Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 46
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1 E aconteceu
que todos os que não atenderam às palavras de Helamã e seus irmãos, uniram-se
contra eles.
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2 E então eis
que ficaram muito irados, tanto que estavam determinados a matá-los.
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3 Ora, o chefe
dos que se haviam revoltado contra seus irmãos era um homem grande e forte; e
seu nome era Amaliquias.
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4 E Amaliquias
desejava ser rei; e aqueles que estavam irados também desejavam que ele fosse
seu rei; e a maioria deles eram juízes menores da terra e estavam
em busca de poder.
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5 E tinham sido
convencidos, pelas lisonjas de Amaliquias, de que, se o apoiassem e fizessem
dele o seu rei, ele os tornaria governantes do povo.
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6 Assim, foram
instigados por Amaliquias a promover dissensões, apesar das pregações de
Helamã e seus irmãos; sim, apesar de seu enorme zelo pela igreja, pois eram
sumos sacerdotes da igreja.
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7 E houve
muitos na igreja que acreditaram nas palavras lisonjeiras de Amaliquias; por
conseguinte, separaram-se até da igreja; e assim, as condições do povo de
Néfi eram muito precárias e perigosas, não obstante sua grande vitória sobre
os lamanitas e seu enorme regozijo por terem sido libertados pela mão do
Senhor.
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8 Vemos, assim,
quão rapidamente os filhos dos homens se esquecem do Senhor seu
Deus; sim, quão rapidamente praticam iniquidades e deixam-se levar pelo maligno.
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9 Sim, e também
vemos a grande iniquidade que um homem muito iníquo pode fazer com
que ocorra entre os filhos dos homens.
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10 Sim, vemos
que Amaliquias, por ser um homem de astutos ardis e um homem de muitas
palavras lisonjeiras, incitou o coração de muitos a praticar iniquidades;
sim, e a procurar destruir a igreja de Deus e a destruir o alicerce de liberdade
que Deus lhes concedera, ou seja, a bênção que Deus enviara à face da terra
por amor aos justos.
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11 E então
aconteceu que quando Morôni, que era o comandante geral dos
exércitos nefitas, soube dessas dissensões, ficou irado contra Amaliquias.
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12 E aconteceu
que rasgou sua túnica e, pegando um pedaço dela, nele
escreveu: Em lembrança de nosso Deus, nossa religião e nossa
liberdade e nossa paz, nossas esposas e nossos filhos — e amarrou-o na
ponta de um mastro.
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13 E ele
colocou seu capacete e sua couraça e seus escudos e cingiu os lombos com sua
armadura; e pegou o mastro em cuja ponta se achava a túnica rasgada (a que
ele chamou estandarte da liberdade); e inclinou-se até o solo e orou
fervorosamente a seu Deus, a fim de que as bênçãos da liberdade repousassem
sobre seus irmãos enquanto restasse um grupo de cristãos para habitar a
terra —
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14 Porque assim
eram chamados todos os verdadeiros crentes em Cristo, que pertenciam à igreja
de Deus, pelos que não pertenciam à igreja.
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15 E os que
pertenciam à igreja eram fiéis; sim, todos os que eram crentes verdadeiros em
Cristo tomavam sobre si alegremente o nome de Cristo, ou seja,
de cristãos, como eram chamados em virtude de sua crença no Cristo que
haveria de vir.
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16 E assim,
nessa ocasião Morôni orou para que fosse favorecida a causa dos cristãos e a
liberdade da terra.
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17 E aconteceu
que depois de haver derramado a alma a Deus, chamou toda a terra que ficava
situada ao sul da terra de Desolação, sim, resumindo, toda a terra,
tanto ao norte como ao sul, de terra escolhida e terra da liberdade.
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18 E disse:
Certamente Deus não permitirá que nós, que somos desprezados por tomar sobre
nós o nome de Cristo, sejamos pisados e destruídos até provocarmos isso com
nossas próprias transgressões.
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19 E tendo dito
estas palavras, Morôni foi para o meio do povo fazendo tremular a parte
rasgada de sua túnica no ar, para que todos vissem o que havia escrito
na parte rasgada; e clamou em alta voz, dizendo:
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20 Eis que
todos os que desejarem defender este estandarte na terra, aproximem-se na
força do Senhor e façam convênio de que defenderão seus direitos e sua
religião, para que o Senhor Deus os abençoe.
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21 E aconteceu
que quando Morôni disse estas palavras, eis que o povo se aproximou com os
lombos cingidos por suas armaduras, rasgando as vestes como símbolo, ou
melhor, como convênio de que não abandonariam o Senhor seu Deus; ou, em
outras palavras, se eles transgredissem os mandamentos de Deus, ou melhor, se
caíssem em transgressão e se envergonhassem de tomar sobre si o nome de
Cristo, o Senhor os destroçaria da mesma forma que haviam rasgado as suas
vestes.
