| Do Livro de Mórmon | Anotações | 
 
  | Capítulo 42   |   | 
 
  | 1 E agora, meu
  filho, eu percebo que existe algo mais que te preocupa e que não podes
  compreender, relativo à justiça de Deus na punição do pecador; pois
  tentas acreditar que é injustiça ser o pecador entregue a um estado de
  miséria. |   | 
 
  | 2 Agora, meu
  filho, eis que te explicarei isto. Pois eis que depois de haver o Senhor
  Deus expulsado nossos primeiros pais do jardim do Éden, para
  cultivarem a terra de que foram tomados — sim, ele expulsou o homem e
  colocou, ao oriente do jardim do Éden, querubins e uma espada
  flamejante que se voltava para todos os lados, a fim de guardar a árvore
  da vida — |   | 
 
  | 3 Ora, vemos
  que o homem se tornara como Deus, conhecendo o bem e o mal; e para que não
  estendesse a mão e tomasse também da árvore da vida e comesse e vivesse
  eternamente, o Senhor Deus colocou querubins e a espada flamejante para que
  ele não comesse do fruto — |   | 
 
  | 4 E assim vemos
  que foi concedido um tempo ao homem para que se arrependesse, sim,
  um período probatório, um tempo para arrepender-se e servir a Deus. |   | 
 
  | 5 Porque eis
  que se Adão houvesse estendido imediatamente a mão e comido da árvore da
  vida, teria vivido eternamente, de acordo com a palavra de Deus, não tendo
  tempo para o arrependimento; sim, e também a palavra de Deus teria sido vã e
  estaria frustrado o grande plano de salvação. |   | 
 
  | 6 Eis, porém,
  que foi determinado que o homem morresse — portanto, como eles
  foram afastados da árvore da vida, seriam afastados da face da Terra — e
  o homem tornou-se perdido para sempre, sim, tornou-se
  um homem decaído. |   | 
 
  | 7 E agora, vês
  assim que nossos primeiros pais foram afastados tanto física como
  espiritualmente da presença do Senhor; e assim vemos que eles ficaram
  sujeitos a sua própria vontade. |   | 
 
  | 8 Agora, eis
  que não era conveniente que o homem fosse resgatado dessa morte física,
  porque isso destruiria o grande plano de felicidade. |   | 
 
  | 9 Portanto,
  como a alma nunca poderia morrer e a queda havia trazido a toda a
  humanidade tanto uma morte espiritual como uma física, isto é, foram
  afastados da presença do Senhor, era necessário que a humanidade fosse
  resgatada dessa morte espiritual. |   | 
 
  | 10 Portanto,
  como se haviam tornado carnais, sensuais e diabólicos por natureza,
  este estado probatório tornou-se para eles um estado de preparação;
  tornou-se um estado preparatório. |   | 
 
  | 11 E agora
  lembra-te, meu filho, de que, se não fosse pelo plano de redenção (deixando-o
  de lado), assim que eles morressem sua alma se tornaria miserável, sendo
  afastada da presença do Senhor. |   | 
 
  | 12 E não havia
  meio de resgatar os homens desse estado decaído que o homem trouxera sobre
  si, em virtude de sua própria desobediência. |   | 
 
  | 13 Portanto, de
  acordo com a justiça, o plano de redenção não poderia ser realizado
  senão em face do arrependimento dos homens neste estado probatório,
  sim, neste estado preparatório; porque, a não ser nestas condições, a
  misericórdia não teria efeito, pois destruiria a obra da justiça. Ora, a obra
  da justiça não poderia ser destruída; se o fosse, Deus deixaria de
  ser Deus. |   | 
 
  | 14 E assim
  vemos que toda a humanidade se encontrava decaída e estava nas
  garras da justiça; sim, da justiça de Deus que a condenara a ser
  afastada de sua presença para sempre. |   | 
 
  | 15 Ora, o plano
  de misericórdia não poderia ser levado a efeito se não fosse feita uma
  expiação; portanto, o próprio Deus expia os pecados do mundo, para
  efetuar o plano de misericórdia, para satisfazer os requisitos
  da justiça, a fim de que Deus seja um Deus perfeito, justo e também
  um Deus misericordioso. |   | 
 
  | 16 Ora, o
  arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo
  tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao
  plano de felicidade, também tão eterno como a vida da alma. | Isso é interessante
  porque D&C 19:6-12 diz que as palavras “infinito” e “eterno” não
  significam sem fim quando se trata de “tormento infinito” ou “condenação
  eterna.” Esses versículos da D&C explicam que “Castigo eterno é castigo
  de Deus. Castigo infinito é castigo de Deus.” Portanto, se entendermos que
  D&C 19 é a verdade, talvez este versículo em Alma não esteja dizendo que
  a vida da alma não tem fim, mas que a vida da alma é de Deus. | 
 
