Do Livro de Mórmon |
Anotações |
Capítulo 55
|
|
1 Ora,
aconteceu que quando recebeu esta epístola, Morôni ficou ainda mais irado,
porque sabia que Amoron tinha perfeito conhecimento de sua fraude; sim,
ele sabia que Amoron não ignorava que aquela guerra contra os nefitas era
movida por uma causa injusta.
|
|
2 E disse: Eis
que não farei a troca de prisioneiros com Amoron a não ser que ele abandone
seus propósitos, como declarei em minha epístola, porque não permitirei que
adquira mais poder do que já tem.
|
|
3 Eis que sei
onde os lamanitas retêm os de meu povo que foram feitos prisioneiros; e uma
vez que Amoron não concordou com minha proposta, eis que agirei de
acordo com minhas palavras; sim, semearei a morte entre eles até que peçam a
paz.
|
|
4 E então
aconteceu que quando disse essas palavras, Morôni fez com que fosse dada uma
busca entre seus homens para ver se havia entre eles um homem que fosse
descendente de Lamã.
|
Morôni procura um
descendente de Lamã aqui para que pode enganar os lamanitas como descrito nos
versículos seguintes. A única conclusão que posso tirar é que um descendente
de Lamã seria reconhecido por causa da cor de sua pele e, portanto, confiado
por outros lamanitas.
Se não fosse a cor
da pele, mas algo como conhecimento cultural, idioma / dialeto ou sotaque,
então eles não precisariam de um descendente. Nesse caso, qualquer pessoa que
tivesse crescido ou vivido com os lamanitas por tempo suficiente poderia
enganar os lamanitas.
|
5 E aconteceu
que encontraram um, cujo nome era Lamã; e era um dos servos do rei
que fora assassinado por Amaliquias.
|
|
6 Ora, Morôni
fez com que Lamã e um pequeno número de seus homens fossem até os guardas que
vigiavam os nefitas.
|
|
7 Ora, os
nefitas estavam presos na cidade de Gide; portanto, Morôni designou Lamã e
fez com que um pequeno número de homens o acompanhasse.
|
|
8 E quando
chegou a noite, Lamã dirigiu-se aos guardas que vigiavam os nefitas, e eis
que eles o viram aproximar-se e detiveram-no; mas ele disse-lhes: Não temais;
eis que sou lamanita. Eis que escapamos dos nefitas, e eles dormem; e eis que
trouxemos o seu vinho conosco.
|
|
9 Ora, quando
os lamanitas ouviram estas palavras, receberam-no com alegria; e
disseram-lhe: Dá-nos de teu vinho para que bebamos; alegra-nos que tenhas
trazido vinho, pois estamos cansados.
|
|
10 Mas Lamã
disse-lhes: Guardemos este vinho para quando formos atacar os nefitas. Estas
palavras, porém, só os fizeram ficar mais desejosos de beber o vinho;
|
|
11 Disseram,
pois: Estamos cansados; bebamos, portanto, o vinho; dentro em pouco
receberemos nossa ração de vinho, que nos fortalecerá para marcharmos contra
os nefitas.
|
|
12 E Lamã
disse-lhes: Podeis fazer o que desejais.
|
|
13 E aconteceu
que beberam o vinho à vontade e era de gosto agradável; portanto, beberam-no
ainda mais. E era forte, pois havia sido preparado com toda a sua
concentração.
|
|
14 E aconteceu
que beberam e ficaram alegres e logo estavam todos embriagados.
|
|
15 E então,
quando viram que todos estavam embriagados e tinham caído em profundo sono,
Lamã e seus homens voltaram para junto de Morôni e relataram-lhe tudo o que
havia sucedido.
|
|
16 Ora, isto
estava de acordo com o plano de Morôni. E Morôni preparara seus homens com
armas de guerra; e ele foi à cidade de Gide, enquanto os lamanitas se achavam
mergulhados em profundo sono e embriagados, e atirou armas de guerra aos
prisioneiros, de modo que todos ficaram armados.
|
Os lamanitas foram
enganados novamente pelo velho truque de “embebedá-los para que possamos
derrotá-los.”
|
17 Sim, até as
mulheres deles e todos os seus filhos, todos os que eram capazes de manejar
uma arma de guerra quando Morôni armou todos aqueles prisioneiros. E tudo isto foi executado no
maior silêncio.