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22 Ora, esse
foi o convênio que fizeram; e atiraram suas vestes aos pés de Morôni,
dizendo: Fazemos convênio com nosso Deus de que seremos destruídos, assim
como o foram nossos irmãos da terra do norte, se cairmos em transgressão;
sim, ele pode atirar-nos aos pés de nossos inimigos, assim como atiramos
nossas vestes a teus pés para serem pisadas, se cairmos em transgressão.
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23 Morôni
disse-lhes: Eis que somos um remanescente da semente de Jacó; sim, somos um
remanescente da semente de José, cuja túnica foi
rasgada em muitos pedaços por seus irmãos; sim, e agora, eis que devemos
lembrar-nos de guardar os mandamentos de Deus; caso contrário, nossas vestes
serão rasgadas por nossos irmãos e seremos atirados na prisão ou vendidos ou
mortos.
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24 Sim,
preservemos nossa liberdade, como um remanescente de José; sim, lembremo-nos
das palavras de Jacó, antes de sua morte, pois eis que ele viu que uma parte
do que restou da túnica de José fora preservada e não se havia estragado. E
ele disse: Assim como este remanescente das vestes de meu filho foi
preservado, também um remanescente da semente de meu filho será
preservado pela mão de Deus, que o tomará para si, enquanto o restante da
semente de José perecerá, como o restante de sua túnica.
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25 Ora, eis que
isto me enche a alma de dor; não obstante, minha alma alegra-se por meu
filho, uma vez que essa parte de sua semente será conduzida a Deus.
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26 Ora, eis que
foi essa a linguagem de Jacó.
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27 E agora,
quem sabe se o remanescente da semente de José, que perecerá como suas
vestes, não são esses que divergiram de nós? Sim, e talvez sejamos nós
mesmos, se não nos mantivermos firmes na fé em Cristo.
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28 E então
aconteceu que, tendo pronunciado estas palavras, Morôni foi e também enviou
seus homens a todas as partes da terra onde havia dissensões; e congregou
todos os que desejavam conservar sua liberdade para se oporem a
Amaliquias e aos dissidentes, que se chamavam amaliquiaítas.
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29 E aconteceu
que quando Amaliquias viu que o povo de Morôni era mais numeroso que os
amaliquiaítas — e viu também que seu povo duvidava da justiça da causa
que havia abraçado — portanto, temendo não poder conseguir seu objetivo,
partiu para a terra de Néfi com os que o quiseram acompanhar;
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30 Ora, Morôni
julgou não ser conveniente que os lamanitas se fortalecessem mais; assim,
pensou em interceptar o povo de Amaliquias ou capturá-lo e trazê-lo de volta
e matar Amaliquias; sim, porque sabia que ele iria incitar os lamanitas
contra eles e fazer com que os lamanitas batalhassem contra eles; e sabia que
Amaliquias faria isso para alcançar seus propósitos.
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31 Portanto,
Morôni julgou oportuno tomar seus exércitos, que se haviam reunido e se
armado e que haviam feito o convênio de preservar a paz — E aconteceu
que ele tomou seu exército e marchou com suas tendas para o deserto, a fim de
interceptar Amaliquias no deserto.
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32 E aconteceu
que ele agiu de acordo com seus desejos e marchou para o deserto e deteve os
exércitos de Amaliquias.
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33 E aconteceu
que Amaliquias fugiu com um pequeno número de seus homens; e os restantes
foram entregues nas mãos de Morôni e levados de volta para a terra de
Zaraenla.
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34 Ora, Morôni,
sendo um homem que fora nomeado pelos juízes supremos e pela voz do
povo, tinha, por conseguinte, poder segundo a sua vontade sobre os exércitos
nefitas, para estabelecer e exercer autoridade sobre eles.
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35 E aconteceu
que todos os amaliquiaítas que se recusaram a fazer convênio de apoiar a
causa da liberdade, a fim de manterem um governo livre, ele condenou à morte;
e foram poucos os que renegaram o convênio de liberdade.
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36 E aconteceu
também que ele fez com que o estandarte da liberdade fosse hasteado em todas
as torres de toda a terra ocupada pelos nefitas; e assim Morôni plantou o
estandarte da liberdade entre os nefitas.
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37 E eles
começaram a ter novamente paz na terra; e assim mantiveram a paz naquela
terra até quase o fim do décimo nono ano do governo dos juízes.
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38 E Helamã e
os sumos sacerdotes mantinham também a ordem na igreja; sim, pelo
espaço de quatro anos tiveram muita paz e regozijo na igreja.
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39 E aconteceu
que muitos morreram, crendo firmemente que sua alma estava redimida
pelo Senhor Jesus Cristo; assim, saíram do mundo regozijando-se.
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40 E houve
alguns que morreram de febres que, em certas épocas do ano, eram muito frequentes
na terra — muitos, porém, não morreram de febres por causa das
excelentes qualidades das muitas plantas e raízes que Deus havia
preparado para remover as causas das enfermidades a que estavam sujeitos
devido à natureza do clima —
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41 Muitos houve
que morreram de velhice; e os que morreram com a fé em Cristo
são felizes com ele, como necessariamente devemos crer.
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