  | 17 Ora, como
  poderia um homem arrepender-se, se não houvesse pecado? Como poderia ele
  pecar, se não houvesse lei? E como poderia haver lei, a não ser que
  houvesse castigo? |   | 
 
  | 18 Ora, um
  castigo foi fixado e foi dada uma lei justa que trouxe o remorso
  de consciência ao homem. |   | 
 
  | 19 Ora, se não
  tivesse sido dada uma lei — que, se um homem assassinasse, deveria
  morrer — teria ele medo de morrer, se assassinasse? | Alma 42:19-20
 Isso não é um apelo ao medo?
   Muitos ainda
  temeriam a morte, mesmo que acreditassem que assassinato não era pecado,
  porque a as pessoas, independentemente de suas crenças, temem a morte. Mesmo
  muitos (a maioria?) daqueles que acreditam numa vida após a morte e tiveram
  boas vidas temem a morte.   Além disso, não há
  um nível de moralidade muito mais elevado do  apelo ao medo? Será que o amor,
  a gratidão ou a empatia seria melhor motivo para fazer o bem? | 
 
  | 20 E também, se
  não tivesse sido dada lei alguma contra o pecado, os homens não teriam medo
  de pecar. | Anotação para Alma 42:19-20 acima | 
 
  | 21 E
  se não tivesse sido dada a lei, que poderia a justiça ou mesmo a
  misericórdia fazer se os homens pecassem, uma vez que não teriam direito
  sobre a criatura? |   | 
 
  | 22 Mas foi dada
  uma lei e fixado um castigo e concedido um arrependimento,
  arrependimento esse que é reclamado pela misericórdia; do contrário, a
  justiça reclama a criatura e executa a lei e a lei inflige o castigo; e se
  assim não fosse, as obras da justiça seriam destruídas e Deus deixaria de ser
  Deus. |   | 
 
  | 23 Deus, porém,
  não deixa de ser Deus e a misericórdia reclama o penitente; e a
  misericórdia advém em virtude da expiação: e a expiação efetua a
  ressurreição dos mortos: e a ressurreição dos
  mortos devolve os homens à presença de Deus; e assim são
  restituídos a sua presença para serem julgados de acordo com suas obras, segundo
  a lei e a justiça. | Assim, somos salvos
  por um sacrifício humano se isso for tomado literalmente em vez de
  figurativamente. Esse evangelho vem de um tempo antigo, e esse sacrifício (se
  for lido literalmente) parece refletir o entendimento das pessoas daquela
  época. | 
 
  | 24 Pois eis que
  a justiça exerce todos os seus direitos e a misericórdia também reclama tudo
  quanto lhe pertence; e assim ninguém, a não ser o verdadeiro penitente, é
  salvo. |   | 
 
  | 25 Acaso supões
  que a misericórdia possa roubar a justiça? Afirmo-te que não; de modo
  algum. Se assim
  fosse, Deus deixaria de ser Deus. |   | 
 
  | 26 E assim Deus
  realiza seus grandes e eternos propósitos, que foram
  preparados desde a fundação do mundo. E assim ocorre a salvação e a
  redenção dos homens e também sua destruição e miséria. |   | 
 
  | 27 Portanto, ó
  meu filho, todo aquele que quiser vir poderá vir e beber
  livremente das águas da vida; e aquele que não quiser vir não será
  obrigado a vir, mas no último dia ser-lhe-á restituído de acordo
  com suas ações. | Nesse contexto, está
  realmente participando livremente? Não se esqueça do apelo ao medo nos
  versículos 19 e 20. Sem mencionar que, mesmo quando tudo isso está explicado,
  não parece razoável à maioria das pessoas. Devemos ser responsáveis por
  acreditar nos ensinamentos SUD que a maioria acha impossível de acreditar? | 
 
  | 28 Se desejou
  praticar o mal e não se arrependeu durante seus dias, eis que
  receberá o mal, de acordo com a restauração de Deus. |   | 
 
  | 29 E agora, meu
  filho, eu desejo que não te preocupes mais com essas coisas e que deixes
  apenas teus pecados te preocuparem, com aquela preocupação que te levará ao
  arrependimento. |   | 
 
  | 30 Oh! meu
  filho, desejo que não negues mais a justiça de Deus. Não procures, mesmo nas mínimas
  coisas, desculpar-te de teus pecados, negando a justiça de Deus: mas deixa
  que a justiça de Deus e sua misericórdia e sua longanimidade governem
  plenamente teu coração; e deixa que te humilhem até o pó. |   | 
 
  | 31 E agora, ó
  meu filho, és chamado por Deus para pregar a palavra a este povo. E agora,
  meu filho, segue teu caminho, proclama a palavra com verdade e circunspecção
  para que tragas almas ao arrependimento, a fim de que o grande plano de
  misericórdia tenha direito sobre elas. E
  que Deus te conceda conforme minhas palavras. Amém. |   |