis que
Paânqui e aqueles que o queriam como governador ficaram muito irados; por
isso ele estava a ponto de, por meio de lisonjas, persuadir o povo a rebelar-se
contra seus irmãos.
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8 E aconteceu
que quando estava prestes a fazer isso, eis que foi aprisionado e julgado de
acordo com a voz do povo, tendo sido condenado à morte porque se
rebelara e procurara destruir a liberdade do povo.
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9 Ora, quando
aqueles que desejavam que ele fosse seu governador viram que havia sido
condenado à morte, ficaram encolerizados e eis que mandaram um certo
Quiscúmen até a cadeira de juiz de Paorã; e ele assassinou Paorã quando esse
se achava sentado na cadeira de juiz.
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10 E Quiscúmen
foi perseguido pelos servos de Paorã, mas eis que tão rápida foi a sua fuga,
que ninguém conseguiu alcançá-lo.
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11 E ele
reuniu-se com os que o haviam enviado e todos eles fizeram um convênio, sim,
jurando por seu eterno Criador que a ninguém diriam que Quiscúmen assassinara
Paorã.
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12 Portanto,
Quiscúmen não foi reconhecido pelo povo de Néfi, porque estava disfarçado
quando matou Paorã. E Quiscúmen e seu bando que fizera convênio com ele
misturaram-se com o povo, de maneira que não puderam encontrar todos; porém
todos os que foram encontrados foram condenados à morte.
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13 E então, eis
que Pacumêni foi eleito, pela voz do povo, juiz superior e governador do
povo, para governar em lugar de seu irmão, Paorã; e isto segundo seu direito.
E tudo isso se passou no quadragésimo ano do governo dos juízes; e assim
terminou.
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14 E aconteceu
que no quadragésimo primeiro ano do governo dos juízes, os lamanitas reuniram
um inumerável exército de homens e armaram-nos com espadas e com cimitarras e
com arcos e com flechas; e com capacetes e com couraças e com todo tipo de
escudos de toda espécie.
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A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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15 E desceram
outra vez para batalhar contra os nefitas; e eram guiados por um homem que
se chamava Coriântumr, descendente de Zaraenla e dissidente dos nefitas;
e ele era um homem grande e forte.
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De acordo com Omni
1:15, “o povo de Zaraenla saíra de Jerusalém na época em que Zedequias, rei
de Judá, fora levado cativo para a Babilônia.”
Assim, mais de 500
anos após os mulequitas * chegarem às Américas, diz-se que Coriântumr é um
descendente direto de Zaraenla, que provavelmente era da Casa de Israel.
* Sobre o nome
“mulequitas,” de acordo com Helamã 6:10, “a terra do norte foi chamada
Muleque, segundo o filho de Zedequias; porque o Senhor havia conduzido
Muleque para a terra do norte.”
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16 Assim, o rei
dos lamanitas, cujo nome era Tubalote, que era filho de Amoron, supondo
que Coriântumr, sendo um homem forte, poderia fazer frente aos nefitas com
sua força e também com sua grande sabedoria, de maneira que, enviando-o,
dominaria os nefitas —
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17 Incitou-os,
portanto, à cólera e reuniu seus exércitos e nomeou Coriântumr como líder; e
fez com que eles descessem à terra de Zaraenla para combater os nefitas.
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18 E aconteceu
que, por causa de tantas contendas e tantas dificuldades no governo, os
nefitas não mantiveram número suficiente de guardas na terra de Zaraenla;
porque pensaram que os lamanitas não ousariam invadir o coração de suas
terras para atacar a grande cidade de Zaraenla.
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19 Mas
aconteceu que Coriântumr marchou à frente de seu numeroso exército e atacou
os habitantes da cidade; e sua marcha foi tão rápida que os nefitas não
tiveram tempo de reunir seus exércitos.
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20 Portanto,
Coriântumr matou a guarda que se achava às portas da cidade e avançou com
todo o seu exército para dentro da cidade, matando todos os que se lhes
opuseram, de modo que tomaram toda a cidade.
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21 E aconteceu
que Pacumêni, que era o juiz supremo, fugiu de Coriântumr até as muralhas da
cidade. E aconteceu que Coriântumr o golpeou contra a muralha, de modo que
ele morreu; e assim terminaram os dias de Pacumêni.
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O autor afirma que Pacumêni
morreu, mas o autor considera esse fato importante o suficiente para
repeti-lo por gravar em placas de metal: “e assim terminaram os dias de
Pacumêni.”
Jacó nos disse, “Não posso escrever senão poucas de minhas palavras, devido à
dificuldade de gravá-las em placas” (Jacó 4:1).
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22 Ora, quando
Coriântumr viu que se havia apoderado da cidade de Zaraenla e viu que os
nefitas haviam fugido deles e haviam sido mortos e postos em cativeiro e
aprisionados; e que havia tomado a praça mais forte de toda a terra, seu
coração encheu-se de coragem, de modo que estava pronto para atacar toda a
terra.
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23 E então ele
não se deteve na terra de Zaraenla, mas marchou com um grande exército em
direção à cidade de Abundância; porque estava determinado a avançar e abrir
caminho à espada, a fim de conquistar a parte norte da terra.
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A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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24 E supondo
que as forças principais deles se achassem na parte central da terra, marchou
contra eles, não lhes dando tempo de reunir-se, a não ser em pequenos grupos;
e desta forma caiu sobre eles, matando-os.
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25 Eis, porém,
que esta marcha de Coriântumr pela parte central da terra ofereceu grande
vantagem a Moronia, apesar de ser grande o número de nefitas que haviam sido
mortos.
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26 Pois eis que
Moronia supôs que os lamanitas não ousariam invadir a parte central da terra,
mas que atacariam as cidades fronteiriças, como haviam feito até então. Por
essa razão Moronia fizera com que seus fortes exércitos defendessem aquelas
partes próximas às fronteiras.
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27 Eis, porém,
que os lamanitas não se atemorizaram como ele desejava, mas haviam invadido a
parte central da terra e tomado a capital, que era a cidade de Zaraenla; e
estavam marchando pelas partes principais da terra, matando o povo numa
grande carnificina, tanto homens como mulheres e crianças, ocupando muitas
cidades e muitas fortalezas.
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28 Mas quando
Moronia descobriu isso, imediatamente mandou Leí com um exército para
detê-los antes que atingissem a terra de Abundância.
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29 E ele assim
fez; e deteve-os antes que chegassem à terra de Abundância e atacou-os, de
modo que eles começaram a retroceder em direção à terra de Zaraenla.
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30 E aconteceu
que Moronia cortou a sua retirada e travou combate com eles; e o combate tornou-se extremamente
sangrento; sim, muitos foram mortos e, entre os que foram mortos, estava
também Coriântumr.
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31 E então eis
que os lamanitas não podiam retroceder nem pelo norte nem pelo sul, nem pelo
leste nem pelo oeste, porquanto se achavam cercados de todos os lados pelos
nefitas.
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32 E assim
Coriântumr havia atirado os lamanitas no meio dos nefitas, de modo que
ficaram em poder dos nefitas; e ele próprio foi morto; e os lamanitas
entregaram-se nas mãos dos nefitas.
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33 E aconteceu
que Moronia novamente tomou posse da cidade de Zaraenla e ordenou que os
lamanitas que haviam sido aprisionados partissem da terra em paz.
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34 E assim
terminou o quadragésimo primeiro ano do governo dos juízes.
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