Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Mandamentos de Alma
a seu filho Helamã.
Abrangem os capítulos 36 e 37.
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Capítulo 36
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Alma 36 é apontada
por alguns como um dos exemplos mais notáveis de um meio literário hebraico
chamado quiasma.
“O quiasma, por vezes
também chamado de paralelismo inverso, é uma construção literária hebraica em
que as palavras ou ideias são dispostas em determinada ordem e, depois,
repetidas em ordem inversa. Essa repetição salienta a importância das ideias
e palavras. Além disso, a ideia principal do escritor muitas vezes é colocada
no centro do quiasma” (O Livro de Mórmon — Manual do Aluno, com
direito autoral em 2009, p. 245). Como o quiasma é um meio literário
hebraico, muitos crentes o veem como evidência da autoria antiga do Livro de
Mórmon.
Neste capítulo,
utilizei texto em negrito e texto sublinhado para mostrar os paralelos
alegados no atual O Livro de Mórmon — Manual do Aluno. Cada um tem uma
letra sobrescrita que combina com seu paralelo. (Observe que 78% das palavras
de Alma 36 são ignoradas para que a estrutura quiastica funcione—80% em inglês.)
Onde eu tenho um comentário sobre certos paralelos alegados, o
comentário indica o paralelo alegado consultando a letra sobrescrita.
Para uma maravilhosa
peça satírica sobre hebraísmos como quiasma, consulte “Hebraicisms, Chiasmus,
and Other Internal Evidence for Ancient Authorship in Green Eggs and Ham” por
Robert Patterson, apenas em inglês).
Para um exame mais
minucioso do quiasma de Alma 36 do que eu gostaria fazer e baseado numa
correspondência alegadamente um pouco diferente de paralelos, veja (Critique of Alma 36 as an
Extended Chiasm”, apenas em inglês).
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1 Meu filho,
Aouve minhas palavras; pois juro-te que, se Bguardares
os mandamentos de Deus, prosperarás na terra.
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A: “Ouve minhas
palavras” é alegado ser paralelo a “isto é segundo a sua palavra” no
versículo 30. Por “sua palavra” no versículo 30 quer dizer “a palavra de
Deus.” Parece-me que o único paralelo real que alguém poderia alegar
nesses frases é “palavras” do versículo 1 com “palavra” do versículo 30. Como
se para mostrar que este paralelo não impressiona, tem “palavra” ou “palavras”
mais três vezes neste mesmo capítulo (versículos 3, 11 e 26).
Observe também o
evangelho da prosperidade é pregado neste versículo.
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2 Eu Cquisera
que fizesses como eu fiz, Dlembrando-te do cativeiro
de nossos pais; porque Eestavam em servidão e
ninguém os poderia salvar a não ser o Deus de Abraão e o Deus de
Isaque e o Deus de Jacó; e Fele certamente os livrou
de suas aflições.
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C: “Quisera que fizesses
como eu fiz” é alegado ser paralelo a “deves saber, assim como eu sei” do
versículo 30. Por que? Primeiro de tudo, os verbos não são os mesmos. Além
disso, o comando para “fazer” é lembrar o cativeiro de seus pais, mas o
comando para “saber” é saber que, se você guardar os mandamentos, prosperará.
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3 E agora, ó
Helamã, meu filho, eis que estás na juventude; peço-te, portanto, que ouças
as minhas palavras e aprendas de mim; porque sei que Gaqueles
que confiarem em Deus Hserão auxiliados em
suas tribulações e em suas dificuldades e em suas aflições;
e serão elevados no último dia.
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4 E eu Inão
quero que penses que sei por mim mesmo — não pelo que
é físico, mas pelo espiritual; não pela mente carnal, Imas
por Deus.
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5 Ora, eis que
te digo que, se eu não houvesse Jnascido de Deus, não saberia
estas coisas; Deus, porém, pela boca de seu santo anjo fez-me conhecer estas
coisas, não por mérito algum meu.
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6 KPorque
andei com os filhos de Mosias, Kprocurando destruir a
igreja de Deus; mas eis que Deus enviou seu santo anjo para deter-nos
no caminho.
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Alma 36:6-7
Este é um exemplo em que o milagre precede a fé. Isso contradiz Éter 12:6,
“não disputeis porque não vedes, porque não recebeis testemunho senão depois
da prova de vossa fé.”
Mas lembre-se de que este é o mesmo Alma que deixa Corior mudo como um sinal,
o que leva à morte de Corior. (Alma 30:49, 59).
Também K:
“Porque andei. . .
procurando destruir a igreja de Deus” (versículo 6).
vs.
“tenho trabalhado
sem cessar para conseguir trazer almas ao arrependimento” (versículo 24).
