Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 4
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1 E aconteceu
que no final do décimo oitavo ano, os exércitos dos ladrões haviam-se
preparado para batalhar e começaram a descer e a atacar, vindos das colinas e
das montanhas e do deserto e de suas fortalezas e de seus lugares secretos; e
começaram a tomar posse das terras, tanto das que ficavam no sul como das que
ficavam no norte; e começaram a apoderar-se de todas as terras abandonadas pelos
nefitas, bem como das cidades que haviam ficado desertas.
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2 Mas eis que
não havia animais selvagens nem caça nas terras abandonadas pelos nefitas; e
não havia caça para os ladrões, exceto no deserto.
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3 E os ladrões
não podiam subsistir, a não ser no deserto, por falta de alimento; porque os
nefitas haviam deixado suas terras devastadas e haviam reunido seus rebanhos
e suas manadas e todos os seus bens; e achavam-se todos em um só grupo.
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4 Portanto, os
ladrões não tinham oportunidade de roubar e de obter alimento, a não ser
batalhando abertamente com os nefitas; e estavam os nefitas reunidos em
um só grupo e eram muito numerosos; e haviam reservado para si provisões
e cavalos e gado e rebanhos de todo tipo, a fim de poderem
subsistir durante sete anos, no curso dos quais tinham a esperança de
eliminar os ladrões da face da terra; e assim se passou o décimo oitavo ano.
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Não havia cavalos
nas Américas pré-colombianas.
Além disso, todo o
povo de Néfi preservou provisões suficientes para subsistir por sete anos.
Isso seria extremamente desafiador para uma cidade moderna de 100.000. (Desde
que o versículo 21 explica que “os nefitas faziam contínuas incursões, de dia
e à noite, . . . e matando-os aos milhares e às dezenas de milhares,” não
havia centenas de milhares ou milhões de pessoas?) Pense na logística e na
tecnologia necessárias para proteger essas provisões de desperdício e pragas
por um período tão longo para um grupo tão grande de pessoas.
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5 E aconteceu
que no décimo nono ano Gidiâni viu que era necessário subir para batalhar
contra os nefitas, pois não havia meio de subsistirem, a não ser pilhando e
roubando e assassinando.
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6 E não se
atreviam a espalhar-se pela face da terra a fim de cultivar grãos, temendo
que os nefitas os atacassem e matassem; por conseguinte Gidiâni comunicou a
seus exércitos que iriam subir para atacar os nefitas naquele ano.
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7 E aconteceu
que no sexto mês eles subiram para batalhar; e eis que grande e terrível foi
o dia em que subiram para batalhar; e achavam-se vestidos segundo o estilo
dos ladrões; e tinham uma pele de carneiro ao redor dos lombos e
estavam tingidos de sangue e tinham a cabeça rapada e protegida por
capacetes; e grande e terrível era a aparência dos exércitos de Gidiâni, por
causa de suas armaduras e por acharem-se tingidos de sangue.
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Não havia ovelhas ou
carneiros domésticos nas Américas pré-colombianas.
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8 E aconteceu
que quando os exércitos nefitas viram a aparência do exército de Gidiâni,
caíram todos por terra clamando ao Senhor seu Deus que os salvasse,
livrando-os das mãos de seus inimigos.
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9 E aconteceu
que os exércitos de Gidiâni, quando viram isso, começaram a gritar em alta
voz por causa de sua alegria, pois acharam que os nefitas haviam caído de
medo devido ao terror de seus exércitos.
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10 Estavam,
porém, enganados, pois os nefitas não os temiam; temiam sim a seu
Deus, a quem suplicaram proteção; portanto, quando os exércitos de Gidiâni se
atiraram sobre eles, estavam preparados para enfrentá-los; e receberam-nos na
força do Senhor.
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11 E nesse
sexto mês a batalha começou; e grande e terrível foi a batalha, sim, grande e
terrível foi a carnificina, tanto que nunca se soube de carnificina maior
entre todo o povo de Leí, desde que haviam deixado Jerusalém.
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12 E apesar
das ameaças e juramentos feitos por Gidiâni, eis que os nefitas os
derrotaram de tal forma que tiveram de retroceder.
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13 E aconteceu
que Gidgidôni ordenou a seus exércitos que os perseguissem até as
fronteiras do deserto e que não poupassem quem quer que lhes caísse nas mãos
pelo caminho; e assim os perseguiram e mataram até as fronteiras do deserto,
para cumprirem as ordens de Gidgidôni.
