Livro de Mórmon Anotado
Avaliado de Acordo Com Meu Conhecimento Atual

Helamã Capítulo 6

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Do Livro de Mórmon Anotações

Capítulo 6

 

1 E aconteceu que quando terminou o sexagésimo segundo ano do governo dos juízes, todas essas coisas haviam acontecido e os lamanitas tinham-se tornado, na maior parte, um povo justo, a tal ponto que sua retidão excedia à dos nefitas em virtude de sua firmeza e constância na fé.

 

2 Porque eis que muitos nefitas se tornaram insensíveis, impenitentes e extremamente iníquos, a ponto de rejeitarem a palavra de Deus e todas as pregações e profecias que lhes foram feitas.

 

3 Não obstante, o povo da igreja sentiu grande alegria em face da conversão dos lamanitas, sim, em virtude de a igreja de Deus haver sido organizada entre eles. E confraternizaram-se e juntos se regozijaram; e tiveram grande alegria.

 

4 E aconteceu que muitos dos lamanitas desceram para a terra de Zaraenla e contaram ao povo nefita como se haviam convertido, exortando-os à fé e ao arrependimento.

 

5 Sim, e muitos pregaram com tão grande poder e autoridade que levaram muitos a se humilharem profundamente, convertendo-se em humildes seguidores de Deus e do Cordeiro.

 

6 E aconteceu que muitos dos lamanitas foram para a terra do norte; e Néfi e Leí também foram para a terra do norte a fim de pregar ao povo. E assim terminou o sexagésimo terceiro ano.

 

7 E eis que houve paz em toda a terra, tanto que os nefitas iam a qualquer parte da terra que quisessem, fosse entre os nefitas ou entre os lamanitas.

 

8 E aconteceu que os lamanitas também iam aonde desejavam, tanto entre os lamanitas como entre os nefitas; e, assim, havia livre intercâmbio entre eles para comprar, vender e obter lucro, segundo seus desejos.

 

9 E aconteceu que se tornaram imensamente ricos, tanto os lamanitas quanto os nefitas; e havia grande abundância de ouro e de prata e de toda sorte de metais preciosos, tanto na terra do sul como na do norte.

 

10 Ora, a terra do sul foi chamada Leí e a terra do norte foi chamada Muleque, segundo o filho de Zedequias; porque o Senhor havia conduzido Muleque para a terra do norte e Leí para a terra do sul.

 

11 E eis que em ambas essas terras havia todo tipo de ouro e de prata e de minerais preciosos de toda espécie; e havia também hábeis artífices que trabalhavam e refinavam toda espécie de minério; e assim, tornaram-se ricos.

 

12 Eles cultivaram cereais em abundância, tanto no norte como no sul; e prosperaram muito, tanto no norte como no sul. E multiplicaram-se e tornaram-se extremamente fortes na terra e criaram muitos rebanhos e manadas, sim, muitos animais cevados.

 

13 Eis que suas mulheres trabalhavam e fiavam e faziam toda sorte de tecidos de linho fino; e tecidos de todo tipo para cobrir sua nudez. E assim transcorreu em paz o sexagésimo quarto ano.

 

14 E no sexagésimo quinto ano tiveram também muita alegria e paz, sim, muita pregação e muitas profecias relativas ao que haveria de acontecer. E assim se passou o sexagésimo quinto ano.

 

15 E aconteceu que no sexagésimo sexto ano do governo dos juízes, eis que Cezorã foi assassinado por mão desconhecida, quando sentado na cadeira de juiz. E aconteceu que no mesmo ano seu filho, que havia sido nomeado pelo povo para substituí-lo, foi também assassinado. E assim terminou o sexagésimo sexto ano.

 

16 E no começo do sexagésimo sétimo ano o povo começou a ficar extremamente iníquo outra vez.

Apenas dois versículos antes, somos informados que o 65º ano do reinado dos juízes passou com a paz sem precedentes (sem precedentes porque a grande retidão deles permitia que os lamanitas e os nefitas haviam livre intercâmbio entre eles sem ameaça - veja os versículos 7 e 8). Mas neste versículo, no início do 67º ano, pouco mais de um ano depois, “o povo começou a ficar extremamente iníquo outra vez.”

