Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 50
|
|
1 E então
aconteceu que Morôni não suspendeu seus preparativos para a guerra, ou seja,
para defender seu povo dos lamanitas; pois fez com que seus exércitos, no
início do vigésimo ano do governo dos juízes, começassem a cavar, levantando
montes de terra ao redor de todas as cidades por toda a terra habitada pelos
nefitas.
|
|
2 E no alto
desses montes de terra fez com que fossem colocadas vigas, sim, estruturas de
madeira da altura de um homem, circundando as cidades.
|
|
3 E sobre essas
estruturas de madeira mandou construir uma paliçada de estacas em toda a
volta; e elas eram fortes e altas.
|
|
4 E fez com que
se levantassem torres mais altas que as paliçadas e, no topo dessas torres,
fez construir lugares de defesa, de modo que as pedras e flechas dos
lamanitas não pudessem feri-los.
|
|
5 E eles
estavam preparados para atirar pedras lá de cima, segundo a sua vontade e
força; e matar todo aquele que tentasse aproximar-se das muralhas da cidade.
|
|
6 Assim
preparou Morôni fortificações ao redor de todas as cidades de toda a terra,
para defendê-las de seus inimigos.
|
|
7 E aconteceu
que Morôni fez com que seus exércitos marchassem para o deserto leste; sim, e
eles avançaram e expulsaram todos os lamanitas que estavam no deserto leste
para suas próprias terras, que ficavam ao sul da terra de Zaraenla.
|
|
8 E a terra de
Néfi estendia-se, em linha reta, do mar do leste para o oeste.
|
|
9 E aconteceu
que quando Morôni expulsou todos os lamanitas do deserto leste, que ficava ao
norte das terras sob seu domínio, fez com que os habitantes que estavam na
terra de Zaraenla e arredores avançassem para o deserto leste, até as
fronteiras do mar, e tomassem posse da terra.
|
|
10 E ele também
colocou exércitos ao sul, nas fronteiras de seus territórios, e fez com que
fossem construídas fortificações que pudessem proteger os exércitos
e o povo das mãos de seus inimigos.
|
|
11 E assim
isolou todas as fortificações dos lamanitas no deserto leste; sim, e também
no oeste, fortificando a linha divisória dos nefitas e lamanitas entre a
terra de Zaraenla e a terra de Néfi, desde o mar do oeste, passando pela
cabeceira do rio Sidon — ocupando os nefitas toda a terra do norte, sim,
toda a terra situada ao norte da terra de Abundância, de acordo com a
sua vontade.
|
|
12 Assim
Morôni, com seus exércitos, que aumentavam diariamente por causa da certeza
de proteção que suas defesas ofereciam, procurou eliminar a força e o poder
dos lamanitas sobre suas terras, a fim de que sobre elas não tivessem poder
algum.
|
|
13 E aconteceu
que os nefitas iniciaram a fundação de uma cidade, a qual denominaram cidade
de Morôni; e situava-se perto do mar do leste; e ficava ao sul, perto das
fronteiras dos territórios lamanitas.
|
|
14 E iniciaram
também os alicerces de uma cidade entre a cidade de Morôni e a cidade de
Aarão, unindo as fronteiras de Aarão e Morôni; e deram à cidade, ou melhor, à
terra, o nome de Nefia.
|
|
15 E naquele
mesmo ano iniciaram também a construção de muitas cidades no norte, uma de
modo singular, à qual deram o nome de Leí, que ficava ao norte, próxima à
costa.
|
|
16 E assim
terminou o vigésimo ano.
|
|
17 E nesse
estado de prosperidade achava-se o povo de Néfi no começo do vigésimo
primeiro ano em que os juízes governaram o povo de Néfi.
|
Alma 50:17-20
O evangelho da prosperidade associado à riqueza, pelo menos no versículo 18.
|
18 E eles
prosperaram muito e tornaram-se muito ricos; sim, multiplicaram-se e
tornaram-se fortes na terra.
|
Anotação para Alma 50:17-20 acima
|
19 E assim
vemos quão misericordiosos e justos são todos os procedimentos do Senhor para
o cumprimento de todas as suas palavras aos filhos dos homens; sim, mesmo
agora podemos ver como foram cumpridas as palavras que ele dirigiu a Leí,
dizendo:
|
Anotação para Alma 50:17-20 acima
|
20 Bem-aventurados
sois, tu e teus filhos; e eles serão abençoados e, se guardarem meus
mandamentos, prosperarão na terra. Mas lembra-te de que, se não guardarem
meus mandamentos, serão afastados da presença do Senhor.
|
Anotação para Alma 50:17-20 acima
|
21 E vemos que
essas promessas ao povo de Néfi foram cumpridas; porque foram suas desavenças
e suas contendas, sim, seus homicídios e suas pilhagens, sua idolatria, sua
libertinagem e suas abominações que lhes trouxeram guerras e destruição.
|
|
22 E os fiéis no
cumprimento dos mandamentos de Deus foram sempre libertados, ao passo que
milhares de seus irmãos iníquos foram reduzidos à escravidão ou pereceram
pela espada ou degeneraram, caindo na incredulidade, e misturaram-se aos
lamanitas.
|
Às vezes, quando o problema
do mal é expresso, os apologistas argumentam que Deus permite que o mal seja
perpetrado, porque ele valoriza tanto o arbítrio moral que ele não intercede
pela vítima por respeito ao arbítrio do perpetrador.
