Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 4
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1 E aconteceu
que falei a meus irmãos, dizendo: Subamos novamente a Jerusalém e
sejamos fiéis aos mandamentos do Senhor; pois eis que ele é mais
poderoso que toda a terra. Então, por que não há de
ser mais poderoso que Labão e seus cinquenta, sim, ou mesmo suas
dezenas de milhares?
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2 Subamos,
portanto; sejamos fortes como Moisés; porque ele por certo
falou às águas do Mar Vermelho e elas dividiram-se para um e outro
lado; e nossos pais saíram do cativeiro passando sobre terra seca; e foram
seguidos pelos exércitos de Faraó, que se afogaram nas águas do Mar Vermelho.
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3 Agora, eis
que sabeis que isso é verdade; e sabeis também que um anjo vos
falou; como, pois, podeis duvidar? Subamos; o Senhor tem poder para
livrar-nos, como livrou nossos pais; e para destruir Labão, como destruiu os
egípcios.
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4 Ora, depois
de haver eu dito estas palavras, ainda estavam irritados e continuaram a
murmurar; não obstante, seguiram-me até chegarmos às muralhas de Jerusalém.
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5 E era noite;
e eu fiz com que se escondessem fora das muralhas. E depois de se haverem
eles escondido, eu, Néfi, penetrei sorrateiramente na cidade e dirigi-me à
casa de Labão.
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6 E
fui conduzido pelo Espírito, não sabendo de antemão o que
deveria fazer.
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7 Não obstante,
segui em frente e, chegando perto da casa de Labão, vi um homem que
havia caído no chão, diante de mim, porque estava bêbado de vinho.
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8 E
aproximando-me dele, vi que era Labão.
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9 E vi a
sua espada e tirei-a da bainha; e o punho era de ouro puro,
trabalhado de modo admirável; e vi que sua lâmina era do mais precioso aço.
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10 E aconteceu
que fui compelido pelo Espírito a matar Labão; mas disse em
meu coração: Nunca fiz correr sangue humano. E contive-me; e desejei não ter
de matá-lo.
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1 Né 4:10-13
A Igreja SUD ensina que, quando a revelação pessoal contradiz os profetas
(como o mandamento “não matarás”), essa revelação pessoal é errada. . . mas
não para Néfi? Como é que o assassinato de Labão é diferente do terrorismo
religioso ou do assassinato de culto cometido por Jim Jones do Templo dos
Povos?
Por que seria necessário matar Labão para obter as placas? Um Deus
todo-poderoso não seria capaz de fornecer outras soluções? De acordo com 1 Né
3:7, Deus sempre prepara um caminho para uma pessoa realizar o que Deus
ordena. Deus ordena “não matarás”, mas Néfi acredita que não há como cumprir
essa ordem.
Assumindo que é necessário ter as placas para preservar sua língua e ensinar
a lei, Deus ainda é mais poderoso que toda a terra de acordo com 1 Né 4:1. Em
vez de fazer com que Labão não soubesse onde procurá-los após recuperar a
consciência ou apenas dar a Labão uma forma comum de amnésia induzida por
álcool, Deus ordena a Néfi cortar a cabeça de um homem indefeso e
inconsciente a seus pés. Considerando a falibilidade dos profetas e a
falibilidade da epistemologia da revelação, considerando a propensão de Deus
para “testar” seus seguidores (por exemplo, Abraão e Isaque), o que
justificaria esse assassinato?
A explicação dada pelo Espírito a Néfi (“Melhor é que pereça um homem do que
uma nação degenere e pereça na incredulidade” - 1 Né 4:13) é a mesma
explicação dada pelo sumo sacerdote Caifás para matar Jesus (“Nos convém que
um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação” – João 11:50).
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11 E o
Espírito disse-me outra vez: Eis que o Senhor o entregou em tuas
mãos. Sim, e eu sabia também que ele procurara tirar-me a vida e que não
daria ouvidos aos mandamentos do Senhor; e também se apoderara de
nossos bens.
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Anotação para 1 Né 4:10-13 acima
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12 E aconteceu
que o Espírito me disse outra vez: Mata-o, pois o Senhor entregou-o em
tuas mãos.
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Anotação para 1 Né 4:10-13 acima
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13 Eis que o
Senhor mata os iníquos, para que sejam cumpridos seus justos
desígnios. Melhor é que pereça um homem do que uma nação
degenere e pereça na incredulidade.
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Anotação para 1 Né 4:10-13 acima
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14 E então
quando eu, Néfi, ouvi estas palavras, lembrei-me das palavras que o Senhor me
dissera no deserto: Se a tua semente guardar os
meus mandamentos, prosperará na terra da promissão.
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15 Sim, e
pensei também que eles não poderiam guardar os mandamentos do Senhor,
segundo a lei de Moisés, a menos que tivessem a lei.
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1 Né 4:15-16
Por que eles não
puderam receber a lei por revelação? Pense em quantas vezes é relatado que os
leítas recebem comunicação direta de Deus. Deus não poderia usar a revelação
contínua para fornecer um caminho para Néfi guardar o mandamento de não
matar? Por que Deus não poderia ter fornecido o conteúdo das placas de latão
aos leítas por meio de uma pedra de vidente em um chapéu como ele deu
revelação a Joseph Smith? Joseph não usou as placas para fazer a tradução do
Livro de Mórmon, então por que os leítas precisariam das placas de latão para
saber o que há nelas? (Veja A Tradução do Livro de Mórmon) Ou, Deus podesse
ter usado a liahona. Primeiro Néfi 16:26-29 nos diz que Deus usou a liahona
para escrever instruções aos leítas. Não
seria melhor do que matar um homem inconsciente?