Esses paralelos
parecem antitéticos. Como a história de Alma é sobre sua conversão, ele se
refere a elementos antes e depois da conversão que contrastam como quase
opostos, em vez de paralelos iguais. Não sei se foi assim que foi feito pelos
hebreus antigos, mas darei o benefício de uma dúvida de que os paralelos
alegados são correspondências semelhantes, mesmo que sejam opostos. Isso acontece com L, M, N e O
também.
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7 E eis que nos
falou como se fosse a voz do trovão e toda a terra tremeu debaixo
de nossos pés; e caímos todos por terra, porque o temor de
Deus se apoderou de nós.
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Anotação para Alma 36:6-7 acima
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8 Mas eis que a
voz me disse: Levanta-te! E levantei-me e pus-me de pé e vi o anjo.
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9 E ele
disse-me: A menos que queiras destruir-te, não mais procures destruir a
igreja de Deus.
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10 E aconteceu
que caí por terra; e pelo espaço de três dias e três noites Lnão
pude abrir a boca nem Lfazer uso das pernas e
dos braços.
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Alma 36:10-11
Alma é outro exemplo de cair na terra por causa de espanto ou medo.
Mosias 27:23 diz que
depois que outros oraravam e jejuavam pelo espaço de dois dias e duas noites,
Alma recebeu forças para se mover e pôde conversar. Alguns críticos acham que
isso contradiz Alma 36:10, porque diz que Alma não pôde abrir a boca por três
dias e três noites. Eu acho que a defesa disso é robusta. As pessoas que
jejuavam por Alma não teriam necessariamente começado a jejuar por Alma
imediatamente; eles podem ter começado um dia após a boca dele estar fechada.
Da mesma forma, embora em Mosias diga que Alma poderia falar depois que
jejuassem, não diz que ele poderia falar imediatamente após o jejum; poderia
levar um dia depois que o jejum e a oração parassem para ele falar novamente..
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11 E o anjo
falou-me mais coisas, que foram ouvidas por meus irmãos, mas eu não as ouvi;
porque quando ouvi as palavras — A menos que queiras destruir-te, não
mais procures destruir a igreja de Deus — fui tomado de grande medo e
espanto, temendo ser destruído; e caí por terra, nada mais ouvindo.
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Anotação para Alma 36:10-11 acima
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12 Mas fui
torturado com eterno tormento, porque minha alma estava
atribulada no mais alto grau e atormentada por todos os meus pecados.
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De acordo com
D&C 19:6-12, as palavras “infinito” e “eterno” não significam sem fim
quando se trata de “tormento infinito” ou “condenação eterna.” Esses
versículos da D&C explicam que essas palavras são usadas porque, “é mais
expresso do que outras escrituras, que pode funcionar no coração dos filhos
dos homens.” Como é que as pessoas provavelmente entendem essas palavras
quando as lêem? É comunicação honesta para o Livro de Mórmon usar estas
palavras se D&C 19 revela o significado real delas?
Neste exemplo, no entanto, é claro a partir do contexto neste versículo que
“tormento eterno” não significa tormento sem fim.
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13 Sim,
lembrei-me de todos os meus pecados e iniquidades, pelos quais me
vi atormentado com as penas do inferno; sim, vi que me havia
rebelado contra o meu Deus e que não guardara seus santos mandamentos.
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14 Sim, e que
havia assassinado muitos de seus filhos, ou melhor, que os levara à
destruição; sim, resumindo, tão grandes haviam sido minhas iniquidades que a
simples ideia de entrar na presença de meu Deus atormentava-me a alma com
inexprimível horror.
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15 Oh! Mpensei
eu, se pudesse ser banido e aniquilado em corpo e alma, para
Mnão ser levado à presença de meu Deus a fim de ser
julgado pelas minhas obras!
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16 E durante
três dias e três noites fui Natormentado pelas dores de uma
alma condenada.
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17 E aconteceu
que enquanto eu estava sendo assim atormentado e enquanto eu estava Operturbado pela
lembrança de tantos pecados, eis que me Plembrei
também de ter ouvido meu pai profetizar ao povo sobre a vinda Pde
um Jesus Cristo, um Filho de Deus, para expiar os pecados do mundo.
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P: As palavras
“lembrei. . . de um Jesus Cristo, um Filho de Deus” é o centro do quiasma,
emparelhado com o “clamei em meu coração: Ó Jesus, tu que és Filho de Deus”
no próximo versículo. Não acho claro por que “lembrei. . . de” e “clamei em
meu coração” são considerados parte do paralelo. Em outras palavras, há ainda
menos palavreado alegado que pode parecer um paralelo.
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18 Ora, tendo
fixado a mente nesse pensamento, Pclamei em meu coração: Ó
Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim que estou
no fel da amargura e rodeado pelas eternas correntes da
morte.
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19 E então, eis
que quando pensei isto, já não me lembrei de minhas dores; sim, Ojá
não fui atormentado pela lembrança de meus pecados.