17 Pois eis que o Senhor os havia abençoado com riquezas do mundo por tanto tempo, que não haviam sido instigados a irar-se nem a guerrear nem a derramar sangue; por conseguinte começaram a pôr o coração nas riquezas; sim, começaram a visar a lucros, para elevarem-se uns acima dos outros; portanto, principiaram a cometer assassinatos secretos e a roubar e a saquear, a fim de obter lucros.

 

18 E então eis que esses assassinos e saqueadores pertenciam a um grupo que havia sido formado por Quiscúmen e Gadiânton. E então aconteceu que havia muitos do bando de Gadiânton, mesmo entre os nefitas. Eis, porém, que eram mais numerosos entre a parte mais iníqua dos lamanitas; e eram conhecidos como os ladrões e assassinos de Gadiânton.

 

19 E foram eles que assassinaram Cezorã, o juiz supremo, e seu filho, quando na cadeira de juiz; e eis que não foram encontrados.

 

20 E então aconteceu que os lamanitas, quando descobriram que havia ladrões entre eles, afligiram-se muito; e usaram de todos os meios ao seu alcance para exterminá-los da face da terra.

 

21 Eis, porém, que Satanás incitou de tal modo o coração da maioria dos nefitas que eles se uniram a esse bando de ladrões, participando de seus convênios e seus juramentos de que se protegeriam e preservariam mutuamente em quaisquer circunstâncias difíceis em que se encontrassem, para não serem castigados por seus assassinatos e suas pilhagens e seus roubos.

 

22 E aconteceu que tinham seus sinais, sim, seus sinais secretos e suas palavras secretas; e isto para que pudessem reconhecer um irmão que tivesse entrado no convênio, para que, qualquer que fosse a iniquidade cometida por ele, não fosse prejudicado pelos irmãos nem por qualquer dos que pertencessem a seu bando e que tivessem feito esse convênio.

 

23 E assim podiam matar e saquear e roubar e entregar-se à luxúria e a toda sorte de iniquidades contrárias às leis de seu país e também às leis de seu Deus.

 

24 E quem quer que pertencesse a seu bando e revelasse ao mundo suas iniquidades e suas abominações seria julgado, não de acordo com as leis de seu país, mas segundo as leis de sua iniquidade, que haviam sido instituídas por Gadiânton e Quiscúmen.

 

25 Ora, eis que foram esses os juramentos e convênios secretos que Alma ordenou a seu filho não revelar ao mundo, para que não viessem a se tornar um meio de destruição do povo.

 

26 Ora, eis que esses juramentos e convênios secretos não chegaram a Gadiânton por meio dos registros confiados a Helamã; mas eis que foram postos no coração de Gadiânton pelo mesmo ser que induziu nossos primeiros pais a comerem do fruto proibido —

 

27 Sim, aquele mesmo ser que conspirou com Caim, dizendo-lhe que, se matasse seu irmão Abel, o mundo não o saberia. E conspirou com Caim e seus seguidores daí em diante.

 

28 E foi também esse mesmo ser que pôs no coração do povo a ideia de construir uma torre tão alta que alcançasse o céu. E foi esse mesmo ser que enganou o povo que veio daquela torre para esta terra; que espalhou obras de trevas e abominações por toda a face da terra até arrastar este povo à mais completa destruição e ao inferno sem fim.

Este versículo declara a Torre de Babel é um evento literal e factual. Se isso fosse verdadeiro, significaria que até cerca de 4.200 anos atrás (de acordo com as cronologias bíblicas que eu vi incluindo as do churchofjesuschrist.org) havia apenas uma língua na terra, então no evento do Torre de Babel, todas as línguas estavam confusas (exceto pelos jareditas). Isso não é compatível com o que sabemos sobre a evolução da linguagem. (Veja também o segundo parágrafo da Introdução ao Livro de Mórmon, Ômni 1:22, Mosias 28:17, Éter 1:33)

29 Sim, o mesmo ser que inculcou no coração de Gadiânton a continuação de obras tenebrosas e assassinatos secretos; e tem-nas propagado desde o princípio do homem até agora.

