Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Relato de Alma, que
era filho de Alma e o primeiro juiz supremo do povo de Néfi e também o sumo
sacerdote da Igreja. Um relato do governo dos juízes e das guerras e
contendas do povo. E também o relato de uma guerra entre nefitas e lamanitas,
segundo o registro de Alma, o primeiro juiz supremo.
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Capítulo 1
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1 Ora,
aconteceu que no primeiro ano em que os juízes governaram o povo de Néfi, e
daí em diante, tendo o rei Mosias ido pelo caminho de toda a Terra,
combatido um bom combate, andado retamente diante de Deus, não tendo deixado
ninguém para reinar em seu lugar; não obstante, ele
estabelecera leis e elas eram reconhecidas pelo povo; portanto,
tinham a obrigação de submeter-se às leis que ele havia formulado.
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2 E aconteceu
que no primeiro ano do governo de Alma como juiz, foi-lhe apresentado
um homem para ser julgado, um homem de grande estatura e notável
pela sua grande força.
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3 E ele saíra
pregando ao povo o que chamava de palavra de
Deus, opondo-se à igreja; declarando ao povo que todos os
sacerdotes e mestres deveriam tornar-se populares; e que não deveriam
trabalhar com as próprias mãos, mas deveriam ser sustentados pelo povo.
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4 E ele também
testificou ao povo que toda a humanidade seria salva no último dia e que não
precisariam temer nem tremer, mas que podiam levantar a cabeça e
regozijar-se; porque o Senhor havia criado todos os homens e também havia
redimido todos os homens; e, no fim, todos os homens teriam vida eterna.
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5 E aconteceu
que tanto pregou estas coisas que muitos acreditaram em suas palavras; e
foram tantos, que começaram a sustentá-lo e a dar-lhe dinheiro.
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6 E ele começou
a exaltar-se no orgulho de seu coração e a usar vestimentas custosas, sim, e
até começou a organizar uma igreja de acordo com a sua pregação.
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7 E aconteceu
que enquanto andava assim pregando aos que acreditavam em suas palavras,
encontrou um homem que pertencia à igreja de Deus, sim, precisamente um de
seus mestres, e começou a discutir com ele asperamente, com o fim de afastar
o povo da igreja; mas o homem opôs-lhe resistência, advertindo-o com
as palavras de Deus.
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8 Ora, esse
homem chamava-se Gideão; e fora ele quem servira de instrumento nas mãos
de Deus para livrar do cativeiro o povo de Lími.
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9 Ora, porque
Gideão lhe opôs resistência com as palavras de Deus, ele encolerizou-se
contra Gideão e, tendo sacado da espada, começou a golpeá-lo. Ora,
tendo Gideão idade avançada, não pôde resistir aos golpes; foi,
portanto, morto pela espada.
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Alma 1:9,12
A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
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10 E o homem
que o havia matado foi aprisionado pelo povo da igreja e levado à presença de
Alma para ser julgado pelos crimes que cometera.
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11 E aconteceu
que estando ele diante de Alma, defendeu-se com muita ousadia.
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12 Mas Alma
disse-lhe: Eis que esta é a primeira vez que artimanhas sacerdotais
foram introduzidas no meio deste povo. E eis que tu não somente és culpado de
artimanhas sacerdotais, mas também de teres tratado de impô-las pela espada;
e se tais artimanhas tivessem sido impostas a este povo, teriam
acarretado a sua total destruição.
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Anotação para Alma 1:9, 12 acima
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13 E fizeste
correr o sangue de um homem justo, sim, um homem que muito bem fez entre este
povo; e se te poupássemos, o sangue dele recairia sobre nós
como vingança.
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14 Estás,
portanto, condenado à morte, de acordo com a lei que nos foi dada
por Mosias, nosso último rei, a qual foi reconhecida por este povo; portanto,
este povo deve respeitar a lei.
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15 E aconteceu
que o levaram — e seu nome era Neor — e conduziram-no até o
alto da colina de Mânti e lá ele foi obrigado a reconhecer, ou melhor,
reconheceu entre os céus e a Terra que o que ensinara ao povo era contra a
palavra de Deus; e ali sofreu uma ignominiosa morte.
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16 Não
obstante, isso não pôs fim à difusão de artimanhas sacerdotais na terra;
porque havia muitos que gostavam das coisas vãs do mundo e continuavam a
pregar falsas doutrinas; e isto faziam por causa de riquezas e
honrarias.
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17 No entanto
não se atreviam a mentir, por temor à lei, pois os mentirosos eram
punidos, se descobertos; consequentemente alegavam pregar de acordo com a sua
crença; e a lei não tinha poder contra homem algum por causa
de sua crença.
