Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Relato de Alma e do
povo do Senhor, que foram impelidos para o deserto pelo povo do rei Noé.
Abrange os
capítulos 23 e 24.
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Capítulo 23
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1 Ora, Alma, tendo
sido avisado pelo Senhor de que os exércitos do rei Noé cairiam sobre eles,
avisou seu povo; portanto, reuniram seus rebanhos e recolheram seus cereais e
partiram para o deserto, adiante dos exércitos do rei Noé.
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2 E o Senhor
fortaleceu-os, de modo que o povo do rei Noé não conseguiu alcançá-los para
destruí-los.
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3 E fugiram
durante oito dias, deserto adentro.
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4 E chegaram a
uma terra, sim, uma terra muito bela e agradável, uma terra de águas puras.
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5 E armaram
suas tendas e começaram a cultivar o solo e a construir edifícios; sim, eram
industriosos e trabalhavam muito.
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6 E o povo
desejava que Alma fosse rei, porque era amado por seu povo.
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7 Mas ele
disse-lhes: Eis que não é aconselhável que tenhamos um rei, pois assim diz o
Senhor: Não apreciareis uma carne mais que outra, ou seja, nenhum
homem se considerará melhor que outro; digo-vos, portanto, que não é
aconselhável que tenhais um rei.
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8 Não obstante,
se fosse possível ter sempre homens justos como reis, seria bom que tivésseis
um rei.
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9 Mas
lembrai-vos das iniquidades do rei Noé e seus sacerdotes; e eu
mesmo caí numa armadilha e fiz muitas coisas abomináveis aos olhos
do Senhor, o que me causou penoso arrependimento.
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10 Não
obstante, depois de muitas tribulações, o Senhor ouviu meus clamores, e
respondeu às minhas orações, e fez de mim um instrumento nas suas mãos, para
levar tantos de vós ao conhecimento da sua verdade.
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11 Não
obstante, não me vanglorio disso, porque sou indigno de vangloriar-me.
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12 E agora vos
digo que haveis sido oprimidos pelo rei Noé e haveis sido escravizados por
ele e seus sacerdotes; e eles vos conduziram à iniquidade; fostes, portanto,
amarrados com os laços da iniquidade.
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13 E agora,
assim como haveis sido libertados desses laços pelo poder de Deus, sim,
das mãos do rei Noé e seu povo e também dos laços da iniquidade, assim também
desejo que vos conserveis firmes nesta liberdade que vos
fez livres; e que em ninguém confieis para ser vosso rei.
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14 E também,
que em ninguém confieis para ser vosso mestre ou ministro, a não ser que seja
um homem de Deus, que ande em seus caminhos e guarde os mandamentos.
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15 Assim Alma
ensinou seu povo, a fim de que cada um amasse o próximo como a si mesmo, para
que não houvesse disputas entre eles.
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16 E Alma foi o
seu sumo sacerdote, tendo sido ele o fundador da igreja deles.
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17 E aconteceu
que ninguém recebia autoridade para pregar ou ensinar, a não ser de
Deus, por intermédio de Alma. Ele, portanto, consagrava todos os sacerdotes e
todos os mestres; e ninguém era consagrado a não ser que fosse um homem
justo.
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18 Portanto,
zelavam por seu povo e edificavam-no com coisas pertinentes à
retidão.
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19 E aconteceu
que começaram a prosperar muito na terra; e chamaram à terra Helã.
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20 E aconteceu
que se multiplicaram e prosperaram grandemente na terra de Helã; e
construíram uma cidade que chamaram cidade de Helã.
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21 Não
obstante, o Senhor julga conveniente castigar seu povo; sim, ele
prova sua paciência e sua fé.
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22 Entretanto,
quem nele confia será elevado no último dia. E assim foi
com este povo.
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23 Pois eis que
vos mostrarei que eles foram reduzidos ao cativeiro e ninguém poderia
salvá-los, exceto o Senhor seu Deus, sim, o Deus de Abraão e Isaque e de
Jacó.
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24 E aconteceu
que ele os libertou e mostrou-lhes o seu grande poder; e grande foi a sua
alegria.
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25 Pois eis que
aconteceu que, enquanto estavam na terra de Helã, sim, na cidade de Helã,
cultivando a terra dos arredores, eis que um exército dos lamanitas se
encontrava nas fronteiras da terra.
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26 E aconteceu
que os irmãos de Alma fugiram de seus campos e reuniram-se na cidade de Helã;
e ficaram muito atemorizados com a chegada dos lamanitas.
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27 Alma, porém,
adiantou-se e pôs-se no meio deles, e exortou-os a não temerem, mas a
lembrarem-se do Senhor seu Deus, e ele libertá-los-ia.
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28 Portanto,
reprimiram os seus temores e começaram a clamar ao Senhor para que
abrandasse o coração dos lamanitas, a fim de que eles os poupassem, e às
suas mulheres, e aos seus filhos.
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29 E aconteceu
que o Senhor abrandou o coração dos lamanitas. E Alma e seus irmãos foram ao
encontro deles e entregaram-se em suas mãos; e os lamanitas tomaram posse da
terra de Helã.
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30 Ora, os
exércitos dos lamanitas, que haviam perseguido o povo do rei Lími, haviam
ficado perdidos no deserto durante muitos dias.
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31 E eis que
haviam encontrado aqueles sacerdotes do rei Noé, num lugar a que deram o nome
de Amulon; e eles haviam começado a ocupar a terra de Amulon e a cultivar o
solo.
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32 Ora, o nome
do chefe desses sacerdotes era Amulon.
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33 E aconteceu
que Amulon fez um apelo aos lamanitas; e enviou também suas mulheres, que
eram filhas dos lamanitas, para implorarem a seus irmãos que não
matassem seus maridos.
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34 E os
lamanitas tiveram compaixão de Amulon e de seus irmãos e não os
mataram, por causa de suas mulheres.
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35 E Amulon e
seus irmãos uniram-se aos lamanitas e estavam viajando pelo deserto, à
procura da terra de Néfi, quando descobriram a terra de Helã, ocupada por
Alma e seus irmãos.
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36 E aconteceu
que os lamanitas prometeram a Alma e seus irmãos que, se lhes indicassem o
caminho para a terra de Néfi, conceder-lhes-iam a vida e a liberdade.
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37 Depois que
Alma lhes mostrou o caminho para a terra de Néfi, entretanto, os lamanitas
não cumpriram a promessa, mas espalharam guardas pela terra de
Helã, com autoridade sobre Alma e seus irmãos.
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38 E os demais
foram para a terra de Néfi; e uma parte deles voltou para a terra de Helã,
levando consigo as esposas e filhos dos guardas que haviam sido deixados na
terra.
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39 E o rei dos
lamanitas permitiu a Amulon que fosse rei e governante de seu povo, que
estava na terra de Helã; não teria, porém, o poder de fazer coisa alguma
contrária à vontade do rei dos lamanitas.
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