|
|
18 Caso, porém,
tivessem eles despertado os lamanitas, eis que estavam embriagados; e os
nefitas poderiam tê-los matado.
|
|
19 Mas eis que
não era esse o desejo de Morôni; ele não se aprazia em assassínios
ou derramamento de sangue, mas aprazia-se em salvar seu povo da
destruição. E para não incorrer em injustiça, não queria cair sobre os
lamanitas e destruí-los enquanto estivessem embriagados.
|
|
20 Ele, porém,
havia realizado seus desejos, pois armara os prisioneiros nefitas que se
achavam dentro das muralhas da cidade, possibilitando-lhes apoderar-se das
partes que ficavam dentro das muralhas.
|
|
21 E então fez
com que os homens que estavam com ele recuassem um pouco e cercassem os
exércitos dos lamanitas.
|
|
22 Ora, eis que
isso foi feito durante a noite, de modo que, ao acordarem pela manhã, os
lamanitas viram que estavam cercados pelos nefitas do lado de fora e que, do
lado de dentro, seus prisioneiros estavam armados.
|
|
23 E assim
viram que os nefitas os tinham em seu poder; e nessas circunstâncias
compreenderam que não seria oportuno lutar com os nefitas; portanto, seus
capitães-chefes exigiram suas armas de guerra e eles entregaram-nas e
atiraram-nas aos pés dos nefitas, suplicando misericórdia.
|
|
24 Ora, eis que
era esse o desejo de Morôni; fê-los, pois, prisioneiros de guerra e tomou
posse da cidade e libertou todos os prisioneiros que eram nefitas; e eles
juntaram-se ao exército de Morôni e foram uma grande força para o exército.
|
|
25 E aconteceu
que ele fez com que os lamanitas que aprisionara começassem a trabalhar,
reforçando as fortificações ao redor da cidade de Gide.
|
|
26 E aconteceu
que depois de haver fortificado a cidade de Gide de acordo com seus desejos,
fez com que os prisioneiros fossem levados para a cidade de Abundância; e
guardou também esta cidade com forças muito poderosas.
|
|
27 E aconteceu
que, apesar de todas as intrigas dos lamanitas, os nefitas conservaram e
protegeram todos os prisioneiros que haviam feito, mantendo também todo o
terreno e a vantajosa posição que haviam reconquistado.
|
|
28 E aconteceu
que os nefitas principiaram novamente a triunfar e a recuperar seus direitos
e privilégios.
|
|
29 Muitas vezes
os lamanitas tentaram cercá-los durante a noite, mas, nessas tentativas,
muitos de seus homens foram aprisionados.
|
|
30 E muitas
vezes tentaram dar vinho aos nefitas, a fim de matá-los com veneno ou
por embriaguez.
|
Aparentemente, os
nefitas são muito mais brilhantes que os lamanitas. Os nefitas nunca foram
enganados pelo truque de “embebedá-los para que possamos derrotá-los,” mas os
lamanitas foram enganados por isso várias vezes.
|
31 Mas eis que
os nefitas não eram lentos em lembrar-se do Senhor seu Deus em sua
hora de aflição. Não caíam nas suas armadilhas; sim, não bebiam seu vinho sem
primeiro dá-lo a alguns dos prisioneiros lamanitas.
|
|
32 E assim
tomavam precauções para que nenhum veneno lhes fosse dado, porque, se o seu
vinho envenenasse um lamanita, envenenaria também um nefita; e dessa forma
testavam todas as suas bebidas.
|
Os nefitas têm o
cuidado de testar seus licores para evitar veneno, mas aparentemente o álcool
não foi um problema.
Por que Morôni não
recebeu alguma revelação profética e instruiu as pessoas a abster-se de tomar
álcool ou pelo menos a fazer seu próprio álcool, a fim de evitar arriscar uma
vida?
|
33 E então
aconteceu que foi necessário que Morôni fizesse preparativos para atacar a
cidade de Moriânton; pois eis que os lamanitas, com seu trabalho, haviam
fortificado a cidade de Moriânton até transformarem-na numa praça de guerra
extremamente forte.
|
|
34 E eles
estavam continuamente levando novas forças para aquela cidade e também novas
provisões.
|
|
35 E assim
terminou o vigésimo nono ano em que os juízes governaram o povo de Néfi.
|
|