Espero que a maioria
ache repugnante essa ideia de Deus não estaria disposto a interceder sem mais
explicações. No entanto, para aqueles que precisam de mais explicações,
observe que este versículo explica que Deus está disposto a interceder por
uma vítima em potencial, independentemente do arbítrio moral de um pretenso
perpetrador.
|
23 Mas eis que
nunca houve época mais feliz para o povo de Néfi, desde os tempos
de Néfi, do que os dias de Morôni, sim, mesmo agora, no vigésimo primeiro ano
do governo dos juízes.
|
|
24 E aconteceu
que o vigésimo segundo ano do governo dos juízes também terminou em paz; sim,
e também o vigésimo terceiro ano.
|
|
25 E aconteceu
que no começo do vigésimo quarto ano do governo dos juízes, teria também
havido paz para o povo de Néfi se entre eles não tivesse surgido uma contenda relativa
à terra de Leí e à terra de Moriânton, que confinava com a terra de Leí,
ficando ambas próximas à costa.
|
|
26 Pois eis que
o povo que habitava a terra de Moriânton reivindicou uma parte da terra de
Leí; assim começou uma acalorada contenda entre eles, a ponto de ter o povo
de Moriânton pegado em armas contra seus irmãos, estando determinados a
exterminá-los pela espada.
|
A única arma
pré-colombiana que eu descobri que era semelhante a uma espada era a
macuahuitl, que era feita com uma tábua de madeira de forma semelhante a um
bastão de críquete com lâminas de obsidiana montadas nas bordas. É semelhante
o suficiente para uma espada que é muitas vezes referida como a espada
asteca.
No entanto, o
macuahuitl não parece se encaixar no período de tempo do Livro de Mórmon.
“Alguns grupos do México central, principalmente na transição entre o
começo e o fim do período pós-clássico, provavelmente desenvolveram essa
arma” (ênfase adicionada, Dr. Marco Antonio Cervera Obregón, “The macuahuitl:
an innovative weapon of the Late Post-Classic in Mesoamerica,” Arms &
Armour, Vol.3, Nov. 2, 2006, p. 146, artigo de um periódico de pesquisa, apenas em inglês). O período
pós-clássico é entre 900 dC e a conquista espanhola.
|
27 Mas eis que
o povo que habitava a terra de Leí fugiu para o acampamento de Morôni e
pediu-lhe ajuda; pois eis que não se achavam em erro.
|
|
28 E aconteceu
que quando o povo de Moriânton, que era guiado por um homem chamado
Moriânton, descobriu que o povo de Leí havia fugido para o acampamento de
Morôni, teve muito medo de que o exército de Morôni caísse sobre eles e os
destruísse.
|
|
29 Portanto,
Moriânton convenceu-os de que deveriam fugir para a terra que ficava ao
norte, a qual era coberta por grandes extensões de água, e ocupar a terra que
ficava ao norte.
|
|
30 E eis que
teriam executado esse plano (o que teria sido lamentável), mas eis que
Moriânton, que era um homem muito violento, zangou-se com uma de suas servas
e sobre ela atirou-se, espancando-a.
|
|
31 E aconteceu
que ela fugiu e foi para o acampamento de Morôni e relatou todo o acontecido;
e também a intenção que tinham eles de fugir para a terra do norte.
|
|
32 Ora, eis que
o povo que estava na terra de Abundância, ou melhor, Morôni, temeu que eles
se deixassem levar pelas palavras de Moriânton e se unissem ao povo dele; e
assim ele se apoderaria daquelas partes da terra, o que daria origem a sérias
consequências para o povo de Néfi, sim, consequências que levariam à perda de
sua liberdade.
|
|
33 Por
conseguinte, Morôni enviou um exército com seus apetrechos para interceptar o
povo de Moriânton, para impedir sua fuga para a terra do norte.
|
|
34 E aconteceu
que não os interceptaram até eles chegarem às fronteiras da terra
de Desolação; e lá os detiveram, na estreita passagem que levava à terra
do norte, perto do mar, sim, perto do mar tanto a leste como a oeste.
|
|
35 E aconteceu
que o exército enviado por Morôni, sob o comando de um homem chamado Teâncum,
defrontou-se com o povo de Moriânton; e tão obstinado estava o povo de
Moriânton (incitado por sua iniquidade e suas palavras lisonjeiras), que teve
início uma batalha entre eles, na qual Teâncum matou Moriânton e
derrotou os de seu exército e tomou-os como prisioneiros e voltou ao
acampamento de Morôni. E assim terminou o vigésimo quarto ano em que os
juízes governaram o povo de Néfi.
|
|
36 E assim o
povo de Moriânton foi levado de volta. E após haverem feito um tratado de
paz, foram reencaminhados à terra de Moriânton; e efetuou-se uma união deles
com o povo de Leí; e eles foram também reencaminhados às suas terras.
|
|
37 E aconteceu
que no mesmo ano em que a paz foi restabelecida entre o povo de Néfi, morreu
Nefia, o segundo juiz supremo, tendo ocupado a cadeira de juiz com perfeita
retidão perante Deus.
|
|
38 Não
obstante, havia-se recusado a tomar posse dos registros e daquelas coisas que
Alma e seus pais consideravam muito sagradas. Por conseguinte Alma os havia
confiado a seu filho Helamã.
|
|
39 Eis que
aconteceu ter sido o filho de Nefia indicado para ocupar a cadeira de juiz em
lugar de seu pai; sim, foi nomeado juiz supremo e governador do povo, com o
juramento e a ordenança sagrada de julgar com justiça e manter a paz e a liberdade
do povo e de conceder-lhe o privilégio sagrado de adorar ao Senhor seu Deus,
sim, de apoiar e manter a causa de Deus durante todos os seus dias e de fazer
justiça aos iníquos, de acordo com seus crimes.
|
|
40 Ora, eis que
seu nome era Paorã; e Paorã ocupou a cadeira de seu pai e começou a governar
o povo de Néfi no fim do vigésimo quarto ano.
|
|