Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 29
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1 Ora, tendo
Mosias feito isto, mandou averiguar por toda a terra, entre todo o povo, qual
a sua vontade concernente a quem deveria ser o rei.
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2 E aconteceu
que esta foi a voz do povo: Desejamos que teu filho Aarão seja nosso rei e
nosso governante.
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3 Ora, Aarão
havia subido para a terra de Néfi, de modo que o rei não podia conferir-lhe o
reino; nem Aarão desejava assumir o reino; nem tampouco qualquer um dos
outros filhos de Mosias estava disposto a assumir o reino.
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4 Portanto, o
rei Mosias tornou a comunicar-se com o povo; sim, enviou-lhe uma mensagem
escrita. E estas
foram as palavras que ele escreveu, dizendo:
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5 Eis que, ó
meu povo, ou meus irmãos, pois assim vos considero, desejo que mediteis sobre
o assunto a respeito do qual sois chamados a pronunciar-vos — porque
desejais ter um rei.
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6 Ora,
declaro-vos que aquele a quem o reino pertence de direito não o aceitou e não
assumirá o reino.
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7 E agora, se
outro for nomeado em seu lugar, eis que temo que surjam discórdias entre vós.
E quem sabe se meu filho, a quem o reino pertence, não se zangaria, levando
uma parte deste povo atrás de si, o que provocaria guerras e contendas entre
vós, fazendo assim correr muito sangue e pervertendo o caminho do Senhor,
sim, e destruindo a alma de muitos.
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8 Agora vos
digo: Sejamos prudentes e consideremos estas coisas, porque não temos o
direito de destruir meu filho nem temos qualquer direito de destruir outro
que seja nomeado em seu lugar.
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9 E se meu
filho se voltasse novamente para seu orgulho e para as coisas vãs, retiraria
o que dissera e reclamaria seu direito ao reino, o que faria com que ele e
também este povo cometessem muitos pecados.
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10 E agora
sejamos prudentes; e prevendo estas coisas, façamos aquilo que assegure a paz
deste povo.
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11 Serei,
portanto, vosso rei pelo resto de meus dias; não
obstante, nomeemos juízes para julgarem este povo de acordo
com a nossa lei; e reorganizaremos os negócios deste povo, porque nomearemos como
juízes homens sábios, que julgarão este povo de acordo com os mandamentos de
Deus.
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12 Ora, é
preferível que um homem seja julgado por Deus do que pelo homem, porque os
julgamentos de Deus são sempre justos, mas os julgamentos do homem nem sempre
são justos.
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13 Portanto, se
fosse possível terdes como reis homens justos, que estabelecessem as
leis de Deus e julgassem este povo de acordo com os seus mandamentos, sim, se
fosse possível terdes como reis homens que procedessem como meu pai Benjamim procedeu
para com este povo — eu vos digo que, se esse fosse sempre o caso, seria
então conveniente que sempre tivésseis reis para vos governar.
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14 E eu próprio
trabalhei com todo o poder e faculdades que possuía para ensinar-vos os
mandamentos de Deus e estabelecer a paz por toda a terra, para que não
houvesse nem guerras nem discórdias nem roubos nem pilhagens nem assassínios
nem qualquer outro tipo de iniquidade;
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15 E todo
aquele que cometeu iniquidade, eu o castiguei de acordo com o crime
que cometeu, segundo a lei que nos foi dada por nossos pais.
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16 Agora vos
digo que, por não serem todos os homens justos, não é aconselhável que
tenhais um rei ou reis que vos governem.
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17 Pois eis que
quanta iniquidade um rei iníquo faz com que se cometa;
sim, e que grandes destruições!
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18 Sim,
lembrai-vos do rei Noé, das suas iniquidades e abominações, e
também das iniquidades e abominações do seu povo. Vede que grande destruição
lhes adveio; e também, devido às suas iniquidades, foram levados
ao cativeiro.
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19 E se não
fosse pela interferência de seu sábio Criador e por causa do arrependimento
sincero deles, teriam inevitavelmente permanecido em cativeiro até agora.
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20 Mas eis que
ele os libertou, porque se humilharam perante ele; e porque
o invocaram fervorosamente, libertou-os do cativeiro; e deste modo
age o Senhor com seu poder em todos os casos entre os filhos dos homens,
estendendo o braço de misericórdia aos que nele confiam.
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21 E eis que
agora vos digo que não podeis destronar um rei iníquo, a não ser com muitas
lutas e derramamento de muito sangue.
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22 Pois eis que
ele tem companheiros de iniquidade e conserva-se rodeado de seus
guardas; e anula as leis dos que reinaram com retidão antes dele e pisoteia
os mandamentos de Deus;
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23 E decreta
leis e envia-as ao povo, sim, leis segundo sua própria iniquidade; e
quem a elas não obedece ele faz com que seja destruído; e, contra os que se
rebelam, envia seus exércitos para guerreá-los; e, se pode, destrói-os; e
assim, um rei injusto perverte os caminhos de toda retidão.
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24 E agora eis
que vos digo que não é conveniente que tais abominações recaiam sobre vós.
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25 Portanto,
escolhei juízes pela voz deste povo, para que sejais julgados de acordo com
as leis que vos foram dadas por nossos pais, as quais são corretas e foram
dadas a eles pela mão do Senhor.