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20 E oh!
que alegria e que luz maravilhosa contemplei! Sim, Nminha
alma encheu-se de tanta alegria quanta havia sido minha dor.
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21 Sim,
digo-te, meu filho, que nada pode haver tão intenso e cruciante como o foram
minhas dores. Sim, meu filho, digo-te também que, por outro lado, nada pode
haver tão belo e doce como o foi minha alegria.
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22 Sim,
parecia-me ver, assim como nosso pai Leí viu, Deus sentado em seu
trono, rodeado por inúmeras multidões de anjos na atitude de cantar e louvar
a Deus; e Mminha alma sentia o desejo de lá estar.
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23 Mas eis que Lmeus
membros recobraram as forças e levantei-me e declarei ao
povo que eu havia nascido de Deus.
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24 Sim, e desde
aquela ocasião até agora Ktenho trabalhado sem cessar para
conseguir trazer almas ao arrependimento; para fazer com que
elas experimentem a intensa alegria que eu experimentei; para que
também nasçam de Deus e encham-se do Espírito Santo.
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K:
Também K:
“Porque andei. . .
procurando destruir a igreja de Deus” (versículo 6).
vs.
“tenho trabalhado
sem cessar para conseguir trazer almas ao arrependimento” (versículo 24).
Esses paralelos
parecem antitéticos. Como a história de Alma é sobre sua conversão, ele se
refere a elementos antes e depois da conversão que contrastam como quase
opostos, em vez de paralelos iguais. Não sei se foi assim que foi feito pelos
hebreus antigos, mas darei o benefício de uma dúvida de que os paralelos
alegados são correspondências semelhantes, mesmo que sejam opostos. Isso acontece com L, M, N e O
também.
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25 Sim, e agora
eis que, meu filho, o Senhor me concede imensa alegria com o fruto de meus
labores.
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26 Pois por
causa da palavra que me transmitiu, eis que muitos Jnasceram
de Deus e experimentaram, como eu experimentei, e viram olho a olho,
como eu vi; portanto, conhecem, como eu conheço, as coisas sobre as quais
falei; e Io conhecimento que possuo é de Deus.
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J:
“se eu não
houvesse Jnascido de Deus” (versículo 5)
vs.
“muitos Jnasceram
de Deus” (versículo 26)
Em inglês, esta
correspondência é mais forte. Se versículo 26 fosse traduzido mais como “muitos
foram nascidos de Deus,” a força da correspondência seria mais
como é em inglês.
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27 E fui Hamparado
em provações e dificuldades de toda espécie, sim, em todo tipo de aflições;
sim, Deus livrou-me da prisão e de grilhões e da morte; sim, e Gponho
minha confiança nele e Fele ainda me libertará.
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28 E sei que Fme levantará no
último dia para viver em glória com ele; sim, e louvá-lo-ei para sempre,
pois tirou nossos pais do Egito e fez com que
os egípcios se afogassem no Mar Vermelho; levou nossos pais, por
seu poder, para a terra da promissão; sim, e Elibertou-os da
servidão e do cativeiro de tempos em tempos.
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“História e
arqueologia convencionais agora consideram o Êxodo uma narrativa inteiramente
mítica e ficcional construída entre os séculos VIII e V aC”
(Evidence for the Exodus, apenas em inglês).
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29 Sim, e
também tirou nossos pais da terra de Jerusalém; e, ainda, por seu sempiterno
poder livrou-os do cativeiro e da servidão, de tempos em tempos até o
dia presente. E lembro-me sempre de seu cativeiro; sim, e tu também deves Dguardar
na lembrança o seu cativeiro, como eu o fiz.
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30 Mas eis que
isto não é tudo, meu filho; pois Cdeves saber, assim como eu
sei, que, Bse guardares os mandamentos de
Deus, prosperarás na terra; e também deves saber que, se não
guardares os mandamentos de Deus, serás afastado de sua presença. Ora, Aisto
é segundo a sua palavra.
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A: “Ouve minhas
palavras” é alegado ser paralelo a “isto é segundo a sua palavra” no
versículo 30. Por “sua palavra” no versículo 30 quer dizer “a palavra de
Deus.” Parece-me que o único paralelo real que alguém poderia alegar
nesses frases é “palavras” do versículo 1 com “palavra” do versículo 30. Como
se para mostrar que este paralelo não impressiona, tem “palavra” ou
“palavras” mais três vezes neste mesmo capítulo (versículos 3, 11 e 26).
C: “Quisera que fizesses
como eu fiz” é alegado ser paralelo a “deves saber, assim como eu sei” do
versículo 30. Por que? Primeiro de tudo, os verbos não são os mesmos. Além disso,
o comando para “fazer” é lembrar o cativeiro de seus pais, mas o comando para
“saber” é saber que, se você guardar os mandamentos, prosperará.
Observe também o
evangelho da prosperidade é pregado neste versículo.
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