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16 Sabia também
que a lei estava gravada nas placas de latão.
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Anotação para 1 Né 4:15-16 acima
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17 E também
sabia que o Senhor havia entregado Labão em minhas mãos por este
motivo — para que eu pudesse obter os registros, de acordo com os seus
mandamentos.
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18 Obedeci,
portanto, à voz do Espírito e peguei Labão pelos cabelos e cortei-lhe a
cabeça com sua própria espada.
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Eu acho que esse
versículo apresenta alguns problemas. Primeiro, a Igreja SUD ensina que
quando a revelação pessoal contradiz os profetas (como “não matarás”), essa
revelação pessoal é errada. . . mas não para Néfi? Como é que o assassinato
de Labão é diferente do terrorismo religioso ou do assassinato de culto cometido
por Jim Jones do Templo dos Povos?
De acordo com 1 Né
3:7, Deus sempre prepara um caminho para uma pessoa realizar o que Deus
ordena. Deus ordena “não matarás,” mas Néfi acredita que não há como cumprir
essa ordem.
Assumindo que é necessário ter as placas para preservar sua língua e ensinar
a lei, Deus ainda é mais poderoso que toda a terra de acordo com 1 Né 4:1. Em
vez de fazer com que Labão não soubesse onde procurá-los após recuperar a
consciência ou apenas dar a Labão uma forma comum de amnésia induzida por
álcool, Deus ordena a Néfi cortar a cabeça de um homem indefeso e
inconsciente a seus pés. Considerando a falibilidade dos profetas e a
falibilidade da epistemologia da revelação, considerando a propensão de Deus
para “testar” seus seguidores (por exemplo, Abraão e Isaque), o que
justificaria esse assassinato?
E pense na mecânica de pegar Labão pelos cabelos com uma mão e balançar uma
espada com a outra mão com força e precisão suficientes para furar uma
cabeça.
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19 E depois de
ter-lhe cortado a cabeça com sua própria espada, tirei-lhe as vestimentas e
coloquei-as sobre o meu próprio corpo; sim, cada uma delas; e cingi meus
lombos com a sua armadura.
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Néfi acabou de
cortar a cabeça de Labão. Não haveria muito sangue nas roupas de Labão? Seria
possível que ele tirasse as roupas de Labão primeiro, então talvez o sangue
nas roupas de Labão não seja um problema, mas Néfi provavelmente teria muito
sangue em si mesmo.
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20 E depois de
haver feito isso, dirigi-me ao tesouro de Labão. E quando me dirigia ao
tesouro de Labão, eis que vi o servo de Labão que guardava as
chaves do tesouro. E, com a voz de Labão, ordenei-lhe que me seguisse ao
tesouro.
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21 E ele supôs
que eu fosse seu amo Labão, porque viu as vestimentas e também a espada que
eu levava à cintura.
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Parece plausível que
o servo seja tão observador que ele reconheça as roupas de seu mestre e a
espada de seu mestre, mas ele é tão desatento que não percebe um jovem
impostor imitando seu mestre?
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22 E falou-me a
respeito dos anciãos dos judeus, pois sabia que seu amo, Labão, havia estado
com eles durante a noite.
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23 E eu
falei-lhe como se fora Labão.
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24 E disse-lhe também
que eu levaria as gravações que estavam nas placas de latão a meus
irmãos mais velhos, que estavam fora das muralhas.
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25 E também
ordenei-lhe que me seguisse.
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26 E supondo
ele que eu me referisse aos irmãos da igreja e que eu verdadeiramente fosse
Labão, a quem eu havia matado, seguiu-me.
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27 E falou-me
muitas vezes sobre os anciãos dos judeus, enquanto eu me dirigia para meus
irmãos que estavam fora das muralhas.
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28 E aconteceu
que quando me viu, Lamã ficou com muito medo e também Lemuel e Sam. E fugiram
de mim, porque pensaram que eu fosse Labão e que ele me houvesse matado; e
que procurasse também tirar-lhes a vida.
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29 E aconteceu
que os chamei e eles me ouviram; portanto, pararam de fugir de mim.
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30 E aconteceu
que quando o servo de Labão viu meus irmãos, pôs-se a tremer e estava para
fugir de mim e voltar para a cidade de Jerusalém.
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31 E agora eu,
Néfi, sendo um homem de grande estatura e havendo também recebido
muita força do Senhor, lancei-me sobre o servo de Labão e
segurei-o, para que não fugisse.
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32 E aconteceu
que eu lhe disse que, se ouvisse minhas palavras, assim como o Senhor vive e
vivo eu, se ouvisse minhas palavras, poupar-lhe-íamos a vida.
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33 E disse-lhe,
sob juramento, que não precisava temer; que seria um homem livre como
nós, se descesse conosco ao deserto.
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34 E também lhe
disse: Certamente o Senhor nos ordenou que procedêssemos assim; e
não seremos diligentes em guardar os mandamentos do Senhor? Se quiseres,
portanto, descer ao deserto, ao encontro de meu pai, terás lugar conosco.
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35 E aconteceu
que Zorã criou coragem com minhas palavras. Ora, Zorã era o nome do
servo; e ele prometeu que desceria para o deserto até o lugar onde estava
nosso pai. Sim, e jurou também que permaneceria conosco daquele momento em diante.
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36 Ora,
desejávamos que ele permanecesse conosco para que os judeus não soubessem de
nossa fuga para o deserto, com receio de que nos perseguissem para
destruir-nos.
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37 E aconteceu
que quando Zorã nos fez o juramento, nossos temores cessaram a seu
respeito.
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38 E aconteceu
que tomamos as placas de latão e o servo de Labão e partimos para o
deserto; e viajamos até a tenda de nosso pai.
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