Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Relato dos filhos de
Mosias, que renunciaram a seus direitos ao reino pela palavra de Deus e
subiram à terra de Néfi para pregar aos lamanitas; seus sofrimentos e sua
libertação, segundo o registro de Alma.
Abrange os capítulos 17 a 27.
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Capítulo 17
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1 E então aconteceu
que quando Alma viajava da terra de Gideão para o sul, em direção à terra de
Mânti, eis que, para seu assombro, encontrou os filhos de
Mosias, que se dirigiam à terra de Zaraenla.
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2 Ora, esses
filhos de Mosias estavam com Alma na ocasião em que o anjo lhe apareceu
pela primeira vez; portanto, Alma se regozijou muito por haver
encontrado seus irmãos; e o que o alegrou ainda mais foi que eles ainda eram
seus irmãos no Senhor; sim, e haviam-se fortalecido no conhecimento da
verdade; porque eram homens de grande entendimento e
haviam examinado diligentemente as escrituras para conhecerem a
palavra de Deus.
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3 Isto, porém,
não é tudo; haviam-se devotado a muita oração e jejum; por isso
tinham o espírito de profecia e o espírito de revelação; e quando ensinavam,
faziam-no com poder e autoridade de Deus.
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4 E pelo espaço
de quatorze anos haviam ensinado a palavra de Deus entre os lamanitas, tendo
obtido grande êxito na condução de muitos ao conhecimento
da verdade; sim, pelo poder de suas palavras muitos foram levados perante o
altar de Deus, para invocar-lhe o nome e confessar seus pecados
perante ele.
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5 Ora, foram
estas as circunstâncias que ocorreram em suas viagens, pois tiveram muitas
aflições; sofreram muito, tanto física quanto mentalmente, de fome, sede e
cansaço; e sofreram também muitas tribulações no espírito.
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6 Ora, estas
foram as suas viagens: Despediram-se de seu pai, Mosias, no
primeiro ano dos juízes; recusaram o reino que o pai desejava
conferir-lhes; esta era também a vontade do povo;
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7 Não obstante,
partiram da terra de Zaraenla com suas espadas e suas lanças e seus
arcos e suas flechas e suas fundas; e isto fizeram para conseguir
alimento enquanto estivessem no deserto.
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A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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8 E assim
partiram para o deserto com o grupo que haviam escolhido, a fim de subirem à
terra de Néfi para pregar a palavra de Deus aos lamanitas.
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9 E aconteceu
que viajaram muitos dias no deserto; e jejuaram e oraram muito para
que o Senhor lhes concedesse que uma porção de seu Espírito os acompanhasse e
permanecesse com eles, a fim de servirem de instrumento nas mãos de
Deus, para, se possível, levarem seus irmãos, os lamanitas, a conhecerem a
verdade, a conhecerem a iniquidade das tradições de seus pais, que
não eram certas.
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10 E aconteceu
que o Senhor os visitou com seu Espírito e
disse-lhes: Consolai-vos; e eles foram consolados.
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11 E o Senhor
também lhes disse: Ide estabelecer minha palavra entre os lamanitas, vossos
irmãos; contudo, sereis pacientes nos sofrimentos e aflições, para dar-lhes
bons exemplos em mim; e eu farei de vós instrumentos em minhas mãos para a
salvação de muitas almas.
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12 E aconteceu
que o coração dos filhos de Mosias, assim como aqueles que com eles estavam,
encheram-se de coragem para dirigir-se aos lamanitas e pregar-lhes a palavra
de Deus.
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13 E aconteceu
que, tendo chegado às fronteiras da terra dos lamanitas, separaram-se,
confiando no Senhor que voltariam a reunir-se no fim de sua colheita;
porque acreditavam que grande era a obra que haviam empreendido.
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14 E certamente
era grande, porque se haviam proposto a pregar a palavra de Deus a um
povo selvagem, duro e feroz, um povo que se deleitava em matar os
nefitas e roubá-los e despojá-los; e seu coração estava nas riquezas, ou
seja, no ouro e na prata e nas pedras preciosas; mas procuravam obter essas
coisas pelo assassínio e pilhagem, para não terem que trabalhar por elas com
as próprias mãos.
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15 De modo que
eram um povo bastante indolente; muitos deles adoravam ídolos e
a maldição de Deus havia caído sobre eles por causa
das tradições de seus pais; não obstante, as promessas do Senhor
estendiam-se a eles, sob condição de arrependimento.
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16 Por
conseguinte, esse era o motivo pelo qual os filhos de Mosias haviam
empreendido esse trabalho, para que talvez pudessem levá-los ao
arrependimento; para que talvez os levassem a conhecer o plano de redenção.
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17 Separaram-se,
portanto, uns dos outros e foram para o meio deles, cada um por si, segundo a
palavra e o poder de Deus que lhe fora concedido.
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18 Ora, Amon,
sendo o principal entre eles, ou melhor, aquele que administrava entre eles,
separou-se deles depois de os haver abençoado segundo suas várias
posições, tendo-lhes transmitido a palavra de Deus, ou seja, tendo-os
ensinado antes de sua partida; e assim eles começaram a viajar por toda a
terra.
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19 E Amon
dirigiu-se à terra de Ismael, assim denominada segundo os filhos
de Ismael, que também se tornaram lamanitas.
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20 E quando
Amon entrou na terra de Ismael, os lamanitas pegaram-no e amarraram-no, pois
era seu costume amarrar todos os nefitas que caíam em suas mãos e levá-los à
presença do rei; e assim ficava a critério do rei matá-los ou retê-los
cativos ou mandá-los para a prisão ou desterrá-los, segundo a sua vontade e
prazer.