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14 E aconteceu
que Gidiâni, que lutara com ousadia, foi perseguido ao fugir; e achando-se
fatigado de tanto combater, foi alcançado e morto. E esse foi o fim de Gidiâni, o
ladrão.
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15 E aconteceu
que os exércitos nefitas voltaram novamente para sua praça forte. E aconteceu
que esse décimo nono ano se passou e os ladrões não voltaram a combater; e
tampouco voltaram no vigésimo ano.
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16 E no
vigésimo primeiro ano também não subiram para batalhar, porém subiram por
todos os lados, a fim de sitiar o povo de Néfi; pois supunham que, se
isolassem os nefitas de suas terras e cercassem-nos de todos os lados e
privassem-nos de todos os seus privilégios externos, poderiam fazer com que
eles se rendessem segundo seus desejos.
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17 Ora, eles
haviam nomeado outro chefe, cujo nome era Zemnaria; portanto, foi Zemnaria
quem ordenou esse cerco.
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18 Mas eis que
isso foi vantajoso para os nefitas; pois era impossível aos bandidos manterem
o cerco por tempo suficientemente longo para ter qualquer efeito sobre os
nefitas, por causa das muitas provisões que eles haviam armazenado,
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19 E por causa
da escassez de víveres entre os ladrões; pois eis que nada tinham para seu
sustento a não ser a carne que obtinham no deserto.
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20 E aconteceu
que a caça minguou tanto no deserto, que os ladrões estavam prestes
a morrer de fome.
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21 E os nefitas
faziam contínuas incursões, de dia e à noite, caindo sobre os inimigos e
matando-os aos milhares e às dezenas de milhares.
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Batalhas entre
dezenas de milhares de pessoas em que espadas são utilizadas (embora não
sejam mencionadas neste capítulo), e ainda assim não há evidências de
batalhas com essa tecnologia nas Américas durante esse período.
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22 E assim se
tornou desejo do povo de Zemnaria abandonar seu plano, em virtude da grande
destruição que sofriam dia e noite.
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23 E aconteceu
que Zemnaria deu ordem a seu povo de abandonar o cerco e marchar para as
partes mais longínquas da terra do norte.
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24 E então
Gidgidôni, tendo conhecimento do plano e sabendo da fraqueza deles, por causa
da falta de alimento e da grande carnificina havida entre eles, fez sair seus
exércitos durante a noite; e cortou-lhes a retirada e colocou seus exércitos
no caminho de sua retirada.
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25 E isso
fizeram durante a noite, adiantando-se aos ladrões, de modo que na manhã
seguinte, quando os ladrões principiaram sua marcha, depararam com os
exércitos nefitas tanto na vanguarda como na retaguarda.
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26 E os ladrões
que se achavam ao sul foram também isolados em seus lugares de refúgio. E tudo isto foi feito por ordem
de Gidgidôni.
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27 E muitos
milhares entregaram-se aos nefitas como prisioneiros; e os restantes foram
mortos.
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28 E capturaram
Zemnaria, seu chefe, e enforcaram-no numa árvore, sim, no topo da árvore, até
morrer. E depois de o haverem enforcado até morrer, derrubaram a árvore
e gritaram em alta voz, dizendo:
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29 Que o Senhor
conserve os de seu povo em retidão e santidade de coração; que eles façam
cair por terra todos os que procurarem matá-los por causa de poder e
combinações secretas, da mesma forma que este homem foi derrubado por terra.
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30 E
regozijaram-se, clamando outra vez a uma voz: Que o Deus de Abraão
e o Deus de Isaque e o Deus de Jacó proteja este povo em retidão,
enquanto invocarem o nome do seu Deus pedindo proteção.
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31 E aconteceu
que, em uníssono, romperam em cânticos e louvores a seu Deus pelo
muito que havia feito por eles, tendo evitado que caíssem nas mãos de seus
inimigos.
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32 Sim, eles
clamaram: Hosana ao Deus Altíssimo! E eles clamaram: Bendito seja o
nome do Senhor Deus Todo-Poderoso, o Deus Altíssimo!
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33 E seus
corações estavam cheios de alegria, a ponto de verterem muitas lágrimas em
virtude da imensa bondade de Deus, livrando-os das mãos de seus inimigos; e
sabiam que era por causa de seu arrependimento e de sua humildade que haviam
sido livrados de uma destruição eterna.
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