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18 E não se
atreviam a furtar, por medo da lei, pois seriam punidos; nem se atreviam
a roubar nem a assassinar, pois aquele que assassinasse seria
punido com a morte.
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19 Mas
aconteceu que todos os que não pertenciam à igreja de Deus começaram a
perseguir aqueles que pertenciam à igreja de Deus e que haviam tomado sobre
si o nome de Cristo.
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20 Sim, eram
perseguidos e afligidos com toda sorte de palavras, e isso por causa da sua
humildade; porque não se exaltavam aos seus próprios olhos, e porque
partilhavam a palavra de Deus, uns com os outros, sem dinheiro e
sem preço.
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21 Ora, havia
entre o povo da igreja uma lei severa que proibia a qualquer homem que
pertencesse à igreja perseguir aqueles que não pertencessem à igreja;
e proibia perseguições entre eles mesmos.
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22 Não
obstante, havia muitos entre eles que começaram a tornar-se orgulhosos e a
contender acaloradamente com seus adversários, chegando a bater-lhes; sim,
golpeavam-se uns aos outros com seus punhos.
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23 Ora, isto
aconteceu no segundo ano do governo de Alma, causando à igreja muitas
aflições; sim, isto foi causa de muitas tribulações na igreja.
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24 Porque o
coração de muitos se endureceu e seus nomes foram riscados, de modo que não
mais foram lembrados entre o povo de Deus. E também muitos se afastaram do meio deles.
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25 Ora, isso
era uma grande provação para os que permaneciam firmes na fé; não obstante,
foram firmes e inabaláveis na obediência aos mandamentos de Deus e suportaram
com paciência as perseguições que se acumularam sobre eles.
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26 E quando os
sacerdotes deixavam seu trabalho para ensinar ao povo a palavra de
Deus, o povo também deixava seus trabalhos para ouvir a palavra de Deus. E
quando o sacerdote terminava de ensinar-lhes a palavra de Deus, voltavam
todos diligentemente para seus trabalhos; e o sacerdote não se julgava
superior a seus ouvintes, porque o pregador não era melhor que o ouvinte nem
o mestre melhor que o discípulo; e assim eram todos iguais e todos
trabalhavam, cada um de acordo com suas forças.
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27 E eles
repartiam os seus bens com os pobres e os necessitados e os doentes e os
aflitos, cada um de acordo com o que possuía; e não usavam vestimentas
custosas; contudo, eram asseados e formosos.
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28 E assim eles
organizaram os negócios da igreja; e assim começaram a ter paz contínua
novamente, apesar de todas as perseguições.
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29 E então, graças
à solidez da igreja, começaram a enriquecer extremamente, tendo abundância de
tudo que lhes era necessário — abundância de rebanhos e manadas e de
animais cevados de toda espécie; e também abundância de grãos e de ouro e de
prata e de coisas preciosas; e abundância de sedas e de
finos tecidos de linho e de toda espécie de bons tecidos simples.
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Evangelho da prosperidade
A seda não existia
nas Américas pré-colombianas.
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30 E assim, em
sua prosperidade, não deixavam de atender a quem quer que
estivesse nu ou faminto ou sedento ou doente ou que não tivesse
sido alimentado; e o seu coração não estava nas riquezas; portanto, eram
liberais com todos, tanto velhos como jovens, tanto escravos como livres,
tanto homens como mulheres, pertencessem ou não à igreja, não fazendo acepção
de pessoas no que se referia aos necessitados.
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31 E assim
prosperaram e tornaram-se muito mais ricos que aqueles que não
pertenciam a sua igreja.
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Evangelho da prosperidade
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32 Pois aqueles
que não pertenciam a sua igreja entregavam-se a feitiçarias e
a idolatria ou ócio; e a tagarelices e
a invejas e contendas, usando vestimentas custosas, exaltando-se segundo
o orgulho de seus próprios olhos; perseguindo, mentindo, furtando, roubando,
cometendo libertinagens e homícidios e toda espécie de iniquidades; não
obstante, a lei era aplicada a todos os que a transgredissem, tanto quanto possível.
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Ainda bem que esta
não é uma apresentação representativa daqueles que não pertencem à Igreja. É
de admirar que alguns Mórmons tenham medo do mundo fora da Igreja?
Eu consideraria isso
um ensinamento prejudicial, porque acredito que promove uma mentalidade de
nós-contra-eles ou de mal-forasteiro.
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33 E aconteceu
que, aplicando-se-lhes assim a lei, cada um sendo castigado de acordo com o
que fizera, tornaram-se mais tranquilos e não se atreviam a cometer
iniquidades abertamente; o povo de Néfi teve, portanto, muita paz até o
quinto ano do governo dos juízes.
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