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21 E assim Amon
foi levado à presença do rei que governava a terra de Ismael e cujo nome era
Lamôni; e ele era descendente de Ismael.
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Isso é cerca de 500
anos depois que os leítas saíram de Jerusalém, e o rei Lamôni é descendente
de Ismael.
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22 E o rei
perguntou a Amon se era seu desejo morar na terra, entre os lamanitas, ou
entre seu povo.
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23 E Amon
respondeu-lhe: Sim, desejo habitar com este povo por algum tempo; sim, e
talvez até o dia de minha morte.
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24 E aconteceu
que o rei Lamôni ficou muito satisfeito com Amon e ordenou que lhe desatassem
as cordas; e desejava que Amon tomasse uma de suas filhas para esposa.
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25 Amon, porém,
disse-lhe: Não, mas serei teu servo. Amon tornou-se, portanto, servo do rei
Lamôni. E aconteceu que ele foi colocado entre outros servos para guardar os
rebanhos de Lamôni, segundo o costume dos lamanitas.
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26 E depois de
haver estado três dias a serviço do rei, quando ia com os servos lamanitas
levando os rebanhos para o bebedouro que era chamado águas de Sébus, onde
todos os lamanitas levavam seus rebanhos para beber —
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27 Aconteceu
que quando Amon e os servos do rei levavam os rebanhos a esse bebedouro, eis
que um certo número de lamanitas, que haviam dado de beber a seus rebanhos,
dispersaram os rebanhos de Amon e dos servos do rei; e dispersaram-nos de tal
modo que fugiram em muitas direções.
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28 Ora, os
servos do rei começaram a murmurar, dizendo: Agora o rei nos matará, como fez
com nossos irmãos, porque seus rebanhos foram espalhados pela maldade destes
homens. E começaram a chorar amargamente, dizendo: Eis que nossos rebanhos já
estão espalhados.
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29 Ora, eles
choravam por temor de serem mortos. E quando Amon viu isso, seu coração
encheu-se de alegria, pelo que disse: Mostrarei a estes companheiros o
meu poder, ou seja, o poder que está em mim, recuperando os rebanhos do rei a
fim de conquistar-lhes o coração e induzi-los a acreditar em minhas palavras.
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30 E estes
foram os pensamentos de Amon, quando viu as aflições daqueles a quem chamava
seus irmãos.
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31 E aconteceu
que os alentava com suas palavras, dizendo: Irmãos, tende bom ânimo e
partamos em busca dos rebanhos; nós reuni-los-emos e trá-los-emos de volta ao
bebedouro; e assim preservaremos os rebanhos para o rei, que não nos tirará a
vida.
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32 E aconteceu
que foram procurar os rebanhos, seguindo Amon; correndo com muita ligeireza
conseguiram deter os rebanhos do rei e levá-los novamente ao bebedouro.
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33 E aqueles
homens levantaram-se novamente para espalhar os rebanhos; mas Amon disse a
seus irmãos: Cercai os rebanhos, para que não fujam; eu contenderei com os
homens que dispersam nossos rebanhos.
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34 Portanto, fizeram
como lhes ordenou Amon e ele foi pelejar com aqueles que estavam junto às
águas de Sébus; e não eram poucos.
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35 Não tinham,
portanto, medo de Amon, pois supunham que um de seus homens poderia matá-lo
segundo seu prazer, porque não sabiam que o Senhor havia prometido a
Mosias livrar seus filhos das mãos deles; nem sabiam nada a
respeito do Senhor; portanto, se deleitavam em destruir seus irmãos e, por
isso, espalhavam os rebanhos do rei.
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36 Amon, porém,
adiantou-se e começou a apedrejá-los com sua funda; sim, arremessou-lhes
pedras com muita força e matou assim alguns deles, de modo que
ficaram espantados com sua força; não obstante, estavam irados com a morte de
seus irmãos e decidiram derrubá-lo; vendo, pois, que não conseguiam atingi-lo
com pedras, avançaram, armados de clavas, para matá-lo.
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37 Eis que
Amon, porém, com sua espada cortava o braço de cada homem que levantava a
clava para feri-lo; pois resistiu a seus golpes, cortando-lhes o braço com o
fio de sua espada, tanto que começaram a ficar assombrados e a fugir
dele; sim, e não eram poucos, mas ele, com a força de seu braço, fez com que
fugissem.
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Alma 17:37-39
A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
E uma arma parecida com uma espada, mesmo com pedras afiadas em sua borda,
não seria capaz de cortar braços assim, certamente não de braços múltiplos.
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38 Ora, seis
deles caíram pelo arremesso de sua funda, mas com a espada somente matou o
chefe; cortou entretanto quantos braços se levantaram contra ele; e não foram
poucos.
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Anotação para Alma
17:37-39 acima
Além disso, como é que ele “somente matou o chefe,” mas então nos diz que ele
cortou tanto braços que “não foram poucos.”? Aparentemente, esses homens que “não
foram poucos” sobreviveram a amputação dos seus braços apesar da falta do
conhecimento médico cerca de 91 aC. Há a perda inicial de sangue e não se
esqueça da probabilidade de infecção, mesmo que uma pessoa tenha sobrevivido
ao ferimento inicial naquela época.
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39 E tendo
feito com que fugissem para bem longe, voltou; e deram de beber aos rebanhos
e depois os reconduziram às pastagens do rei; dirigiram-se todos
então à presença do rei, carregando os braços daqueles que haviam procurado
matá-lo e que haviam sido cortados pela espada de Amon; e foram levados
ao rei como testemunho das coisas que haviam feito.
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Anotação para Alma 17:37-39 acima
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