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26 Ora, não é
comum a voz do povo desejar algo contrário ao que é direito; mas é comum a
minoria do povo desejar o que não é direito; portanto, observareis e tereis
isto por lei — resolver vossos negócios de acordo com a voz do povo.
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27 E se chegar
o tempo em que a voz do povo escolher iniquidade, então os julgamentos de
Deus recairão sobre vós; sim, então será o tempo em que ele vos visitará com
grande destruição, assim como tem, até aqui, visitado esta terra.
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28 E agora, se
tendes juízes e eles não vos julgam de acordo com a lei que foi dada, podeis
fazer com que eles sejam julgados por um juiz superior.
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29 Se vossos
juízes superiores não julgarem justamente, fareis reunir um pequeno número de
juízes menores e eles julgarão vossos juízes superiores de acordo com a voz
do povo.
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30 E eu vos
ordeno que façais estas coisas no temor do Senhor; e ordeno-vos que façais
estas coisas e que não tenhais rei; de modo que, se este povo cometer pecados
e iniquidades, recairão sobre sua própria cabeça.
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31 Pois eis que
vos digo que os pecados de muitos foram causados pelas iniquidades de seus
reis; portanto, suas iniquidades recaem sobre a cabeça de seus reis.
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32 E agora
desejo que esta desigualdade não exista mais nesta terra,
especialmente entre meu povo; mas desejo que esta seja uma terra
de liberdade e que todos os homens gozem igualmente de
seus direitos e privilégios, enquanto o Senhor julgar conveniente que vivamos
e herdemos a terra; sim, enquanto qualquer de nossos descendentes permanecer
sobre a face desta terra.
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33 E muitas
coisas mais escreveu-lhes o rei Mosias, explicando-lhes todas as provações e
tribulações de um rei justo; sim, todas as angústias de sua alma por seu povo
e também todas as queixas do povo ao rei; e explicou-lhes tudo isso.
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34 E disse-lhes
que tais coisas não deveriam existir, mas que a carga devia ser repartida
entre todo o povo, a fim de que cada homem carregasse sua parte.
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35 E
explicou-lhes também todas as desvantagens a que estariam sujeitos se fossem
governados por um rei injusto.
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36 Sim, todas
as suas iniquidades e abominações e todas as guerras e contendas e
derramamento de sangue; e os roubos e as pilhagens e as libertinagens e todo
tipo de iniquidades que não podem ser enumeradas — dizendo-lhes que
essas coisas não deveriam existir, que eram expressamente contrárias aos
mandamentos de Deus.
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37 E então
aconteceu que depois de haver o rei Mosias enviado estas palavras ao povo, o
povo ficou convencido da veracidade de suas palavras.
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38 Abandonaram,
portanto, o desejo de ter um rei e ficaram muito ansiosos para que cada um
tivesse oportunidades iguais em toda a terra; sim, e cada homem expressou a
vontade de responder por seus próprios pecados.
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39 Portanto,
aconteceu que se reuniram em grupos por toda a terra, para expressarem-se a
respeito dos que deveriam ser seus juízes, a fim de julgá-los de acordo com
a lei que lhes fora dada; e muito se alegraram com
a liberdade que lhes havia sido concedida.
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40 E
fortaleceu-se o amor que tinham por Mosias; sim, estimaram-no mais do que a
qualquer outro homem, porque não o consideravam como um tirano que estivesse
em busca de ganhos, sim, aquele lucro que corrompe a alma; porque não lhes
havia exigido riquezas nem se havia alegrado com derramamento de sangue; mas
estabelecera a paz na terra e permitira que seu povo se livrasse de
todo tipo de escravidão; portanto, o estimavam, sim, muito, no mais alto
grau.
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41 E aconteceu
que nomearam juízes para governá-los, ou seja, para julgá-los de
acordo com a lei; e fizeram isso por toda a terra.
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42 E aconteceu
que Alma foi escolhido para ser o primeiro juiz supremo, sendo também o
sumo sacerdote, porque seu pai lhe havia conferido o ofício e encarregado de
todos os negócios da igreja.
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Isto é interessante.
Ao mesmo tempo em que Mosias estabelece o governo pela voz do povo pelos
juízes, a pessoa escolhida pelo povo como o juiz supremo é também o sumo
sacerdote da Igreja. O princípio da separação entre igreja e estado não foi
aplicado aqui. É
apenas interessante para mim.
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43 E então
aconteceu que Alma seguiu os caminhos do Senhor e guardou seus
mandamentos e julgou com justiça; e houve paz contínua por toda aquela terra.
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44 E assim
começou o reinado dos juízes por toda a terra de Zaraenla, entre todo o povo
que era chamado nefita; e Alma foi o primeiro juiz supremo.
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45 E aconteceu
então que seu pai morreu aos oitenta e dois anos de idade, tendo vivido para
cumprir os mandamentos de Deus.
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46 E aconteceu
que Mosias também morreu, no trigésimo terceiro ano de seu reinado,
aos sessenta e três anos de idade, totalizando assim quinhentos e
nove anos desde a época em que Leí havia deixado Jerusalém.
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47 E assim
terminou o reinado dos reis sobre o povo de Néfi; e assim terminaram os dias
de Alma, que foi o fundador da igreja deles.
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