 

30 E eis que é ele o autor de todo pecado. E eis que leva avante suas obras de trevas e assassinatos secretos; e transmite suas conspirações e seus juramentos e seus convênios e seus planos de terrível iniquidade, de geração em geração, à medida que consegue apoderar-se do coração dos filhos dos homens.

 

31 E agora, eis que ele havia conseguido grande poder sobre o coração dos nefitas; sim, de tal forma que se haviam tornado terrivelmente iníquos; sim, a maioria deles se haviam desviado do caminho da retidão; e espezinharam os mandamentos de Deus e seguiram seus próprios caminhos e construíram, com seu ouro e sua prata, ídolos para si próprios.

Helamã 6:31-32

O versículo 14, nos informa que o 65º ano do reinado dos juízes passou com paz sem precedentes (sem precedentes porque a grande retidão deles permitia que os lamanitas e os nefitas haviam livre intercâmbio entre eles sem ameaças - veja os versículos 7 e 8). Agora, dentro de dois anos, “a maioria deles [dos nefitas] se haviam desviado do caminho da retidão; e espezinharam os mandamentos de Deus.”

32 E aconteceu que todas essas iniquidades ocorreram no espaço de não muitos anos, sendo que a maior parte delas começou entre eles no sexagésimo sétimo ano em que os juízes governaram o povo de Néfi.

Anotação para Helamã 6:31-32 acima

33 E suas iniquidades agravaram-se também no sexagésimo oitavo ano, para grande tristeza e lamentação dos justos.

 

34 E assim vemos que os nefitas começaram a degenerar, caindo na incredulidade, e a aumentar suas iniquidades e abominações, ao passo que os lamanitas começaram a crescer extraordinariamente no conhecimento de seu Deus; sim, eles principiaram a observar os seus estatutos e mandamentos e a andar em verdade e retidão perante ele.

 

35 E assim vemos que o Espírito do Senhor começou a afastar-se dos nefitas, em vista de suas iniquidades e da dureza de seu coração.

 

36 E assim vemos que o Senhor começou a derramar seu Espírito sobre os lamanitas, em virtude da facilidade e empenho que mostravam em crer nas suas palavras.

 

37 E aconteceu que os lamanitas perseguiram o bando de ladrões de Gadiânton; e pregaram a palavra de Deus aos mais iníquos dentre eles, de modo que esse bando de ladrões ficou inteiramente destruído entre os lamanitas.

Imagine se Joseph Smith tivesse sido bem-sucedido em sua candidatura de 1844 ao Presidente dos EUA e o país daquele ponto adiante tivesse sido um estado teocrático Mórmon. Em vez da aparentemente impossível guerra contra o terrorismo em que estamos envolvidos, como teocracia talvez perseguiríamos os terroristas e pregaríamos a palavra de Deus aos mais iníquos dentre eles, de modo que esses terroristas ficariam inteiramente destruídos dentre nós.

38 E aconteceu, por outro lado, que os nefitas ajudaram e apoiaram esses ladrões, começando pelos mais iníquos deles, até que eles se espalharam por toda a terra dos nefitas e seduziram a maior parte dos justos, que passaram a crer em suas obras e a participar de seus saques, associando-se a eles em seus homicídios e combinações secretas.

 

39 E assim obtiveram total controle do governo, tanto que espezinharam e feriram e maltrataram e desprezaram os pobres e os mansos e os humildes seguidores de Deus.

 

40 E assim vemos que se achavam num estado terrível, amadurecendo para uma destruição eterna.

 

41 E assim terminou o sexagésimo oitavo ano em que os juízes governaram o povo de Néfi.

 

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